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CULTURA

TUCCA encerra suas atividades com manifesto cênico

O objetivo da oficina era compreender o quanto a arte potencializa a crítica e a diversidade artística

11/12/2017 - 10:09


A “Oficina Montagem TUCCA”, projeto de Extensão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), que se iniciou em setembro deste ano, encerra as atividades com o manifesto cênico ÁRVORERE, título em homenagem a uma das primeiras montagens do Teatro Unioeste Campus de Cascavel - a peça “Padaria” de Bertolt Brecht (1998).

O manifesto cênico é um resultado estético dos vários experimentos feitos durante a oficina montagem que, logo no início, utilizou-se de um exercício de produção de textos, como estratégia na construção de personagens que manifestassem seus anseios, desejos e loucuras.

 

Esses textos foram a base para a criação das cenas, além dos poemas e frases de Bertolt Brecht e Heiner Müller, dramaturgo e escritor alemão, discípulo e seguidor de Brecht. Em algum momento, comentou-se sobre Frans Krajcberg, artista polonês que morou no Brasil, e utilizava-se da sua arte como denúncia contra o desmatamento criminoso e ensandecido das florestas brasileiras. Na semana em que foi discutido sobre o artista e a sua obra, este veio a falecer aos 96 anos, sendo um dos homenageados. Há referências incríveis para o processo de composição de cenas, figurinos e sonoplastia. Em termos de sonoridade do manifesto foi ouvido muita música e dançado bastante Aretha Franklin, Serge Gainsbourg, Leonard Cohen, Jeanne Moreau no filme Querelle e sons de batuques. 

 

Procurou-se reproduzir as várias percepções do corpo no âmbito social, político e artístico, visualizando uma série de cenas que foram transformadas num roteiro. Foi tentado retraduzir partituras corporais que se transformaram num manifesto, onde o ator contracena com a plateia. A apresentação desse trabalho acontece num dos minis auditórios da Unioeste, um espaço intimista com poucos lugares, porque a vontade é aproximar bem as histórias e homenageados com as pessoas que, possivelmente, vão assistir.

 

Na realização da oficina, proporcionou-se a reflexão de quanto a arte potencializa a crítica e a diversidade artística. Foi falado de dança, teatro, cinema, fotografia e música com a intenção de fazer um desenho cênico. Sem a preocupação de uma dramaturgia pronta. Essa mediação entre as várias linguagens artísticas levou a sentir o quanto a Arte é Livre. Pode-se fazer uma revolução através dela. Essa foi a grande inspiração, a sensação de liberdade! “É tão bom balançar-se na árvorere!!” 

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