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OPINIÃO: EQUIPES E PERSPECTIVAS PARA 2011

Escolhidos os primeiros nomes das equipes que iniciarão os governos federal e estadual em 2011, há um indicativo claro das estratégias a serem adotadas e cabe uma reflexão a respeito de como os dois níveis de governo pretendem iniciar.

07/12/2010 - 07:42


Dilma Rousseff, como esperado, manteve os principais integrantes do governo Lula, sobretudo na área econômica, num indicativo claro que, de fato, pretende continuar as diretrizes tomadas ao longo dos últimos oito anos, ou seja, as medidas adotadas no final do governo visando refrear o “gasto” público e a gastança privada poderão não ser a tônica de seu governo. Por outro lado, Beto Richa chamou para o nível estadual boa parte de sua equipe na prefeitura de Curitiba marcando que pretende ampliar para o Estado as diretrizes adotadas na gestão da capital e, a cumprir o que se vem ventilado, promoverá uma série de “ajustes” na forma como o Estado vem “gastando”.

Não se está diante de um mero desacordo entre duas esferas de governo, mas sim, de duas formas diferentes de conceber o que são o gasto e o investimento público, e quais suas funções e conseqüências.

A se pensar que se vive a segunda vaga da crise de 2009 e que a “marolinha” daquela época se traduz hoje numa crise econômica nos países centrais que está fazendo com que o governo federal reverta alguns dos passos dados naquela época, vê-se que a equipe de Dilma está diante do desafio de rever alguns de seus paradigmas teóricos e de converter realmente o capital político herdado de Lula na continuidade da “lua-de-mel” da aliança PT-PMDB com boa parte da população, o que requer que o desenvolvimento e a inclusão social continuem.

Este também é o desafio de Beto Richa, afinal, é inegável que o governo Requião foi marcado por avanços expressivos na área social no Paraná, e que contribuiu para isto o investimento feito no setor público rompendo com as marcas mais trágicas do neoliberalismo da era Lerner. Portanto, se Richa sucatear o setor público e/ou fizer com que a vida da população piore, seu governo estará fadado ao fracasso e ele com a carreira política comprometida, o que, evidentemente, não é do seu interesse, nem do grupo que o apóia.

Por estas razões, o próximo ano promete ser interessante, afinal, qual dos dois lados terá maior capacidade de rever seus paradigmas e mostrar-se realmente capaz de gerir os tempos amargos que podem estar se avizinhando? Que papel estará reservado ao gasto público e ao Estado? É esperar para ver e analisar!

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