Saúde
Segundo o representante da área de saúde, Rodrigo Melonari, este setor enfrenta diversas dificuldades em seu cotidiano, seja por infraestrutura ou falta de profissionais. Melonari disse que algumas das unidades básicas de saúde de Toledo não cumprem com o seu papel, o de exercer a função de atenção primária. “Esta atenção é a mais efetiva e a responsável por resolver o problema na base”. Melonari também destacou a sobrecarga de trabalho dos profissionais que atuam no mini-hospital.
A representante dos agentes comunitários de saúde e combate em endemias, Neuza Gripp, apresentou a angústia da categoria aos candidatos. Ela relatou que estes profissionais sofrem muito diariamente, primeira pela não valorização por parte do gestor municipal. Segundo ela, este fator tem ocasionado diversos problemas. Neuza lembrou aos candidatos que são estes profissionais que visitam todos os dias as famílias, que orientam gestantes, hipertensos ou diabéticos. “As filas diminuem nas unidades devido o nosso trabalho, contudo, o gestor municipal não quer saber como está a saúde preventiva, mas somente da saúde curativa”.
Ela salientou que é por meio do trabalho destes profissionais que chegam os recursos federais para o Município trabalhar com este programa. “Eu venho pedir encarecidamente que nos reconheçam como trabalhadores, porque é difícil trabalhar sem ter um retorno. Esta é a minha angústia e de todos os trabalhadores”.
Neuza ainda alertou que a categoria está engajada na luta – de nível nacional – por melhorias no piso salarial. Atualmente, o salário dos profissionais é de R$ 626, porém com os descontos chega em até R$ 571. “Este é um salário ideal para um trabalhdor que atua de sol em sol e enfrenta diversos riscos? Creio que ele é baixo”.
O representante da vigilância sanitária, Genair Luis Grunevald, disse que a vigilância é uma unidade de saúde fiscalizatória que tem como caráter fazer com que as doenças vinculadas com produtos ou serviços deixam de acontecer. “A vigilância sanitária tem - além de seu caráter fiscalizatório - educativo. Atualmente, a categoria possui um problema sério de infraestrutura. Nós já pedimos diversas audiências com o gestor para falar das nossas dificuldades, mas nunca fomos atendidos”.
Genair destaca que a vigilância é a única unidade de saúde preventiva, que promove e previne os riscos da saúde a população, mas que somente é lembrada quando acontece algum tipo de problema. “Atualmente, atuam na função aproximadamente 20 funcionários que cuidam dos 120 mil habitantes de Toledo. Por sua vez, o gestor - infelizmente - não cumpre as demandas. Nós nunca fomos ouvidos no período desta administração”.
Educação
O represente do professor de educação infantil, auxiliar em desenvolvimento social e assistente de desenvolvimento social, Rodrigo Fernando Muller, afirmou que os três cargos compõem os trabalhos dos Centros Municipal de Educação Infantil (CMEIS) em Toledo e os profissionais levantaram inúmeros problemas na atuação do profissional, mas o problema mais sério destacado pelo profissional é o excesso do número de crianças por turma conforme a quantidade de professores e metragem da sala de aula. Atualmente, algumas salas possuem entre 21 e 28 alunos, onde deveriam ter apenas 14 alunos daquela faixa etária. “Nós solicitamos que o novo gestor busque se adequar as normas estabelecidas pelo Conselho Municipal de Educação especificamente neste quesito, pois neste momento as crianças estão em risco”.
Ele enfatiza que nos CMEIS a qualidade de educação deve ser primazia. “Educação acima de tudo senhores candidatos. Espero que os senhores cumpram e revejam esta concepção, este velho conceito ainda assistencialista, e sim, entendemos a grande relevância que o CMEI presta ao município. É o local para os pais deixarem os filhos com segurança, mas acima de tudo é direito da criança ter educação”.
A categoria solicita que os três cargos tenham o mesmo salário, por conta de uma política pública municipal de educação há três salários diferentes. “Isto não gera intrigas maiores nos CMEIS, porque nos unimos e preferimos lutar pelo bem comum. CMEI não é depósito de criança, CMEI é educação”.
