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GERAL

Caminhada marca a luta por respeito e valorização profissional dos ACS e ACE em Toledo

Os agentes comunitários de saúde (ACS) e os agentes de combate a endemias (ACE) buscaram, neste sábado (15), a colaboração, apoio e compreensão da população em uma caminhada realizada na área central da cidade. Os profissionais entregaram uma carta aberta a comunidade. De acordo com o documento, os ACS’s e ACE’s prestam serviços de fundamental importância para a promoção da saúde bem como para a prevenção de doenças e endemias nos mais variados gêneros (especialmente no combate a dengue). As categorias lutam pela valorização profissional, implantação de um plano de carreira e uma melhoria salarial. Atualmente, o piso atual gira em torno do salário mínimo de R$ 622. No entanto, a União repassa para o Município a quantia de R$ 881. A argumentação da gestão é que a diferença é utilizada para pagar o material de trabalho dos agentes. Os agentes explicam que os seus serviços são reconhecidos e respeitados pela comunidade. Entretanto, a mesma situação não se repete por parte da Prefeitura Municipal de Toledo que não valoriza o trabalho.

15/09/2012 - 15:57


Há um ano e cinco meses atuando como agente de combate a endemias (ACE), Lilian Fátima Konig, salienta que a categoria busca por conhecimento profissional, porque por diversas vezes os profissionais não são reconhecidos. “A população precisa saber que salvamos vidas, porque o ACE não cuida somente da dengue, ele é amigo da família; por muitas vezes é ele que aconselha a comunidade, enfim”.
Ela destaca que o ACE precisa ser reconhecido profissionalmente e, posteriormente, acontecer melhorias em nosso salário. “O nosso salário é de R$ 622 com os descontos totaliza aproximadamente R$ 610. Se parar para pensar não se faz nada com este valor para quem sustenta uma família. Alguns colegas tem que tirar R$ 170 do salário para comprar a passagem para vir do interior, porque o prefeito argumenta que o interior não faz parte de Toledo”.
Lilian enfatiza que os agentes trabalham por amor e não pelo salário. “Encontramos diversos desafios no dia a dia. Há pessoas que não nos recebem, mas a cada dia percebemos que as pessoas gostam do nosso trabalho sendo o ACE ou ACS. Nós nos tornamos amigos da população”.
A agente lembra que a categoria – por muitas vezes – é reprimida. “Vários colegas ganharam a conta, porque se você tem voz ativa é reprimido. Você não pode ter opinião própria. Queríamos que os governantes conversassem conosco para saber a nossa opinião. Nunca participamos de nenhuma conversa com a atual administração”.
A agente comunitária de saúde (ACS), Neuza Gripp, acrescenta que a categoria necessita ser valorizada. “Estamos cansados de ouvir dizer que o agente de saúde é o para-choque da saúde em Toledo, quando na verdade não temos valorização por parte dos administradores na cidade e almejamos muito isso”.
Neuza complementa que é por meio do ACS que o Município formata um relatório que é enviado para o Ministério da Saúde. “Se não fosse o nosso trabalho não viria as verbas do governo federal para investir na saúde. Além que, o Município poderia receber mais recursos do Governo Federal para investir na cidade se houvesse mais profissionais. É necessário a contratação de mais profissionais, porque a cidade não é 100% coberta pelo atendimento dos agentes”.
Um exemplo citado por Neuza é a região industrial que não possui nenhum agente comunitário de saúde. “Uma microárea é dividida entre os agentes. Atualmente, cada profissional chega acompanhar entre 170 a 200 famílias. No São Francisco há quase 7 mil habitantes e está faltando agentes”.
A profissional solicita que a atual administração reconheça o trabalho de cada agente. “Perante a comunidade é bem aceita. Teve uma época que havia uma resistência, porque a pessoa estaria abrindo a porta de casa e de sua vida e fomos trabalhando. Hoje somos bem aceitos pela população”.

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