É no centro oeste do Brasil, que está a capital do país. É também lá que está o Sítio Semente: a área modelo em produção agroflorestal, que escolheu e foi escolhida como casa do Movimento de Agroflorestores de Inclusão Sintrótica (MAIS). Por isso, na comemoração de um ano do movimento, que tem por objetivo garantir a formação em agricultura sintrópica de produtores carentes e lideranças comunitárias, integrantes do MAIS, de todo o país, se reuniram no Distrito Federal. A missão, é claro, foi traçar novos caminhos para agroflorestar o país da monocultura.
Durante os dias 18 e 19 de março, enquanto a imprensa repercutia a Operação Carne Fraca, no Sítio Semente, sem acesso à internet, o destaque era para o sucesso das nove formações gratuitas promovidas pelo movimento em 2016. E os planos para 2017 são ainda mais audaciosos. Já em fevereiro, 25 indígenas e 5 quilombolas receberam a formação gratuita, por meio do financiamento coletivo que permitiu a ida de instrutores do MAIS a Guaíra, no oeste do Paraná.
O novo modelo de formação foi uma das pautas do encontro. “Foi um desafio ensinar esse modelo de plantio para pessoas que naturalmente tem uma conexão muito grande com a terra, como os indígenas. Mas mesmo distante do Sítio Semente, onde eles podem ver com os próprios olhos que a agrofloresta realmente funciona, acredito que eles compreenderam os benefícios e oportunidades que esse sistema pode oferecer em segurança alimentar e renda”, destaca o instrutor, Ricardo Lopes, responsável pela formação junto com o instrutor Antonio Gomides França.
Mas plantar e colher comida de verdade em um ambiente biodiverso não deve se restringir apenas a alguns estados. Com novas comissões organizadas, o desafio do MAIS é chegar a todo o Brasil não só por meio de seus integrantes, mas também pela internet e por materiais educativos que deverão ser elaborados ao longo do ano. “Queremos focar o trabalho no fortalecimento das salas de aula já montadas e expandir nossa atuação pelo país, por meio das cinco comissões formadas, que vão desde seleção e acompanhamento de agricultores até Cultura”, explica o integrante, Eric Thompson Lassmann.
E assim, em apenas dois dias, jovens das mais diversas áreas do conhecimento e de todo o Brasil reafirmaram mais uma vez o compromisso em dar continuidade a um trabalho que começou como um sonho e hoje é a esperança de muitos produtores pelo país. Sementes plantadas no presente para germinar um futuro de biodiversidade no campo e fartura na mesa dos brasileiros!
MAIS
O Movimento de Agroflorestores de Inclusão Sintrópica (MAIS) nasceu em 2016 da vontade de um grupo de jovens em promover a fartura e a preservação ambiental, por meio da agricultura sintrópica. Inspirados nos ensinamentos do suíço Ernst Götsch, o trabalho do Movimento já financiou a formação em sistemas agroflorestais no Sítio Semente e em outras salas de aula, de mais quase 40 produtores pelo país.
