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GERAL

Luiz e Carmen Donaduzzi assumem Cadeiras na Academia Nacional de Farmácia e defendem novo modelo de formação profissional

A contribuição dada pelo casal Donaduzzi à farmácia nacional, garantiu a eles as Cadeiras na Academia, e a trajetória dos empresários foi simbolizada pelo lema lido no cerimonial da Sessão Solene de Posse: “O trabalho perseverante vence tudo”.

23/07/2016 - 14:58


Em 1993, nascia a Indústria Farmacêutica Prati-Donaduzzi, após 23 anos ela configura entre uma das maiores indústrias do ramo, genuinamente brasileira, produzindo mais de 40 milhões de comprimidos/gotas ou doses de xaropes diariamente. Tratando em média 25 milhões de pessoas.  Fazem parte desta história, muitos personagens, sobretudo os seus idealizadores Dr. Luiz e Dra. Carmen Donaduzzi que se consolidaram como estudiosos e empreendedores. O reconhecimento deste trabalho garantiu aos empresários as Cadeiras 10 e 53 da Academia Nacional de Farmácia. A Sessão Solene aconteceu na noite de sexta-feira (22), em Toledo.

A Dra. Carmen ocupou a Cadeira 53 cujo Patrono é o professor. Dr. Gustavo Peckolt e o Dr. Luiz Donaduzzi ocupou a Cadeira número 10, a qual o Patrono Emérito é João Correa Dutra e o Patrono Titular é Carlos Benjamin Silva Araújo.  O presidente da Academia, Lauro Moretto destacou que o papel da Instituição é incentivar aos mais jovens e se colocar como modelo. “O casal Donaduzzi serve de exemplo para os futuros farmacêuticos e muitos que já estão na profissão. Não podemos seguir a diante e evoluir sem esforço, sem comprometimento e sem dedicação, por isso, oferecemos uma comenda, uma medalha. É uma moeda que se paga por serviços que não têm preço”.

Os homenageados recordaram a trajetória de pesquisa e empreendedorismo. Dra Carmen destacou a parceria com o esposo e colega de profissão. “Construímos juntos a vida, a carreira e a história da Prati-Donaduzzi. Hoje relembramos tudo isso e é preciso dizer que jamais estivemos sozinhos, nos estudos ou no empreendedorismo. Ficamos com a certeza que sempre é possível aprender e melhorar tudo que fizemos”.

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A homenagem recebida pelos empresários foi compartilhada com quem esteve com eles ao longo da história. “Esta homenagem representa o reconhecimento do que temos feito por Toledo e pela população do país. Para nós é um motivo de orgulho. Eu agradeço a todos os colaboradores que fazem parte desta história, nós somos os representantes destas pessoas que lutam conosco todos os dias”, destacou Dra. Carmen.

Empreendedorismo

Diferente da Dra. Carmen, o Dr. Luiz disse que não tem afinidade com a sala de aula, mas sua paixão sempre foi gerar empregos. “Não gosto muito de ensinar, gosto mesmo é de gerar empregos. Na dúvida de por máquinas ou pessoas, sempre optei por pessoas”. Só neste ano, a indústria Prati-Donaduzzi contratou cerca de 400 colaboradores.

Sucessão

O Dr. Luiz Donaduzzi esteve à frente da indústria como presidente por 22 anos, hoje é presidente do Conselho Administrativo da empresa. “Eu e a Carmen estamos cansados, precisamos fazer a sucessão. É difícil largá-la, mas estamos fazendo a sucessão para que a Prati-Donaduzzi continue sendo, genuinamente, brasileira”.

Para o farmacêutico a missão da empresa é gerar empregos, ensinar e produzir medicamentos de qualidade. “É um orgulho receber esta homenagem, mas é preciso continuar fazendo mais, sobretudo, para as pessoas menos favorecidas. Vamos continuar produzindo medicamentos de alto padrão, com preço justo. É preciso continuar gerando empregos, pois eles são uma maneira de melhorar a vida das pessoas. Além de incentivar nossos colaboradores, sobretudo, o pessoal da base, para que continuem estudando porque esta é a única maneira que tem de sair de uma classe sócio-cultural e ir para outra”.

