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SAÚDE

Família doa órgãos de seu filho e salva vidas no Rio e Curitiba

A família de um adolescente de 17 anos, de Santa Helena, ao receber a triste notícia na tarde de segunda-feira (17) da perda de seu filho, decidiu num gesto de grandeza doar os órgãos e salvar outras vidas. A coordenadora da Organização a Procura de Órgãos (OPO) e da Central de Transplantes da Regional de Saúde, Irene da Rocha Soares, explicou que em virtude de algumas contradições do potencial doador, somente foi captado o fígado e os dois rins. De acordo com a listagem, o fígado foi doado para uma pessoa do Rio de Janeiro (RJ) e os rins para pacientes de Curitiba (PR).

19/01/2011 - 13:54


Devido o mal tempo, o avião que trazia a equipe do Rio de Janeiro não conseguiu pousar em Cascavel e a retirada dos órgãos que deveria acontecer às 14h de ontem, foi transferida para a madrugada, pois o avião pousou no final da tarde em Guarapuava e de lá a equipe seguiu de carro até Cascavel, trocou de veículo e, veio para Toledo, chegando por volta das 22h. A captação iniciou por volta das 00h20, desta quarta-feira (19), e, teve duração de aproximadamente 3h. Na sequência, as equipes tiveram mais 12h para transplantar no paciente. O receptor é um homem, de aproximadamente 45 anos, portador de um tumor raro no fígado. O paciente está bastante debilitado devido a doença, que foi diagnosticada em torno de dois anos e ele estava na fila há mais de um ano. O transplante iniciou por volta das 9h de hoje e segundo informações do hospital até às 14h30 a cirurgia acontecia normalmente e o horário programado para encerrá-la é por volta das 17h.

O coordenador da equipe, o médico de transplante hepático, Dr. Eduardo Fernandes, do Hospital Adventista Silvestre do Rio de Janeiro, explica que a problemática do transplante é a preservação adequada do órgão, porque cada órgão possui um tempo de preservação, ou seja, o tempo que ele fica no gelo e é implantado em uma pessoa. “No caso do fígado o ideal é que ele fique no gelo entre 10h à 12h, dependendo do líquido que é utilizado. Como estamos longe do hospital que faremos o implante, precisamos minimizar o tempo do fígado no gelo para o transplante ter êxito”.

Doação

Irene disse que quando o hospital tem um potencial doador, ou seja, o paciente apresenta sinais de morte encefálica, deve avisar imediatamente a Central de Transplantes. Por sua vez, a família ao receber a notícia deve conversar sobre a doação dos órgãos. “No momento em que se fecha o protocolo de morte encefálica, a equipe oferece a oportunidade daquela família ajudar outras pessoas que estão na fila a espera de um transplante. Se o órgão não chegar em tempo hábil, ela pode morrer”.

Atualmente, 2500 pessoas estão na lista de transplantes de órgãos no Paraná. O primeiro órgão da lista é o rim, seguido de córneas, fígado e coração.

 

O principal desafio é melhorar a captação de órgãos no Brasil, diz Fernandes

 

Para o coordenador da equipe, o médico de transplante hepático, Dr. Eduardo Fernandes, do Hospital Adventista Silvestre do Rio de Janeiro, os desafios para melhorar a captação de órgãos no Brasil são muitos, porém os principais são a conscientização dos familiares em doarem os órgãos, a logística e a formação de profissionais. “De maneira geral temos poucos doadores. Alguns Estados tiveram um bom desenvolvimento na doação de órgãos, como São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco e Ceará. No entanto, os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro não tiveram um bom desempenho no ano passado. Isto mostra que tem muito caminho pela frente”.

Com relação a formação de profissionais, Fernandes afirma que nem todas as pessoas estão capacitadas para atuarem nesta área. “A área precisa receber mais estímulos”.

 

É preciso criar uma cultura da doação de órgãos no interior, afirma Irene

 

Para a coordenadora da Organização a Procura de Órgãos (OPO) e da Central de Transplantes da Regional de Saúde é preciso criar a cultura da doação no interior, porque as pessoas acham que só acontecem nos grandes centros. Isto não é verdade, porque a equipe vem captar no interior. Em Cascavel não são transplantados grandes órgãos, mas a captação é realizada na região. “Atualmente, é preciso partir do princípio que outras pessoas estão precisando, porque amanhã você ou outro familiar pode precisar de um transplante de órgão. Como cristão, devemos ‘Amar o próximo como a ti mesmo’ e ser solidário. Temos que desmistificar a questão da morte encefálica. Muitas famílias questionam este tipo de morte, mas a Central de Transplantes confere in logo os exames que comprovam que a pessoa está em óbito”.

 

A OPO deve atender 94 Municípios no Paraná

No final do ano passado foi implantada, em Cascavel, a Organização à Procura de Órgãos (OPO), subsidiada pelo Governo Federal. A OPO é composta por médicos e atende as regiões Oeste e Sudoeste, totalizando 94 Municípios. Na região, as cidades são: Cascavel, Toledo, Medianeira, Foz do Iguaçu, Palmas, Chopinzinho, Francisco Beltrão, Pato Branco, entre outras cidades com hospitais que atendam o procedimento de alta complexidade de neurologia.

Irene afirma que a função da OPO é agir em conjunto com o hospital, porque a partir do momento em que é notificado o potencial doador vai agir em conjunto no fechamento do protocolo. “A partir do momento em que acontece a morte encefálica é uma questão de horas para os órgãos entrarem em falência, quanto antes detectarmos e captarmos estes órgãos, o índice da pessoa que vai receber este transplante ter rejeição é menor. Conforme os dados nacionais, a cada quatro potenciais doadores somente um se reverte em doação, devido não fechar o protocolo em tempo hábil e os órgãos começam a se deteriorarem”.

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