Fazer a aquisição antecipada do insumo pode ser desnecessário e acarretar, além da elevação dos custos de produção - cerca de R$74 por hectare para cada aplicação - mais uma agressão ao meio ambiente e aumento de risco à saúde dos agricultores, alertam os técnicos da Emater.
Pedro Cecere Filho, extensionista da Emater de Itambé e integrante do projeto Grãos, lembra que na safra passada o fungo da ferrugem sequer apareceu na região onde trabalha. “Mesmo assim, os agricultores fizeram, em média, duas aplicações para o controle da doença, já que haviam comprado o fungicida. Além do desperdício, aumentou a poluição do meio ambiente, prejudicando a qualidade de vida das pessoas”, disse.
MONITORAMENTO - Segundo o técnico, a partir da confirmação da entrada do fenômeno “El Niño” pelos serviços meteorológicos, as chuvas devem mesmo ficar acima da média na região. Mas a aplicação de fungicida vai depender de determinadas condições. ”Para o controle da ferrugem recomendamos um monitoramento adequado da plantação, através da observação do clima e da presença do fungo que causa a doença”, afirma.
Em parceria com outras instituições, o serviço de Extensão Rural instalou no Estado alguns equipamentos de coleta dos esporos que chegam com as frentes frias e atacam a soja, informa Pedro Cecere. Os coletores são capazes de captar a presença desses esporos antes de eles atacarem as lavouras.
O monitoramento indica se há, realmente, possibilidade da doença ocorrer e qual a necessidade de aplicar o fungicida. Na maioria das vezes, os produtores controlam a ferrugem sem a presença da doença, somente porque já adquiriram o insumo”, conta o extensionista.
O ideal, segundo ele, é que o agricultor não compre o fungicida com antecedência e que monitore a lavoura junto com a assistência técnica. Quando a doença chegar, a aplicação deve ser feita no momento certo, com um produto recomendado pelo técnico responsável, explica.
Outro alerta que o técnico faz é quanto à forma de aplicação. Segundo ele, a ferrugem inicialmente ataca as folhas da parte inferior do pé de soja, o que exige equipamentos bem regulados e adequados para a aplicação. E a aplicação deve ser feita num horário sem vento e com a pressão da bomba regulada. “Se o fungicida não chegar nas folhas de baixo da soja, o produtor não faz o controle da doença, apesar de ter aplicado o fungicida”, explica Cecere.
CONTROLE BIOLÓGICO - Os técnicos do Instituto Emater estão divulgando a prática do monitoramento dos cultivos de soja em todas as regiões produtoras do Estado. É uma forma de incentivar o uso racional dos insumos agrícolas. Os extensionistas estão programando também a divulgação do método de controle biológico da lagarta da soja e da lagarta falsa medideira.
Para isso, está sendo planejada a soltura de uma vespinha que parasita os ovos das lagartas em algumas áreas produtoras, para demonstração. A operação deve ocorrer em novembro, dezembro e janeiro e aponta para uma agricultura mais sustentável, com menor uso de insumos químicos nas lavouras.
Da AE Notícias
PECUÁRIA
Emater alerta sojicultor para não antecipar compra de fungicida
Técnicos do Instituto Emater alertam os produtores de soja para não antecipar a compra de fungicidas, mesmo que a previsão de chuva, nas próximas duas estações, seja normal e até acima da média. Essa condição pode provocar a ocorrência de ferrugem asiática, devido à combinação de umidade e alta temperatura. A orientação dos extensionistas é que os fungicidas sejam adquiridos somente se a doença ocorrer na lavoura.
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