Formação Profissional

Para o empresário o Brasil está diante de um grande desafio: formar profissionais aptos para a demanda do mercado. Ele destacou a dificuldade de preencher as vagas disponíveis na Indústria, por isso, desafiou os colegas farmacêuticos para uma mobilização nacional em prol da formação dos profissionais da farmácia industrial. “Precisamos criar o ensino técnico farmacêutico – um pós-médio de dois anos e graduações de farmácia industrial, pois hoje formamos generalistas. É preciso também, criar uma residência farmacêutica para formar pesquisadores, estrategistas. Os mestrados e doutorados não estão formando profissionais para este setor, e estamos precisando desesperadamente”, advertiu Dr. Luiz Donaduzzi.

O desafio foi compartilhado pelo presidente da Academia Nacional de Farmácia, Lauro Moretto.  “É um desafio meu também. A evolução da ciência foi tão grande e os currículos acadêmicos estão tão defasados que eles não mais representam as diferentes áreas do conhecimento que nós atuamos. Então, é necessária uma reforma do ensino, para formar profissionais em áreas que nós não temos, como por exemplo, o setor farmacêutico industrial que exige conhecimentos diferenciados”.

Moretto destacou que é preciso entender que a realidade não é a mesma do passado. “Antigamente formava farmacêutico que ia para farmácia, para indústria de medicamentos, indústria de alimentos ou cosméticos. Não dá mais para termos um único currículo para atender a todas estas demandas, porque a evolução da ciência foi tão grande que exige uma reforma. O comentário do Dr. Luiz foi extremamente valioso, nós não temos que só mandar, ou sugerir aos outros para fazerem. Ele está fazendo! É assim que a gente muda a rota: fazendo, não pedindo para os demais fazer. Quem assume a liderança e promove as mudanças, somos nós mesmos”, enfatizou o presidente da Academia.

A Prati-Donaduzzi está fazendo a mudança. No seu planejamento estratégico parcerias já estão consolidadas, para que a qualificação na formação dos profissionais ocorra. Com o parceiro Senai  é ofertado um pós-médio que inclui estudo e trabalho. “Estes jovens já estão fazendo a diferença”, destacou Dr. Luiz.

Outra parceria é com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, que oferece Residência em Farmácia Industrial. “Abrimos cinco vagas e tivemos mais de 40 inscritos. Para o próximo ano, queremos ampliar o número de vagas”, anunciou o empresário. O curso de Pós-Graduação da Unioeste tem duração de dois anos e é inédito no Brasil.

Ainda com a Unioeste foi firmado parceria para o curso de graduação em farmácia industrial. “Queremos desde o primeiro dia de aula que os alunos tenham acesso aos laboratórios. Precisamos superar o déficit de formação. Os alunos vão trabalhar e estudar ao mesmo tempo, e receberão por isto. E quando formados, eles estarão em outro patamar profissional”, comemorou Dr. Luiz Donaduzzi.

Conselho

A Dra. Carmen Donaduzzi aconselhou aos jovens farmacêuticos que desejam obter sucesso como estudiosos e empreendedores. “Precisa manter o sentimento de persistência, de luta – e desistir jamais, continuar sempre! E levar junto com a gente, pessoas que podem aprender, e assim teremos um país melhor, sempre melhor! Assim foi como eu venci: lutando, lutando, lutando...”, orientou a farmacêutica.

Cenário Econômico

O Dr. Luiz Donaduzzi afirmou que o caminho para o país sair da crise é seguir trabalhando. “Temos trabalhado mais e seguimos gerando empregos. Este ano contratamos cerca de 400 pessoas, e ainda temos vagas em aberto. Temos um excesso de pedidos neste momento. Os juros, o câmbio e o custo da energia elétrica têm atrapalhado. Estamos trabalhando sem lucro, mas estamos mantendo os empregos, pagando as pessoas no dia adequado. Para nós, estamos em velocidade de Cruzeiro! E o país, seguramente, vai se recuperar”.

Parque Tecnológico

O empresário adiantou que, em breve, a Prati-Donaduzzi vai lançar o Parque Tecnológico. “A ideia é gerar mais empregos. É um novo desafio, ainda estamos aprendendo. Vamos lançar daqui alguns dias... vocês serão convidados... risos...”, manteve o suspense.  Informações não oficiais apontam que o Parque deverá produzir medicamentos para área humana e animal.

 

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