O investimento per capita no primeiro quadrimestre em saúde, no município de Toledo totalizou R$ 139,98, ou ainda, um investimento total de R$ 14.855.767,04 – recursos próprios e da União. No entanto os indicadores relacionados a produção dos serviços de saúde sugerem uma reflexão sobre a eficácia dos investimentos, como por exemplo, o índice de gravidez na adolescência que chega a 16,5%.
Outro índice apresentado se refere a realização de exames citopatológicos que não conseguiu atingir o percentual pactuado de 0,17 do público alvo. Em Toledo, segundo o IBGE 2011, o público alvo corresponde a 10.506 mulheres entre 25 e 59 anos. No primeiro quadrimestre deste ano, do público alvo 1.688 mulheres se submeteram ao exame.
Segundo as orientações dos indicadores de monitoramento avaliação do Pacto Pela Saúde, nos componentes pela vida e de gestão para o biênio 2010 – 2011, a razão média (pactuada) no país em 2009 foi de 0,18 exames/mulher/ano.
A série histórica do indicador razão entre exames citopatológico do colo do útero na faixa etária de 25 a 59 anos e a população alvo, no Paraná desde 2005 é superior o pactuado ainda hoje em Toledo. Enquanto no município o pactuado é 0,17, no estado em 2005 já era 0,18, 2006 e 2007 – 0,20, 2008- ,18 e 2009 – 0,20.
O exame citopatológico é o principal instrumento de diagnóstico precoce, por isso entre as prioridades do Pacto Pela Vida esta a ampliação da oferta do exame preventivo do câncer do colo do útero visando alcançar uma cobertura de 80% da população alvo, o que para Toledo representaria, segundo IBGE 2011, 8.404 mulheres.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que o total de partos cesáreos em relação ao número total de partos realizados em um serviço de saúde seja de 15%. Esta determinação está fundamentada no preceito de que apenas 15% do total de partos apresentam indicação precisa de cesariana, ou seja, existe uma situação real onde é fundamental para preservação da saúde materna e/ou fetal que aquele procedimento seja realizado cirurgicamente e não por via natural (OMS, 1996).
Em Toledo, no primeiro quadrimestre, dos 607 partos – 437 foram por Cesárea o que representa 71,99%.
Quanto a mortalidade infantil, os resultados gerais da Amostra do Censo 2010 do IBGE constatam que o número de óbitos de crianças menores de 1 ano passou de 29,7 para 15,6 em cada mil nascidas vivas, uma queda de 47,6% (entre 2000 – 2010), na média nacional, onde inclui municípios de extrema pobreza. Em Toledo, entre 2010 e 2011 houve um acréscimo na mortalidade infantil de 140% registrando o índice de 14,17 por mil.
No primeiro quadrimestre Toledo o índice já chegou a 8,23 por mil. As principais causas dos óbitos infantis apontados pela ex-secretária, Denise Liel estão a prematuridade e anomalias congênitas. Outro índice preocupante é o número de gravidez na adolescência que no quadrimestre representou 16,48% do total.
Outros indicadores que podem estar relacionados a políticas de prevenção é a causa morte no município como as doenças do aparelho circulatório que representa 28,36% dos óbitos, algumas doenças infecciosas e parasitárias com 2,99% e algumas afecções originadas no período perinatal 2,99%.
Esta relação pode ser observada também nas causas de internamentos, como as doenças infecciosas e parasitárias que representam 6,07% do total, gravidez, parto e puerpério 14,01% e problemas com o aparelho circulatório que representa 16,47% das internações. Esta tendência se repete na distribuição dos remédios, entre os que tem maior saída estão os Antihipertensivos 35,20% e Analgésicos 11,58%.
Em vigilância em saúde o Programa de controle da Dengue aponta um alto índice de infestação no quadrimestre, 4,9 enquanto o preconizado é 1. Foram registrados, no período, 133 casos suspeitos, 59 casos adquiridos no próprio município (autóctones) e quatro importados. O número de imóveis fechados e não visitados chega a 21.399, enquanto 28.247 foram vistoriados.
Você acompanha, aqui na Casa de Notícias, nesta quarta-feira (30), o depoimento da ex-secretária de Saúde, Denise Liel - sobre o que deu errado em 2011 quando Toledo ficou com o segundo pior Índice de Desempenho do SUS – IDSUS do estado e da 20ª Regional de Saúde. Denise também comenta os indicadores apresentados na Audiência Pública.
Por Selma Becker