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EDUCAÇÃO

Unioeste promove conversa sobre as consequências da Medida que propõe mudanças no Ensino Médio

“O problema começa na educação básica, não no ensino médio”, relatou professora da UEL que ministrou a palestra

21/10/2016 - 18:24


Quem pensa que a ocupação nas escolas e universidades do Paraná é apenas bagunça e alunos sem fazer nada está muito enganado. O manifesto é um momento de reflexão e diálogo. Nesta sexta-feira (21) a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) – Campus Toledo recebeu a pedagoga mestre e doutora em Educação, Sandra Regina de Oliveira Garcia, da Universidade Estadual de Londrina (UEL) para uma palestra sobre as consequências da Medida Provisória n° 746, que propõe as medidas no Ensino Médio.  

A conversa foi realizada no mini auditório da Unioeste e teve o intuito de esclarecer aos jovens, professores e familiares o que é verdadeiramente o movimento. Na ocasião, Sandra explicou sobre o plano de reforma do ensino médio desde sua criação, além de fazer um breve histórico das ações realizadas pelo Ministério da Educação (MEC), entre 2002 e 2015.  

“O problema do ensino médio não é o currículo. O problema começa no início da educação básica. Este é o principal enfrentamento que devemos ter frente às políticas públicas de educação”, afirmou Sandra. “As propostas atuais não vão mudar a situação, pois o ensino médio é apenas o último nível da educação básica”.  

Sandra ainda disse que as propostas são um retrocesso. “Um grupo que entrou pela porta dos fundos do MEC e agora quer retomar projetos dos anos 90. Um projeto neoliberal e de alguma forma inacabado. O que eles chamam de ‘Ponte para o Futuro’ é na verdade uma ‘Ponte para o Abismo’”.   

Até o término desta matéria, 850 escolas estavam ocupadas no Paraná, contendo ainda 14 universidades e três núcleos ocupados. Em Toledo, o número é de 11 escolas ocupadas. Os universitários protestam em apoio aos estudantes do movimento secundaristas, contrários à reforma do ensino médio; pela não aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que prevê o congelamento de gastos públicos por 20 anos; pela defesa do ensino público e os direitos da classe trabalhadora. 

Em comum, as críticas apontam para um modelo ultrapassado que fragmenta e empobrece a formação, que traz de volta uma concepção elitista da educação e que não contempla medidas necessárias para solucionar problemas estruturais 

“Acreditamos que nossa organização se faz necessária nesse cenário de cortes que estamos vivenciando. As PEC/PL e MP afetam diretamente o nosso futuro, principalmente enquanto futuros profissionais de educação”, relatou a estudante Mariana Witkowski. 

Para saber as mudanças completas na lei acesso o link: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm.  

Medida Provisória 

Fundamentada no Projeto de Lei (PL) 6840/2013, a medida resulta do relatório produzido pela Comissão Especial para Formulação do Ensino Médio (CEENSI) da Câmara Federal. A ideia é alterar a Lei nº 9.394/1996 para instituir, entre outras coisas, a jornada em tempo integral e modificar a organização dos currículos escolares, de modo a enfatizar a formação dos alunos por áreas do conhecimento. 

Segundo propõe o PL, os estudantes teriam uma grade curricular comum no início do ensino médio e, depois, escolheriam as disciplinam que querem aprofundar, conforme os interesses profissionais no vestibular. 

A divisão ocorreria a partir da ênfase nas seguintes opções de formação: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação profissional, trazendo à tona o ensino técnico. 

Para defender a proposta, o governo argumenta que o ensino médio é o que está em pior situação quando comparado às séries iniciais e finais da educação fundamental. A meta dessa fase do ensino para 2015 era de 4,3 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), mas ficou em 3,7. Na visão do governo, a reforma faria o índice subir. 

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