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SAÚDE

Falta de informações pode prejudicar a doações de órgãos, afirma profissionais

Doar órgãos é um ato de solidariedade. Um transplante bem sucedido salva uma vida e também resgata a saúde psicológica da família. No ano passado, o Brasil atingiu a marca de 23.397 transplantes. O Ministério da Saúde considera este índice recorde, pois em uma década o país mais que dobrou o número de cirurgias. Em 2001, foram realizadas 10.428 procedimentos, o que representa um aumento de 124%. O atual índice nacional é de 11,4 doadores por milhão de população (PMP). A meta do Ministério da Saúde é chegar a 15 doadores por milhão de população em 2015. Esta evolução também está presente em Toledo. Em 2006, o Hospital Bom Jesus iniciou a captação de órgãos. Naquele ano, foram captados coração, fígado, pâncreas, rins, córneas e ossos. Neste ano – apesar de estar em agosto ainda – já foram captados 2 fígado, 6 rins, 8 córneas e 2 corações para valvas. Apesar dos avanços, o número de doares é considerado baixo e há recusa pelas famílias.

23/08/2012 - 16:07


O Ministério da Saúde explica que a única forma de um indivíduo se tornar doador de órgãos, após a sua morte, é avisar seus familiares, manifestando, em vida, este desejo, porque somente é possivel a Doação de Órgãos no Brasil com a autorização familiar.
A presidente da Comissão Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott), Luciana Rebelato, explica que a captação de órgãos é realizada somente quando está comprovada a morte encefálica do paciente, ou seja, quando o cérebro deixa de ter função. “A equipe realiza um teste chamado apneia com o paciente e se for diagnosticada a morte cerebral comunicamos a família e verificamos se há o desejo de realizar a doação de órgãos”.
Luciana esclarece que a negativa nos pedidos ainda é elevada. “Acredito que muitas famílias não compreendem o processo ou algumas acham que podemos desligar os aparelhos, mas isto não é verdade. Como comentei, a equipe realiza uma série de testes para confirmar a morte encefálica. É uma resposta que o cérebro não tem mais função. A pessoa – infelizmente – não vai mais viver, porém o coração pode estar batendo, mas é por algumas horas”.
Estas horas são fundamentais para que outras pessoas possam viver. De acordo com estudos um doador pode beneficiar até 25 pessoas, ou melhor, 25 vidas. Os transplantes mais comuns são classificados como órgãos: coração, fígado, rim, pâncreas, pâncreas/rim, pulmão, intestino e estômago e; tecidos: sangue, córnea, pele, medula óssea, dura máter, crista ilíaca, fáscia lata, patela, costelas, ossos longos, cabeça do fêmur, ossos do ouvido, safena, vasos sangüíneos, válvulas cardíacas, tendões e meninge.
O cirurgião médico, Mateus Martin Macre, salienta que o número de doadores de órgãos tem aumentado no Estado, contudo, não é o suficiente. “Há mais pessoas necessitando de órgãos do que doando. No Paraná, o rim é o principal órgão que as pessoas mais precisam. Na sequência fígado e pâncreas. Com relação as córneas zeramos a fila e coração temos alguns pacientes necessitando”.
Macre destaca que o Estado está organizando uma campanha com algumas instituições para incentivar a doação de órgãos. “A principal é conscientizar a população, pois isto pode refletir no aumento das doações. Entendo que é em um momento de tristeza para a família, pois ela acabou de perder um ente querido e tomar uma decisão importante - que é doar os órgãos - pode ser complicada. No entanto, do outro lado, tem famílias - extremamente - ansiosas esperando os órgãos para verem os seus entes queridos sobreviverem por mais tempo graças a uma doação ou um ato de caridade de uma família sensibilizada que pode fazer isso por outras pessoas”.
Uma família de Toledo - sensibilizada - decidiu doar os órgãos de seu ente querido. A captação dos órgãos iniciou às 16h e encerrou por volta das 19h30 da última quarta-feira (22). O cirurgião médico, Mateus Martin Macre, disse que a captação foi satisfatória. Pelo menos três pacientes receberam os órgãos: rins e fígado.
O transplante do fígado aconteceu na noite de ontem em Curitiba. Ele relata que os rins são encaminhados para a central dos transplantes para fazer um estudo e verificar se o paciente é compatível e é distribuído para qualquer lugar do Estado de acordo com a compatibilidade do doador e do receptor. “A equipe deve ter o máximo de cuidado durante a captação, porque ela reflete no implante. A perfusão do órgão de trocar o sangue pela solução de preservação deve ser minuciosa para que tenha sucesso no implante também. Por isso, que demora bastante tempo uma captação”.

 

Abaixo uma lista de alguns órgãos e tecidos que são utilizados para transplantes

Órgão/Tecido Tempo/Reirada Tempo/Transplante
Coração antes da PC* 4 - 6 h
Pulmões antes da PC 4 - 6 h
Fígado antes da PC 12 - 24 h
Pâncreas antes da PC 12 - 24 h
Rins até 30´após PC até 48 h
Córneas até 6 h após PC 7 a 14 dias
Ossos até 6 h após PC até 5 anos
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