Redução de IPI e dificuldade para tirar CNH são citados como responsáveis por queda no número de vendas de motos em Toledo

Afinal, como disse a vendedora Andressa Poletto de Oliveira, "a procura continua, a loja não deixa de estar cheia de clientes, o problema esta na hora de fechar negócio".
E essa dificuldade, na visão do representante comercial de outra revenda de motos, Roberto Pratti de Barros, pode estar nos juros que alguns bancos estão apresentando para fazer os tão falados financiamentos. Segundo ele, a inadimplência pode ser a causa desse 'jogo duro' dos bancos. "Com a crise econômica, muitos bancos que tem seu capital em risco fora do Brasil, sente a necessidade de receber em dia aqui, até para equilibrar as contas. Antes os financiamentos estavam bem tranqüilos de se conseguir, mas agora, os bancos vem fazendo mais exigências, que dificultam um pouco para o cliente", comenta.
Mas para Andressa é o cliente que está se segurando mais. "O povo está com medo de fazer dívida", pondera. A revenda dela vende em média 30 à 40 motocicletas por mês e tem como público alvo os jovens. E é esse público, que recém completou 18 anos - idade mínima para dirigir - que é encontra outro empecilho para adquirir seu tão sonhado veículo próprio. A vendedora diz que, ultimamente o DETRAN de Toledo tem dificultado os testes para conseguir a CNH tipo A. Mas mesmo assim muitos ainda vão na revenda comprar uma moto mesmo sem carteira.
A revenda de Roberto tem uma média de 100 à 150 motos 0Km vendidas por mês. Segundo ele, para driblar os períodos de crise a revenda tenta abocanhar outros segmentos. "Nós fazemos negócios com cooperativas rurais. As vezes essas cooperativas conseguem fazer para os seus associados juros menores que os bancos, o que ajuda bastante", comenta. "A moto é um modo fácil, econômico e prático de locomoção. Em Toledo então, que está com uma frota de carros em crescimento, e os lugares são relativamente próximos uns dos outros, então as motos são uma ótima alternativa", defende.
Queda é em todo o Brasil
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (4), pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), as vendas de mocicletas caíram 13,3% no acumulado de janeiro a setembro com a venda de 1.242.891 unidades. No mesmo período do ano passado foram comercializadas 1.434.322 motocicletas. Na comparação com setembro do ano passado a redução nas vendas foi 33,9%, com 115.269 unidades contra 174.487. Em relação a agosto, o mês de setembro apresentou recuo de 18% nos emplacamentos (140.620).
A produção no acumulado do ano apresentou queda (17,7%) com 1.352.753 novas unidades, contra 1.644.099 em igual período do ano passado. Na comparação com setembro de 2011, a retração foi 30,2% com 130.942 ante 187.475. A produção mensal ficou em 178.475 unidades, 26,5% a menos do que em agosto.

Por Maurício de Olinda com Agência Brasil