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SAÚDE

Terça-feira foi lembrada como o Dia de Controle da Hanseníase no Paraná

A meta do Ministério da Saúde em relação à cura de novos casos de hanseníase é de 90%

27/05/2015 - 14:03


A Secretaria Estadual da Saúde marcou nesta terça-feira (26) o Dia Estadual de Controle da Hanseníase. Os dados de 2013 mostram que a prevalência de casos foi de 0,9/10 mil habitantes, o que pelos parâmetros da Organização Mundial da Saúde, o Estado te controle sobre a doença. 

A meta do Ministério da Saúde em relação à cura de novos casos de hanseníase (conhecida antigamente como lepra) é de 90%. O Paraná vem superando esses índices com uma média de 93% de cura. O Estado ocupa o primeiro lugar no Brasil em relação ao exame dos comunicantes, examinando 92% dos casos novos. 

“Esse avanço só foi possível graças ao comprometimento e trabalho conjunto de gestores, profissionais da saúde, controle social e parcerias governamentais e não governamentais”, comentou o Secretário Estadual da Saúde, Michele Caputo Neto. 

Apesar da queda no número de casos, a chefe da Divisão de Vigilância das Doenças Transmissíveis, Júlia Cordelini, lembra que não é momento para baixar a guarda contra a doença. “As ações, como as capacitações de profissionais da saúde, devem continuar, para que consigamos manter a baixa endemicidade em todo o Estado”, comenta. 

Cirurgias

Em 2012, o Paraná retomou a realização de cirurgias reabilitativas da hanseníase, que não eram realizadas no Estado havia 10 anos. As cirurgias são necessárias para tratar os pacientes que desenvolveram sequelas devido ao diagnóstico tardio da doença. 

De 2012 até este mês, foram realizados 249 procedimentos cirúrgicos para correção de sequelas da Hanseníase em dois hospitais estaduais – no Centro Hospitalar de Reabilitação, em Curitiba, e no Hospital da Zonal Sul, em Londrina. 

Atualmente as filas de cirurgias reabilitativas estão quase zeradas no Estado. “Hoje o que mais fazemos são cirurgias preventivas, de desobstrução de nervos, o que é muito mais simples do que a correção de pés e mãos em garra, sequelas que eram comuns por conta do diagnóstico tardio”, revela a coordenadora estadual do controle da Hanseníase, Nivera Stremel. 

Para evitar a cirurgia é necessário a descoberta da doença nos estágios inicias. “A implantação das ações de controle da hanseníase visam o diagnóstico cada vez mais precoce, ou seja, quando o cidadão apenas apresenta manchas na pele com falta de sensibilidade. Nesta etapa, o tratamento é mais rápido tornando desnecessária a intervenção cirúrgica”, ressalta Nivera. 

Hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito pelo SUS 

A hanseníase tem cura e o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS e pode ser realizado em casa, com o apoio da família. “Qualquer tipo de mancha dormente deve ser suspeita de hanseníase. Nesse caso, é importante que a pessoa vá a uma unidade de saúde para uma consulta”, explica Julia Cordelini. 

A hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada. 

A transmissão se dá pela convivência por um longo período com pessoas que são portadoras das formas contagiosas e não estão em tratamento. Nesses casos, a hanseníase pode demorar em média cinco anos para se manifestar. Por defesas naturais, mais de 90% da população não terá a doença, por mais que conviva com pessoas infectadas. Mesmo assim, todos que tiverem contato com quem tem hanseníase devem ser examinados na Unidade de Saúde mais próxima. 

A hanseníase afeta primordialmente a pele, mas pode afetar também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. O período de incubação é prolongado, e pode variar de dois a cinco anos para apresentar os primeiros sintomas da doença. 

É uma doença curável, mas se não tratada pode agravar o quadro, inclusive podem ocorrer deformações de membros. No Brasil o tratamento da enfermidade é gratuito e está disponível em todas as unidades de saúde do Estado. 

O primeiro e principal sintoma é o aparecimento de manchas de cor parda, pouco visíveis e com limites imprecisos. Nas áreas afetadas, o paciente apresenta perda de sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração. Quando o nervo da região em que se manifestou a doença é lesionado, causa dormência e perda de tônus muscular na área. 

O diagnóstico da hanseníase envolve a avaliação clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, teste de força motora, entre outros. Se o profissional desconfiar de alguma mancha ou ferida no corpo do paciente, deve proceder exame clínico. 

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