A representante dos professores municipais, Tânia Elisete de Grandi, disse que os professores solicitaram que a categoria tenha os avanços garantidos. Segundo ela, os professores desejam o reenquadramento através da tabela e desempenhamos a mesma função. “A categoria espera que haja maior diálogo entre professores e respectivas escolas com a gestão pública. É preciso que tenha diálogo e que ele se mantenha, porque o professor deseja um planejamento mais efetivo da categoria”.
Ela disse que é desejo do professor fazer parte do gerenciamento de sua carreira e o planejamento das licenças prêmios. “Que haja uma garantia de substituição quando este professor sai para gozar de licença”.
Sobre o resultado do Ideb, Tânia salientou que os professores se sentiram honrados com o resultado, no entanto, não surpresos. Ela enfatiza que se o Município atingiu este índice no IDEB é porque no fazer pedagógico está o professor que mesmo angustiado e em alguns momentos desanimado não deixa de exercer com qualidade a sua função. “Queremos dizer que trabalhamos não por amor, mas com amor e esperamos reconhecimento”.
Segurança
O representante da Guarda Municipal, Moises, disse que a maior necessidade da categoria é a implantação de um plano de carreira. Ele destaca que 70% dos servidores possuem ensino superior completo, mas recebem R$ 749.
Para Ronaldo Vitalino Rodrigues, a GM deve ser mais preparada para estar na rua. “Se tirar o GM da rua, o Municipio pode se tornar uma anarquia, porque a PM não tem efetivo suficiente para estar nas ruas. Nós estamos cansados de ganhar este salário e servir de politicagem. A GM não é isso. A GM é muito mais”.
Geral
A auxiliar de serviços gerais, Simone de Oliveira – que representou a categoria – apresentou algumas das dificuldades destes profissionais. A primeira esteve relacionada a progressão da categoria. “Enquanto muitas outras profissões tiveram cursos neste ano, nós não tivemos nenhum. Diante disso, buscamos informações para saber o porquê que não teve o curso e recebemos a resposta que é porque não há verba. E eu questiono: Por que para nós não há verba?”.
Simone disse que o salário de um auxiliar de serviços gerais é uma vergonha. “Nós ganhamos um salário mínimo, mas esquecem que com os descontos o salário diminui para R$ 470”.
Ela solicitou que continue o repasse do vale-alimentação, porque é direito do servidor. A profisisonal pediu que a nova administração comece a pagar por insalubridade, que na maioria dos locais deveriam pagar pelos serviços que os auxiliares de serviços gerais exercem e não é pago. “As pessoas comentam que o nosso município é um dos melhores do Paraná, acho que por isso deveria valorizar mais os funcionários, principalmente, os que servem e limpam os locais de trabalho todos os dias. É mais justo nós sermos valorizados”.
Pagamento por insalubridade também é uma reivindicação das cozinheiras. A representante, Ivanira Teodoro Paes, disse que a categoria realiza atividades com água quente e fria, em refrigeradores e no fogão e nenhum profissional recebe por insalubridade. “O nosso salário é R$ 623 não é nem o valor do salário mínimo. É uma vergonha este salário que pagam aos servidores”.
Ela também disse que a categoria não teve nenhum curso de qualificação neste ano. “No ano passado teríamos 36h de curso e foi realizada apenas 24h e com quem ficou as outras horas”.
Outro fato de indignação da profissional é na compra dos utensílios de cozinha. “Muitas vezes vem a lista para pedirmos materiais para a cozinha. Nós pedimos bacias de 20L e mandam bacias de 40L. Nós precisamos do tamanho que pedimos. Acho que quando vão fazer a lista que procure quem realmente está na área e não quem não entende”.
E esta servidora também solicitou que a categoria seja valorizada. “Estamos realmente muitos desvalorizados com esta gestão que está aí”.
