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AMBIENTE

Iapar e parceiros levam cerca de 50 tecnologias agroecológicas para o Show Rural

O Show Rural foi também, vitrine para agroecologia. Neste ano, o IAPAR e os parceiros ganharam um espaço mais amplo, próximo ao mirante do Parque.  A produção agroecológica baseia-se numa proposta de agricultura diversa, com base socialmente justa, economicamente viável e ecologicamente sustentável.  Com esta filosofia o espaço destinado a agroecologia despertou a atenção dos visitantes que puderam conhecer quase 50 tecnologias aplicáveis na produção agroecológica.

05/02/2016 - 19:41


A engenheira Agrônoma do Iapar, Simone Grisa avaliou o espaço ocupado junto com parceiros para divulgação da agroecologia.  “Este espaço é uma vitrine tecnológica de agroecologia. O Iapar é um dos parceiros que atua neste espaço. A nossa proposta é fazer uma agricultura mais diversa, com menos veneno. Uma agricultura com diversidade e de baixo custo e baixo impacto ambiental”.

Simone explicou o que o Iapar e parceiros levaram ao Show Rural, deste ano. “Trouxemos quase 50 tecnologias de baixo custo, entre elas as plantas, o sistema de pastejo, a horta em forma de mandala, a sisterna, o desidratador ,  entre outros”. Segundo a engenheira o Iapar apresentou as variedades que desenvolve dentro da proposta de agroecologia viabilizando a agricultura familiar. “Nós ajudamos a planejar as áreas, criar este desenho diferenciado. Enquanto os outros estandes são todos quadradinhos e sem uma biodiversidade, nós temos uma proposta diferente”.

A horta em forma de mandala despertou a curiosidade pela sua beleza. Simone Grisa explica qual é o propósito. “A mandala tem duas funções: uma que é de facilitar o processo de irrigação e a outra, é uma questão mais mística, que considera que o formato da mandala potencializa a energia das plantas”.

Escala

O modelo de produção sustentável apesar de estar focado no pequeno produtor, já acumula experiências nacionais de produção agroecológica em larga escala. “Nós temos exemplos nacionais de produtores que trabalham o orgânico em escala, um exemplo, é o ator Marcos Palmeira que produz de forma orgânica, mas aqui na nossa região a característica é de agricultura familiar então nosso foco é o pequeno, é o produtor em risco social. Nos preocupamos em melhorar a qualidade de vida destas famílias e a qualidade nutricional delas. Queremos por menos veneno no nosso solo, nos nossos alimentos de forma que as pessoas vivam mais e de forma mais saudável”.

A engenheira está convencida que é possível produzir agroecologia em larga escala. E que no Paraná já há experiências em agrofloresta. “Temos uma experiência bem consolidada na Barra do Turvo. Lá eles foram aproveitando a natureza para fazer o trabalho deles, hoje produzem e comercializam em Curitiba e São Paulo os seus produtos orgânicos. Cultivam frutas e hortaliças tudo no meio da floresta da Mata Atlântica, ou seja, adaptaram a sua produção ao sistema que já existia lá”.

Proteção da produção

A convivência entre a produção agroecológica e a produção agrícola convencional, nem sempre é fácil. A técnica de pulverização aérea é um grande problema a ser enfrentado. Simone Grisa conta que em Cascavel há uma Lei que limita a pulverização. “Existe uma Lei municipal aqui, que tenta proteger de forma que a pulverização seja limitada nas áreas que abrigam espaços coletivos, como escolas, creches e hospitais, mas não conseguimos avançar para proteger o sítio do agricultor, então o caminho é o Ministério Público. É preciso reunir provas, fotos do momento da pulverização, laudo do técnico de que a área foi contaminada e denunciar”.

Subsídio à agroecologia

A engenheira orienta aos produtores para usarem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) que define um perfil do agricultor e que dá acesso ao crédito. “O Banco do Brasil tem um programa que se chama Pronaf Agroecologia. O fomento do crédito está mais focado na agricultura familiar. Ele é um programa um pouco engessado, mas é possível acessar o crédito para investimentos em infraestruturas. E no caso, dos assentados tem linha específica”.

O cenário nacional aponta possibilidade de crescimento da produção agroecológica. “A Produção agroecológica cresce para atender as nossas dificuldades. Temos muita gente doente e o sistema de saúde precário faz com que a gente comece a perceber que o alimento saudável é o caminho, tanto de uma dieta mais balanceada, quanto uma dieta sem a presença de agrotóxico, porque ele mata. Precisamos cuidar mais da nossa saúde, precisamos de menos remédios e mais alimentos saudáveis”.

Certificação

No último domingo (31), o Programa Fantástico, da Rede Globo exibiu uma reportagem sobre falsos produtos orgânicos vendidos nas feiras. A reportagem foi criticada pela engenheira agrônoma por não orientar o consumidor sobre o processo de certificação. “Quero fazer uma crítica a matéria do Fantástico. A Globo foi imensamente infeliz ao apresentar a reportagem daquela forma. Ela denunciou o que de fato existe em qualquer sistema, atravessadores e corruptos - está aí o que acontece com o poder público. Mas a reportagem não mostrou como é feito o processo de certificação. Para o consumidor ficou vago: como eu sei que não estou sendo enganado?”, questionou.

Simone Grisa explica que existe uma legislação, desde 2007, que orienta que todo o produto de origem orgânica, agroecológica tem que ter um selo. “É o que dá a credibilidade. Chegaram às Feiras e não mostraram como é a dinâmica da certificação e o controle social. O produtor que vai a Feira toda a semana, não precisa por um selinho em cada laranja que ele vai vender, mas ele precisa um documento que formalize que ele está apto a vender na feira os produtos  agroecológicos  e a quantidade que pode vender que está baseada na capacidade de produção que o seu terreno permite. Estas informações infelizmente a Rede Globo não veiculo e a gente fica chateado porque quando se faz uma denuncia deve se fazer a contraprova”.

Simone explica como é feita a assessoria aos produtores para que não ocorra falsificações. “Aqui na região nós temos um Programa focado na produção agroecológica vinculado ao Cultivando Água Boa da Itaipu. Um projeto de agricultura sustentável, junto com várias Instituições parceiras que executam assistência técnica para os produtores, desde o planejamento da propriedade visando à certificação, fornecimento de insumos e assessoria mensal, e também, o planejamento da comercialização. Este acompanhamento é para evitar que aconteçam episódios como o mostrado pelo Fantástico veiculo”.

Por Selma Becker

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