A empresa responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgotos do Paraná tem todas as suas 225 estações funcionando de forma ilegal no estado, segundo as apurações da PF: 20% delas sequer existem juridicamente e funcionam sem licença. De acordo com o delegado Lopes da Silva, a Sanepar lança esgotos ao rio Iguaçu e outros cursos d´água sem qualquer tratamento, o que é uma clara agressão ao meio ambiente. Os relatórios internos elaborados pela companhia sobre a questão são considerados sigilosos e há cinco anos não são repassados ao Ibama. O delegado deve apresentar, dentro de 45 dias, seu relatório final, que poderá provocar novos inquéritos, responsabilizando autoridades atuais ou passadas.
Descalabro
“A situação na Sanepar atingiu um completo descalabro”, afirmou o deputado Elton Welter (PT), líder da bancada de Oposição na Assembleia. “Em apenas um ano de governo Beto Richa, as tarifas tiveram um tarifaço de 35%. Para quê? Para continuar a não tratar os esgotos e ser campeã de poluição?”
Para Welter, caiu por terra definitivamente a avaliação de que a Sanepar é uma “empresa modelo” e que o tarifaço foi necessário para que a companhia pudesse continuar prestando serviços de qualidade: “Resta saber quem foi beneficiado pelo tarifaço e a quem aproveita essa completa falta de controle de uma empresa que, afinal de contas, é pública, pertence ao povo do Paraná”.
Prefeituras omissas
O líder da Oposição vai além e cobra a responsabilidade dos prefeitos, pois são os municípios os contratantes dos serviços da Sanepar: “Ou bem os prefeitos dos municípios cujas estações de tratamento funcionam irregularmente são míopes ou condescendem com a péssima qualidade do serviço”.
“Os serviços de água e esgoto são responsabilidade do município. Ele podem manter ou cancelar os contratos com a Sanepar. É inaceitável que não façam nada”, cobrou Welter.
Multas
A Operação Iguaçu- Água Grande, da PF, pôs em evidência um problema que já vem de longe. A Sanepar é multada diariamente em R$ 20 mil pelos cinco anos que ficou sem fornecer informações ao Ibama. Só nesta quinta-feira, as multas ultrapasavam R$ 200 mil.
A Sanepar havia prometido prestar esclarecimentos, mas, até o final da tarde, não havia feito nenhuma manifestação.
Para Fruet, houve abandono
O candidato a prefeito de Curitiba Gustavo Fruet lembrou que o presidente da Sanepar, Fernando Ghignone, e o conselheiro Michele Caputo, que também é secretário estadual da Saúde, afastaram-se de seus cargos para se dedicar integralmente à campanha do candidato do governador Beto Richa, Luciano Ducci. Hoje, a Sanepar é presidida por Ezequias Moreira, aquele que contratou a própria sogra para trabalhar no gabinete de Beto Richa.
Fruet também citou a declaração do delegado Rubens Lopes da Silva acerca da estação de tratamento do Atuba, onde 60% do esgoto sequer chega a ser tratado.
Da Assessoria
GERAL
Sanepar, “empresa de fachada”, também é campeã de poluição
“É para isso que serviu o tarifaço?”, pergunta o deputado Welter. A Sanepar foi agraciada com dois títulos pouco honrosos: “empresa de fachada”, por cobrar do usuário pelo tratamento de esgoto e não executar o serviço; e “maior poluidora do rio Iguaçu”. Os qualificativos são de autoria do delegado Rubens Lopes da Silva, da Polícia Federal.
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