O representante do pátio das máquinas, José Francisco Wille, afirma que o local está uma calamidade. “Nós não temos banheiro, refeitório nem local para bater o ponto. Tem colega meu que sai de noite para de casa para trabalhar e ninguém acompanha. É necessário que um GM vá junto com ele. Além que ninguém recebe o pagamento das horas-extras e nosso salário também está muito defasado”.
Segundo o representante dos motoristas, Ozevaldo Fernandes do Carmo, a categoria está esquecida. “É impossível carregar as pessoas nestes veículos que estão ultrapassados. Os nossos salários também são baixos. Seria importante que este profissional fosse valorizado no local de trabalho. Que os candidatos olhem para o trabalho de todos os servidores e o motorista faz parte desta escala”.
Avaliação
Segundo o secretário-geral, Amauri Linke, os candidatos tiveram a oportunidade de conhecer as reivindicações dos servidores municipais nos diferentes cargos. “Eles conheceram as suas angústias diárias, como trabalhar com a falta de equipamentos, de material, de valorização, a falta de respeito com o servidor. Além que, a falta de diálogo na administração pública é muito latente. A demonstração que os servidores fizeram nos diferentes cargos é importante, pois assim os candidatos sabem como está a situação da administração pública”.
Linke lamentou que atual prefeito não tenha mantido um diálogo com a categoria e com a entidade sindical. “As reivindicações nunca avançaram. O servidor vive em uma pressão muito grande e, naturalmente, tem causado doenças de trabalho em função da pressão que o servidor vive em seu cotidiano. Sempre levamos as reivindicações para a administração e tentamos resolvê-las, mas infelizmente não foram solucionadas exatamente por falta de diálogo que o Schiavinato tem com a categoria”.
O candidato, João Poletto, reconheceu que por esta panorâmica a situação dos servidores é preocupante, seja no aspecto salarial, na condição de trabalho e outras reivindicações expostas pelas respectivas categorias ou setores deste município de Toledo. “Tenho a certeza que vamos assumir, analisar e viabilizar dentro de uma realidade e responsabilidade para contemplar que todas as reivindicações sejam solucionadas para que os servidores tenham uma condição de vida melhor. Os servidores merecem, eles vão ter o apoio e o nosso empenho para realmente atende tudo o que foi posto”.
Poletto acrescentou que pretende resgatar a dignidade do servidor. “Nós diagnosticams que é indispensável que se valorize o servidor e que seja dado o espaço na administração. Nós vamos implementar para que o servidor seja co-partícipe e não esta relação de patrão e empregado. A surpresa que num momento deste dentro do sindicato é perfeitamente compreensível que seja nesta ênfase esta reivindicação, mas nem por isso que eles não estejam com a razão. Vejo que há situações que realmente precisam serem melhoradas. Tanto que precisam que constam no plano de governo seja quase a totalidade das reivindicações aqui formuladas. Muito me manifestei dizendo que pelo conteúdo, perfeitamente passível de ser cumprido, com tranquilidade e não preciso dos quatro anos”.
O candidato, Beto Lunitti, disse que em sua caminhada tem percebido o grande compromisso de fazer uma gestão correta e justa no município. “Quisera eu que as contradições existentes no município estivessem apenas pautadas nas questões de políticas públicas humanas que todos conhecemos, a começar pela saúde. É desumano que o servidor municipal ganhe abaixo de um salário mínimo. É desumano ouvir aqui que há falta de reconhecimento e de valorização estão presentes na gestão”.
Beto Lunitti disse que se for eleito vai promover – imediatamente - uma alteração nas políticas internas de relacionamento com os servidores e resgatar a dignidade dos profissionais. “Percebo que as reivindicações não estão somente atreladas a um melhor salário, mas principalmente, na relação do prefeito com o servidor. É o relacionamento dos secretários com os servidores. O que falta nesta gestão é o calor humano, é o respeito. É o olhar no olho, é dar o carinho que as pessoas precisam e melhorar as condições de trabalho. É um desafio ser o prefeito de Toledo, pois não podemos fazer políticas desequilibradas, e sim, nós precisamos ouvir o servidor. Saio daqui com um aperto no coração por tantos anos estes servidores estarem sofrendo em sua pele todos estes desmandos relatados e com um sentimento forte no coração de que atrás destes olhares tem sonhos e sentimentos”.
