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GERAL

Toledo pode tornar-se polo de desenvolvimento de tecnologias para piscicultura

Equipe técnica da Unioeste apresenta projeto ao Ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella.

22/04/2013 - 19:53


A produção de pescado no Paraná cresceu 39% nos últimos três anos. Na região Oeste do Estado, atualmente a tilápia é o terceiro produto mais industrializado na região, atrás somente do frango e suíno. A cadeia supera a carne bovina neste aspecto. Incluir peixes e seus derivados na alimentação escolar dos estudantes da rede pública estadual no Norte Pioneiro do Paraná é uma das iniciativas a ser apresentada ao ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella. Nesta semana, Crivella vai conhecer projetos que visam a ampliação das atividades da piscicultura naquela região e, principalmente, alternativas para agregar renda as propriedades rurais.

Nesta quinta-feira (25), a equipe técnica da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, apresenta o projeto ‘Polo Multiplicador de produtos processados de pescado para a alimentação escolar’ ao ministro.  Na ocasião, o grupo ainda apresenta as experiências de inclusão de peixe na merenda escolar de Marechal Cândido Rondon e promove uma degustação dos produtos processados a base de peixe, elaborados no Grupo de Estudos de Manejo na Aquicultura (GEMAq).

O professor da Unioeste, Dr. Aldi Feiden, explica que atualmente a industrialização do pescado cultivada na região Oeste do Estado é exclusivamente para o filé. Feiden acredita que a região tem potencial para industrializar um produto diferenciado a base de peixe.

O profissional lembra que acadêmicos e pesquisadores do GEMAq desenvolveram diversos produtos oriundos do peixe, como almôndega, patê, bolo de chocolate com peixe, espetinho, kibe, entre outros. No entanto, Feiden destaca que a futura tendência de industrialização do pescado é o enlatamento de espécies de água doce. Atualmente, as indústrias enlatam somente sardinhas ou atuns.
Neste contexto, Feiden e a equipe técnica aposta na instalação de uma indústria que vise o desenvolvimento de tecnologias, formação de recursos humanos, prestação de serviços e implantação de cozinhas industriais na região. “O Município de Toledo é referência na piscicultura e na industrialização do pescado. Atualmente, a região possui 12 indústrias, sendo que sete estão localizadas em Toledo e abatem em média 85 toneladas por dia”. O professor salienta que para ampliar a cadeia produtiva na região, também é preciso diversificar a industrialização dos produtos.
Conforme o professor, o projeto pretende destaca o potencial da cadeia produtiva e, principalmente torná-la um polo de desenvolvimento de tecnologias para a piscicultura da região e de outros Estados. “A planta piloto pode estar incluída em um Parque Tecnológico e os profissionais vão prestar serviços e desenvolver projetos em conjunto”.
Segundo Feiden, o projeto auxilia no processo de inclusão do peixe na merenda escolar. Ele relata que os pesquisadores do GEMAq apresentaram produtos enriquecidos com peixe,
como almôndegas, bolos entre outros, os quais foram bem aceitos pelas crianças do Município. “Para incluir o peixe na merenda escolar, o Programa de Aquisição de Alimentos incentiva o uso dos produtos locais dos Municípios. Contudo, são poucas as cooperativas que estão aptas a vender o produto. Hoje nenhuma cooperativa está com os documentos em ordem para participar dos editais do Programa”.

**Enlatados**

Antes da Unioeste, não houve outra iniciativa no Brasil para enlatamento de peixes de água doce. Por isso, o projeto é considerado inédito. Os estudos foram realizados em parceria com professores da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). O tema foi o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), da acadêmica do curso de engenharia de pesca da Universidade Federal do Ceará, Ana Maria da Silva. Ela apresentou o projeto quando ainda estudava na Unioeste.
Para Ana é um orgulho observar que o seu trabalho está sendo reconhecido no Município, em Estados, mas principalmente, a pesquisa fazer parte de um projeto maior que é a construção do polo já comentado por Feiden. “O projeto auxilia no desenvolvimento e a divulgação de produtos processados a base de peixe. Os resultados de pesquisas realizadas há dez anos no GEMAq ou há quatro anos no curso de agronomia de Marechal Cândido Rondon estão sendo colocados em prática em Rondon, no caso, a alimentação escolar. É o quinto ano que a proposta é desenvolvida na cidade e conta com dez bolsistas financiados pelo MEC”.
A profissional comenta que as indústrias começam a ter novas opções para processar o pescado. “Eu desenvolvi a pesquisa e observei que o produto sem conservante e com tratamento térmico é válido por quatro anos. O peixe também não perde as suas propriedades nutricionais. N
ão precisa ser somente filé. Há novos produtos que podem ser incluídos no mercado, como a tilápia enlatada. Há caminhos novos!”.

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