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GERAL

Comprar preferencialmente de MPEs pode gerar seis vezes mais emprego

A capacidade de compra do poder público brasileiro ultrapassa os R$ 260 bilhões, mas deste montante as Micros e Pequenas Empresas só participam de uma fatia de 17%, muito inferior ao percentual de países como os Estados Unidos com 37% ou o Japão com 35%. Os municípios são os maiores compradores individuais com uma capacidade de compra estimada em R$ 64.901 bilhões, os Estados estão em segundo com cerca de R$ 47.963 bilhões e por último a União com R$ 45.060 bilhões. Nas empresas estatais a capacidade de compra totaliza R$ 96.928 bilhões.

04/11/2010 - 23:35


Estes dados foram apresentados na palestra promovida pelo Sebrae, Observatório Social e Acit, na noite desta quinta-feira (4), com o tema: “Vender para o governo ou empresas públicas é um bom negócio?”. O palestrante Cirineu do Nascimento Rodrigues confirma: “Sim é um bom negócio, o poder público é o maior comprador em qualquer município”.

Rodrigues explica que a Lei possibilita que os governos façam políticas públicas para estimular a participação das Micro e Pequenas Empresas - MPEs nos processos licitatórios.  “Das compras governamentais estima-se uma capacidade cerca de R$ 260 bilhões, destes apenas 17%, ou seja, R$ 44 bilhões/ano têm a participação das Micro e Pequenas Empresas, com políticas públicas é possível ampliar esta participação para 30%, conforme acontece nos países desenvolvidos. Com isso o valor referente à participação das MPEs pode chegar a R$ 78 bilhões/ano, um incremento de R$34 bilhões”.

A tese do palestrante se justifica quando ele apresenta outro dado. Para criar um emprego na MPEs é preciso R$35 mil/ano, enquanto que numa média ou grande empresa para criar um emprego é necessário R$ 187mil/ano.

“Se ampliarmos a participação de vendas das MPEs para 30% da capacidade de compras governamentais geramos um incremento de R$ 34 bilhões e com isso criaríamos 971mil novos postos de trabalho, enquanto nas médias e grandes empresas este mesmo valor geraria apenas 182 mil novos empregos, ou seja, 789 mil vagas a menos”.

Segundo Rodrigues, se o município comprar preferencialmente das MPEs ele mantém o dinheiro na cidade, fortalece estas empresas, gera emprego e consequentemente amplia a arrecadação municipal.

Venda governamental requer maior responsabilidade

O palestrante destaca que ao mesmo tempo em que a venda aos órgãos públicos é um novo e excelente canal de vendas, ela requer uma responsabilidade maior do empresário. “E diferente de uma venda comum, porque com o cliente você trata, negocia, estipula condições de vendas e este está vendo o que está comprando. Com o poder público é diferente, ele é obrigado a obedecer a uma legislação que diz como é que as compras devem ser feitas. Sempre privilegiando a isonomia, a igualdade de tratamento, a transparência e comprando com o melhor preço possível. Isso significa que o empresário deve primeiro conhecer a Legislação, tem que saber a que Legislação ele deve obedecer, pois esta Legislação estipula penalidades, multas se o contrato não for cumprido”.

Rodrigues finaliza dizendo que vender para o governo ou empresas públicas requer capacitação, habilitação financeira e técnica para produzir os produtos que são pedidos pelo poder público na qualidade e no preço competitivo.

Acompanhe também a vídeo reportagem.

Texto Selma Becker

Imagens Graciela Souza

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