Cinco professores da PUC-PR integrou a caravana organizada pelo Sebrae-PR numa viagem à região de Boston/Cambridge, nos Estados Unidos, para uma visita técnica a algumas das principais universidades americanas no setor de empreendedorismo. O objetivo foi conhecer de perto como trabalham estas universidades para observar como é possível implementar esta cultura empreendedora de maneira mais efetiva no Brasil.
Paulo Porto (coordenador do Núcleo de Excelência em Empreendedorismo e Inovação, de Curitiba), Alvaro Amarante (Curitiba), Adriana Martello (Londrina), Evandro Redivo Nava e Hermes João Inácio (os dois últimos do Câmpus Toledo) foram os professores da PUCPR na viagem. Na visão do professor Evandro Redivo Nava, as universidades visitadas trabalham muito mais próximas ao mercado. “As ações são em função das demandas da sociedade e isso para eles é normal e as empresas têm um nível de confiança muito elevado nas universidades”. Ainda de acordo com ele, essa prática é tão notória que há forte investimento das empresas em pesquisas.
Evandro acredita que o trabalho da universidade é mostrar às empresas que “ela está disposta a exercer este papel também”, disse ele. O professor complementa: “Se as universidades souberem abordar o mercado é possível sim mudar este cenário no Brasil”.
Nova Cultura
Para Hermes João Inácio a avaliação da viagem é muito positiva por vários aspectos, principalmente por permitir visualizar outras experiências e traçar um paralelo para perceber até que ponto é possível utilizar o sistema americano no Brasil. “Há, evidente, diferenças legais e culturais, entretanto, as iniciativas e objetivos são os mesmos, mas eles estão um passo à frente porque a cultura empreendedora está muito enraizada nos EUA”, comentou.
Segundo ele, o caminho é longo porque “será um trabalho de mudança de pensamento e este é um trabalho que vai de uma geração para outra”, mas Hermes acredita ser possível, com o apoio do Sebrae, incentivar os jovens do ensino fundamental para, dentro de 15, 20 anos existir uma nova geração quanto ao ato de empreender.
Ecossistema Empreendedor
Já o professor Paulo Porto Martins destacou a importância do empreendedorismo para as universidades americanas como forma de alavancar a universidade, tanto na questão do ensino como também na geração de receita. “Um ponto necessário a ser destacado é que lá se coloca o estudante como um agente ativo no processo, delegando a ele a responsabilidade em resolver problemas reais e alinhados à realidade do mercado, enquanto os professores e as universidades atuam mais para auxiliar nesta busca pela solução dos problemas”, analisou.
De acordo com o professor Paulo Porto, a PUCPR já está realizando algumas coisas alinhadas ao que acontece nos EUA e está se preparando de maneira adequada para avançar ainda mais esta cultura e destacou o forte investimento em metodologias ativas e na valorização do tema empreendedorismo. “É preciso pensarmos no ecossistema de educação empreendedora que precisamos fortalecer na PUCPR”, disse ele, explicando que na viagem foi possível perceber o quanto se trabalha este ecossistema nas universidades americanas, onde se tem uma relação entre o que acontece em sala de aula com o mercado, no que acontece entre os cursos, entre os campi. “O que eu vi lá é um ecossistema em torno de um aprendizado ativo”.
Porto ressalta ainda ser possível “sonhar dentro da nossa realidade” e enxerga a PUCPR dentro de um futuro próximo como a principal universidade com foco em educação empreendedora no Brasil.
