O calendário escolar municipal e estadual é definido em comum acordo entre as duas redes, no entanto, devido à greve dos professores e servidores estaduais, o mesmo entrou em descompasso. O prefeito de Toledo afirmou que a situação chegou a este ponto porque faltou planejamento econômico do estado. “Tivemos uma semana intensa no gabinete e na secretaria de educação por conta do desespero dos pais devido à preocupação com a falta de transporte escolar”.
O prefeito apresentou os valores investidos em transporte escolar, neste ano. “Temos 53 rotas, faremos a reposição em 50 rotas. Serão transportados 1442 alunos da rede estadual, atendendo 28 escolas Estaduais, para isso precisaremos aportar mais de R$ 448 mil. Ainda vamos avaliar de onde tiraremos estes recursos. Talvez teremos que deixar de construir um Restaurante Popular; deixar de comprar lousas eletrônicas; talvez tenhamos que deixar de executar o callcenter na área da saúde; deixar de construir uma Unidade Básica de Saúde”. Beto Lunitti destacou que a decisão de subsidiar o transporte escolar para a rede estadual só aconteceu agora, pela demora do Governo do Estado e do Núcleo Regional no repasse das informações necessárias que o transporte escolar requer.
O município de Toledo investiu, neste ano, até o mês de junho R$ 2.068.790,85 em transporte escolar, enquanto o estado repassou R$ 343.159,23. O serviço de transporte escolar atende 1442 alunos da rede estadual e 1355 da rede municipal. A estimativa é que em 2015, Toledo investirá R$ 4.878.789,48 em transporte escolar para as duas redes. Apesar de a rede municipal ter o menor número de alunos transportados, é o município que faz o maior aporte de recursos. O prefeito Beto Lunitti, destacou que este descompasso já foi pauta da Marcha dos Prefeitos. “O governo federal repassa por Km R$ 0,30, o governo do estado também passa um valor mínimo e o resto da conta fica para o governo municipal. E se fosse para transportar só os alunos da rede municipal os valores seriam muito menores. Todos os governos: federal, estaduais ou municipais, devido à escassez de recursos públicos, precisam fazer escolhas, e nós em Toledo as fizemos, que é priorizar a atenção as pessoas”.
Oficialmente a prefeitura de Toledo não foi comunicada sobre os possíveis repasses do estado para o transporte escolar. “Nós não temos informações precisas, o governador do estado anunciou R$ 9,5 milhões para o transporte escolar de todo o estado, mas ainda não há a confirmação se realmente é isso. E nós não podemos deixar que esta indefinição do governo do estado para com os prefeitos atinja os alunos. Por isso fizemos a escolha de pagar o transporte escolar até 23 de dezembro”.
Beto Lunitti destacou a relação republicana que tem mantido com o governo do estado e pediu para que o governador Beto Richa invista em Toledo. “Além de dizer ao povo de Toledo a nossa decisão (pagar o transporte escolar para rede estadual), eu preciso aproveitar este momento para fazer um apelo ao governador Beto Richa. Peço para que ele tome a decisão urgente de construir o Colégio do Jardim Gisela, que o terreno foi doado há anos, é uma escola compartilhada e precisamos que ele a construa. Também o Colégio Dr. João Candido Ferreira, que já foi doado terreno no Jardim Filadélfia. Precisamos que o governador construa o Colégio no Coopagro/Fachini, como também a construção do Colégio Estadual lá no Santa Clara, são demandas do povo de Toledo”.
Outras demandas
Durante a coletiva o prefeito também cobrou a contrapartida do Estado em outras áreas. “Precisamos que o governador cumpra o compromisso assumido com o povo de Toledo e construa o Cense – Casa para adolescentes que cumprem o regime aberto e semi-aberto; a Delegacia Cidadã e que faça a obra para a Defensoria Pública e ainda, que ele (governador Beto Richa) aceite a doação de área de 21.000m2 feita pelo município de Toledo para construir o Sistema Prisional e para fazermos a retirada da carceragem do centro da cidade”.
Beto Lunitti pediu, também, que o governador Beto Richa libere recursos para Toledo na forma de empréstimo. “É empréstimo, não dinheiro a fundo perdido. Queremos R$ 8 milhões para aquisição de máquinas, conservação de estradas e ampliação de programas municipais para apoiarmos agricultores, avicultores, suinocultores e produtores de leite, enfim, a economia do nosso município”. O município aguarda liberação de empréstimo, por meio do BRDE.
O prefeito informou que o município de Toledo tem assumido investimentos que não são de responsabilidade municipal. “Não abandonamos os cidadãos de Toledo, por exemplo, na área da saúde investimos e não deixamos fechar os leitos de UTIs, as consultas especializadas (responsabilidade do Estado e União), da mesma forma na segurança pública que temos feito ações que não nos compete, como a aquisição de carro para o Programa Proerd, disponibilização das imagens de vídeo monitoramento e agora na educação, a garantia do transporte escolar”.
Beto Lunitti destacou a saúde financeira do município e criticou a falta de planejamento do estado. “Uma prefeitura como a de Toledo, que tem uma gestão dentro daquilo que preconiza a legislação, de cumprir as metas fiscais e tem uma boa gestão financeira é uma mostra que talvez o governo do estado precise se espelhar. Nós antecipamos o 13º salário dos servidores, paga em dia seus fornecedores, temos os valores dos salários reservados de forma antecipada. Nossa intenção é fazer uma gestão sempre planejada e ao que parece a opinião pública do Paraná é de que o governador falhou neste sentido”.
