A necessidade de ampliar a malha férrea paranaense foi o tema central de um debate entre o Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) e a Estrada de Ferro do Oeste do Paraná (Ferroeste) nesta terça-feira (20), durante a reunião de Coordenação do Programa, na sede da Frimesa, em Medianeira. Hoje, são 250 quilômetros, quando o ideal seriam contar com pelo menos mais mil quilômetros de ferrovia para escoar 40% da produção do estado. Atualmente apenas 20% da produção vai de trem.
Durante a reunião, o POD se comprometeu a mobilizar a população e apoiar as iniciativas da Ferroete, pois a região é a principal prejudicada quando o assunto é logística. Apenas 10% da safra regional é escoada pela ferrovia, sendo refém de apenas um modal, situação que dificulta a competitividade.
Além dos integrantes da coordenação do programa, a reunião contou com a presença do diretor de Coordenação da Itaipu, Hélio Gilberto Amaral; do presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araújo; do chefe de Gabinete da Casa Civil do Paraná, Valdomiro Rocha; do prefeito de Matelândia Rineu Menoncin (Teixeirinha), do presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Afonso Kroetz e do assistente do diretor-geral da Itaipu, Alexandre Teixeira.
Ampliação da ferrovia
Segundo Bresolin, a Ferroeste cresceu nos últimos anos, mas pode mais. Até 2011, por exemplo, transportava 200 contêineres por mês. Atualmente, com os investimentos na empresa e parcerias, o volume cresceu para 900 unidades mensais. A saída para ampliar as linhas de trens seria criação de uma nova concessão estadual. Assim, atrair investidores para elaborar um estudo de implantação de novos ramais. A previsão é que esse levantamento custe R$ 30 milhões. E o valor estimado da obra gira em torno de R$ 10 bilhões. “Sabemos que o POD reúne mais de 60 entidades, por isso, contamos com o apoio para mobilizar e mostrar a população a importância desse investimento”.
O presidente do POD, Danilo Vendruscolo, afirmou que o programa tem total interesse no projeto, pois a região é mais prejudicada quando se trata de logística. “Nós estamos refém das rodovias. Apenas 10% da nossa produção é escoada pela ferrovia, quando em outras regiões, chega a 40%. Essa mudança precisa ser feita nos próximos 15 anos para acompanhar a evolução agronegócio. Do jeito que está, competir fica difícil”. E completou: “No Oeste é como se estivéssemos invertendo as matrizes de transporte da safra”.
O diretor de Coordenação da Itaipu destacou que a empresa também apoiará as ações e incentivará o uso e investimento em outros modais, como o fluvial.
O estudo
O estudo contemplará o projeto de construção de linhas entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá, a revitalização existente e a extensão de um ramal de Cascavel a Dourados, no Mato Grosso do Sul. “Acreditamos que esse projeto traga um grande salto para a economia do Paraná. Um novo ciclo de desenvolvimento”, defendeu Bresolin.
Valdomiro Rocha afirmou que o Governo do Paraná já aprovou implantação de nova ferrovia. Até junho de 2018, o Governo abrirá a licitação para que as empresas possam elaborar o estudo. Nele, deve constar por exemplo, o tempo de retorno do investimento e avaliações ambientais.
Sanidade Animal
A criação dos Conselhos de Sanidade Animal também foi tema dos debates, pois hoje, 65% do mercado de exportação para carne suína, está fechado para o Paraná. A justificativa é a falta de credibilidade dos produtos brasileiros.
Segundo Herlon de Almeida, gestor do POD, é preciso melhorar o controle sanitário, pois um problema de sanidade pode gerar uma decadência econômica na região e no estado. “Demoramos cerca de 17 anos para abrir o mercado, mas podemos perder em um dia. Precisamos unir esforços”.
Para o vice-presidente do POD, Elias Zydek, uma das soluções encontradas pelo programa para abrir esses mercados é justamente melhorar a sanidade da região. Para isso, a meta é até 2018, auxiliar a implantação dos Conselhos nos 54 municípios do Oeste. “Esse assunto é uma das prioridades do Oeste e do Paraná como um todo. O Governo está até propondo a antecipação do cumprimento das normas do Plano Nacional de Sanidade Ambiental, de 2021 par 2019”.