Nesta quinta-feira (24) o protesto dos caminhoneiros contra o aumento do preço do óleo diesel entrou no quarto dia. A manutenção da greve já começa a afetar os postos de combustíveis em todo o país, incluindo Toledo, onde é possível ver filas quilométricas de carros e pessoas com galões para abastecer os veículos. Além disso, supermercados também passaram a sentir seus abastecimentos comprometidos.
No posto de combustível Blindagem, no Jardim Porto Alegre, a previsão é que o estoque de gasolina termine após o almoço. “Temos apenas dez mil litros de gasolina disponíveis. É uma situação que as pessoas deveriam ser mais racionais, porém todas querem encher o tanque do carro. Se antes atendíamos 100 carros com este estoque, hoje não conseguimos atender 50”, revela o proprietário do posto, Ademar Ellwaner.
Ele ainda destaca sobre a redução de 10% dos impostos sobre o diesel, segundo acordos da Petrobrás. “Eles querem dar aos caminhoneiros uma trégua de 15 dias com o preço diminuído, mas isso é o mesmo que chamar os grevistas de bobo. Isso não soluciona o problema. Nós que trabalhamos diretamente com os caminhoneiros sabemos das circunstancias que eles passam. É preciso bom senso da área política para perceber que a população não pode pagar pelo que está acontecendo”.
Já o Auto Posto Transyara, no Jardim Coopagro, está sem gasolina e álcool desde ontem (23). “Temos apenas um pouco de diesel. A situação só vai se normalizar quando a greve acabar e depois que as distribuições forem regularizadas. Mas para isso, é preciso que o governo tome medidas em relação aos impostos absurdos que cobram”, diz o proprietário Ivo Grizza.
Devido à insuficiência de combustíveis nos postos, há possibilidades dos estabelecimentos elevarem os preços dos seus produtos. No entanto, o núcleo de Proteção e Defesa ao Consumidor (PROCON) alerta que nestes casos, o motorista deve pedir a nota fiscal e levar ao órgão.
Além da nota fiscal, o motorista deve tirar foto ao lado da placa de preço para comprovar a denúncia. Depois de apurado e finalizado o processo, uma multa será aplicada ao estabelecimento.
Supermercados
A falta de mercadorias já é sentida em supermercados em Toledo. O Supermercado Cidade Canção, por exemplo, já carece de resfriados de aves, suínos e bovinos. A parte seca, como mercearia, arroz e feijão, também já estão entrando em escassez. “A partir de sexta-feira é provável que haja uma baixa nestes produtos”, conta o subgerente do supermercado, Rodrigo Neres.
Os hortifrútis à venda também são os únicos do estoque. “Temos seis caminhões parados na estrada, sendo dois deles carregados de hortifruti”. Em razão da insuficiência de insumos, o supermercado suspendeu as ofertas para não gerar transtorno de disponibilidade de produtos ofertados.
No supermercado Allmayer, segundo o gerente de marketing, Bruno Radunz, o setor mais afetado foi o dos perecíveis. “Temos caminhões que nem saíram de São Paulo, pois se saíssem iriam perder a carga inteira”. A saída encontrada pelo supermercado foi abastecer-se com fornecedores da região. “Frutas, verduras e carnes, mesmo que alguns frigoríficos estejam com as atividades suspensas”.
Mesmo assim, o movimento no estabelecimento está acentuado. “As pessoas criam o pensamento de que os suprimentos vão desaparecer de uma hora para a outra, mas não é bem assim. Tem que haver um bom senso e não entrar em desespero”, pondera Radunz.
