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EDUCAÇÃO

Semana da Consciência Negra da UNILA discute o papel de professores negros na Universidade

As atividades são gratuitas e abertas para toda a comunidade.

28/11/2017 - 17:28


Discutir a participação de professores negros na Universidade e apresentar trabalhos que estão sendo realizados por estudantes são as principais atividades da 7ª Semana da Consciência Negra da UNILA, programada para os dias 29 de novembro a 1º de dezembro, no auditório da UNILA Jardim Universitário (Avenida Tarquínio Joslin dos Santos, 1000 - antigo prédio da UniAmérica). As atividades são gratuitas e abertas para toda a comunidade. A programação completa está disponível no site.

A mesa de abertura da Semana tem como tema “Professores negros na UNILA”. “Esse é um ponto que queríamos discutir a muito tempo. Somos muito poucos, comparando com o número total de professores da Universidade. Queremos dar visibilidade para essa ausência. Essa mesa tem a proposta de nos conhecermos, sabermos nossas áreas de atuação, pensarmos em articulação de trabalhos conjuntos”, diz a professora e coordenadora do evento, Ângela Maria de Souza.

No segundo dia, está programada a apresentação de dez trabalhos de estudantes de graduação e pós-graduação com o tema “Populações afro-latino-americanas e o debate na Universidade: ações e perspectivas”. De acordo com a professora, o número de trabalhos que discutem as questões de raça vem crescendo a cada ano. “Essas mesas com os estudantes são também uma forma de apresentar para a cidade o que vem sendo desenvolvido, principalmente, nas escolas.”

Ações na comunidade

Realizar a Semana da Consciência Negra na semana seguinte à do dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) é uma forma de permitir a participação de integrantes da comunidade acadêmica em ações de movimentos sociais e de escolas da cidade e região, ampliando o debate sobre a questão, explica Ângela. “Tem uma questão que nós podemos pontuar desde a primeira edição [em 2011] que é essa ampliação para fora da universidade. E o espaço das escolas públicas é fundamental para esse debate.”

Para chegar a esse resultado, a estratégia foi estruturar as atividades de forma conjunta com as escolas. “Foi um grande aprendizado trabalhar junto com as escolas. Antes, tínhamos de pedir para entrar, hoje a gente não consegue dar conta de atender a todas as solicitações”, destaca. “Até pouco tempo, as ações eram realizadas só em Foz, agora há atividades em Santa Terezinha, Medianeira, Matelândia, Itaipulândia.”

Em relação à educação básica (Ensino Fundamental e Médio), o principal desafio é a implementação das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que determinam a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. “Para que essa legislação possa ser de fato implementada, nossa proposta é o desenvolvimento de atividades contínuas, que não sejam realizadas somente no mês de novembro. As atividades de novembro devem ser o resultado de uma ação desenvolvida durante todo o ano”, comenta.

Segundo Ângela de Souza, apesar da evolução registrada nesses sete anos, ainda há muito trabalho a ser feito. “Ao mesmo tempo em que há uma ampliação do debate, ainda há muita dificuldade com essa questão, num país em que 54% da população é autodeclarada preta ou parda”, ressalta Ângela. “Mas essas resistências são justamente uma forma de dizer que é necessário e fundamental trabalhar de forma intensa para ampliar o debate.”

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