Reunir a família, sentar ao redor da mesinha de centro da sala e abrir aquela caixa meio empoeirada que costuma ficar escondida no armário. Folhear as páginas plastificadas, algumas meio amareladas e redescobrir rostos que já estavam esquecidos, relembrar momentos impagáveis, revisitar um pouco o passado. Coisas que só a fotografia revelada no papel é capaz de proporcionar: esse ar de nostalgia, essa confraternização que gera sorrisos, gargalhadas e até mesmo algumas lágrimas de saudade. Essa é uma atividade em família que foi perdendo a “adesão” quando os álbuns físicos deram espaço para a fotografia digital. Registrar o cotidiano ficou rápido e simples com câmeras sempre a postos nos celulares.
Mas com essa explosão tecnológica, muito da “alma” das lembranças foi se perdendo e agora um movimento inverso vem acontecendo: as pessoas querem voltar a sentir o prazer de um registro no papel. “Estão percebendo o quanto elas perdem quando deixam as fotos apenas no HD ou no cartão de memória do celular. Acho que já aconteceu de perderem arquivos e pensarem, quando encontram um arquivo antigo: ‘nossa que pequenininho ele era. A gente nunca mais olhou essas fotos!’. Já o álbum não. O álbum a gente vê com mais frequência e cada vez mais estão notando isso: o verdadeiro valor de uma foto impressa”, comenta a fotógrafa de Cascavel, Huaíne Nunes.
Especialista em fotografia de família, Huaíne tem despertado e incentivado esse resgate dos álbuns fotográficos. “Costumo dizer para meus clientes: ‘você lembra das suas fotos de infância? Como era legal ver essas coisas, né? Vamos proporcionar isso para o teu filho também. Não é porque ele nasceu na era digital que não pode ter essa lembrança gostosa que a gente tem’”, detalha a profissional.
A dentista Cristiane Correia Asami percebeu isso e agora não abre mão de ter as fotos reveladas. “Desde que engravidei do meu primeiro filho resolvi tirar fotos para eternizar o momento. O resultado foi tão bom que optamos por fazer um acompanhamento do bebê, e desde então, todo ano fazemos pelo menos uma sessão de fotos e um álbum impresso. As crianças foram crescendo e a alegria deles ao ver os álbuns, manuseando as fotos é incrível! Com as novas tecnologias o acesso às fotografias é muito fácil, porém dificilmente paramos para rever isso. Até hoje nos reunimos na casa da minha mãe para rever as fotos antigas e quero muito que meus filhos tenham essas memórias que para nós são as mais importantes”, conta Cristiane.
É claro que esse resgate vem adaptado à atualidade. Hoje, os álbuns ganharam um ar artístico e personalizado, deixando os registros ainda mais ricos. “Trabalhamos com álbuns encadernados com capas únicas feitas só para eles. Às vezes com o tema do quartinho do bebê ou com o tema da festinha de um ano. Produzimos em dois tamanhos: um mais compacto para carregar e outro mais robusto”, descreve Huaíne, acrescentando que outros produtos impressos têm ganhado vida com as fotografias, como os quadrinhos personalizados de um ano com fases marcantes do desenvolvimento da criança, quadrinho do recém-nascido com dados do nascimento e ainda os calendários fotográficos, ilustrando cada mês com uma fotografia da família. “É para mostrar que não tem preço ter uma foto no papel, que isso é a história da tua família!”, finaliza a fotógrafa.
Sobre a profissional
Huaíne Nunes é formada em moda, mas se envolveu com o mundo da fotografia muito cedo: já fotografava quando tinha 10 anos. Hoje participa dos principais cursos da área e ministra workshops pelo Brasil. Já foi colunista de um dos maiores blogs de fotografia do país e, além de fotografar, também trabalha como mentora de fotógrafos, ajudando-os a organizar e alavancar a carreira. Em 2017, foi a única profissional de fotografia da região Oeste do Paraná a ter um trabalho selecionado na 5ª temporada do “Outstanding Maternity Award”, premiação internacional de fotografia de família.
