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GERAL

Agressões constituem a principal causa de morte entre jovens. Órgãos precisam trabalhar em conjunto

A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, em grande número de forma silenciosa. É um problema que acomete ambos os sexos e não costuma obedecer nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural específico. Segundo o Ministério da Saúde, as agressões constituem a principal causa de morte de jovens entre 5 e 19 anos. A maior parte dessas agressões provém do ambiente doméstico. Para isso, políticas públicas que contemplem a vítima, o agressor, a família e os demais envolvidos devem ser formatadas.

17/09/2012 - 16:55


A tenente Luci Rocha explica que a violência doméstica é uma responsabilidade intersetorial. “Não acredito em um trabalho isolado realizado somente pela segurança, educação, saúde, assistência social, comunidade e família”. Ela acrescenta que os órgãos precisam resgatar a formulação de um trabalho em rede, porque neste estilo de trabalho cada um terá a sua atribuição e em determinados momentos se consegue a interface".
Luci esclarece que o aumento de notificações não significa que elevou o número de casos de violência doméstica. Para ela, a população passou a conhecer os seus direitos e, principalmente sabe onde buscá-los. “Há alguns sinais de alerta da violência doméstica, como o estress do dia a dia. No entanto, a pessoa deve controlar esta situação de poder. É preciso romper o ciclo de violência, mas saber como diagnosticá-lo e onde cortá-lo”.
A tenente salienta que não há uma faixa determinada para que aconteça a violência, mas “nós percebemos que é uma classe média baixa que usa este serviço, mas não quer dizer que a violência está somente nesta classe social. Não tem classe, idade, credo ou raça, porque a violência doméstica pode estar em qualquer família”.
Por isso que a tenente Luci Rocha destaca o papel da intersetoridade. “Não adianta notificar ou fazer a denúncia, pois eu terei que trabalhar esta família para que todos os membros consigam lidar com esta situação. A punição é ncessária, mas acreditamos no trabalho das redes com esta família. A educação, a saúde, a ação social, a segurança, todos terão que trabalhar junto para devolver a esta família o entedimento e voltar a ser uma família com condições de morar junto e ter a sua relação em um nível de equilíbrio”.
Ela comenta que diversos profissionais estão percorrendo os Municípios que compõem o Estado para que cada um organize a sua rede e, principalmente, tenha um diagnótico de sua cidade. “Que ele saiba o local que está mais fraco ou forte para que possamos construir políticas públicas. Para isso, preciso de dados e, atualmente, o principal foco é a ficha de notificação. Quando temos dados de notificação da violência, os profissionais sabem onde e como agir”.
O integrante da SESA, Emerson Peres, explica que é importante cada setor notificar a violência doméstica ou sexual, porque em sua maioria elas são ocultas, ou seja, a violência existe no cotidiano da população, porém nem sempre são sinalizadas ou faladas. “É necessária a notificação, pois é preciso mostrar o que está encoberto. Primeiro a pessoa em situação de violência pode ser criança, adolescente, mulheres, idosos, que vivem no meio de uma relação de poder. Está pessoa deve ser acolhida e atendida no serviço de saúde ou em outros serviços que acolha e dê os encaminhamentos para a situação de violência”.
Ele salienta que quando o órgão não notifica não há o conhecimento do que está acontecendo na cidade, na região e, consequentemente, no Estado. “Não temos números quantitativos de violência, de como ela está, de quem sofre mais a agressão, a região da cidade. Nós precisamos conhecer as características da violência e se tivermos estas informações poderemos promover ações de prevenção a violência”.
De acordo com Peres, por Lei, a notificação de violênica é uma obrigatoriedade. “É uma obrigação por Lei que os profissionais de saúde, de educação, da assistência social trabalhem com este temática”.
Ele esclarece que a notificação é uma prática relativamente nova nos serviços, porque nem sempre a violência foi entendida como um problema de saúde. “A violência passa a ser vista como um problema de saúde pública, até pelas consequências, pelos agravos, pelas mortes e pelos problemas que geram na saúde. Neste sentido, a violência é vista como um problema epidemiológico. Até há poucos anos, nós não tínhamos uma ficha de notificação única para que todos os serviços de saúde pudessem utilizar e não tínhamos, portanto uma cultura para a notificação. É importante trabalhar com a conscientização, a importância do registro dos atendimentos para gerar uma cultura de prevenção e gerar dados para trabalhar com políticas públicas”.
O profissional relata que o registro da notificação é algo obrigatório e os Municípios que não estão alimentando o sistema de dados podem responder processo. “Como pode responder processo quando deixa de notificar qualquer outra agravo que por lei é responsável. A principal ação junto aos Municípios neste momento é uma ação de conscientização, esclarecimento, capacitação para que o profissional de saúde saiba como acolher a situação de violência, pois elas são complexas”.

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