**TERMO DE COMPROMISSO**
1º Reajustar os vencimentos e demais vantagens dos servidores e empregados públicos municipais de Toledo, anualmente, em índices nuca inferiores ao INPC/IBGE, sempre na data-base (mês de março de cada ano);
2º Garantir que o valor do menor vencimento dos servidores públicos municipais e o menor salário dos empregads públicos municipais de Toledo nunca seja inferior a 1,2 salários mínimos;
3º Garantir a manutenção e a contribuição do Município de Toledo para a Caixa de Assistência dos Servidores Municipais de Toledo – CAST;
4º Garantir a manutenção do FAPES – Fundo de Aposentadoria e Pensões dos Servidores de Toledo, os repasses patronais e os valores relativos ao passivo atuarial (em conformidade com o cálculo atuarial);
5º Reformular e atualizar, sem perda de direitos, os Planos de Cargos e Vencimentos dos Servidores do quadro geral e dos profissionais de Magistério do Município de Toledo, garantindo o reenquadramento de diversos cargos que estão com seus vencimentos defasados;
6º Reformular e atualizar, sem perda de direitos, o Estatuto dos Servidores Públicos Municipais de Toledo;
7º Conceder aos servidores (ativos e inativos) e empregados públicos municipais o vale alimentação e ou auxílio-alimentação (Art 68 e 69 do Estatuto dos Servidores Públicos Municipais de Toledo), sem restrinções para o recebimento;
8º Firmar Acordo de Compensação de horas extras com a participação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Toledo;
9º Revisar os decretos, com participação do Sindicato dos Servidores, que versam sobre as progressões por qualificação dos servidores municipais de Toledo;
10º Garantir a qualificação profissional para todos os servidores e empregados públicos municipais de Toledo (formação continuada) de, no mínimo, 45 horas anuais;
11º Ampliar o número de servidores liberados para o Sindicato dos Servidos Públicos Municipais de Toledo;
12º Garantir, através de lei, a participação dos representantes por local de trabalho nas reuniões promovidas pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Toledo;
13º Implantar e implementar Programa de Saúde dos Servidores;
14º Garantir Acordo Coletivo de Trabalho para os empregados públicos Municipais de Toledo;
15º Garantir pagamento das ações judiciais, transitadas em julgado, aos servidores e empregados públicos municipais de Toledo;
16º Garantir o pagamento de diárias aos servidores e empregados públicos municipais de Toledo, quando se ausentarem do Município de Toledo a trabalho ou para eventos de interesse público;
17º Garantir a acessibilidade nos espaços e atividades públicas aos servidores cm deficiência;
18º Garantir a substituição dos servidores para gozo de licenças;
19º Realizar concursos para os cargos em que estão faltando servidores;
20º Regulamentar as atividades e ou tarefas que os estagiários poderão executar.
GERAL
Servidores e empregados públicos de Toledo destacam a falta de valorização pela atual gestão, em encontro com candidatos a prefeito
Respeito, reconhecimento, estrutura, plano de carreira são as principais reivindicações ao governo atual de Toledo. Os servidores e empregados públicos da cidade afirmam que não conseguem manter um diálogo com o atual gestor e, por isso, anseiam que o próximo administrador da cidade valorize cada profissional independente do setor em que atua. Na noite de sexta-feira (31), o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Toledo realizaram um encontro entre os candidatos a prefeito, João Poletto e Beto Lunitti com os servidores e empregados públicos. Representantes de diversas categorias, como saúde; auxiliar de serviços gerais; cozinha; educação; segurança; vigilância sanitária e motorista apresentaram suas principais angústias e o que pode ser melhorado no setor. Ao final, os candidatos a prefeito e vice assinaram o Termo de Compromisso composto por vinte cláusulas, as quais abordam alguns dos pedidos dos profissionais.
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