As mídias sociais na internet são ferramentas mais dinâmicas e permissivas que os meios tradicionais de comunicação - rádio, televisão e jornais impressos. Os meios tradicionais citados possuem profissionais especializados que filtram as informações antes da publicação. Por sua vez, na internet um vídeo, uma foto ou até mesmo um comentário são propagados praticamente sem empecilhos. Portanto, a regulação e o controle é ainda muito precário.
Exemplo, perguntada sobre o tema e durante a Conferência Legislativa sobre Liberdade de Expressão, na Câmara dos Deputados em Brasília, a ministra da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Helena Chaves comentou que não há praticamente nada a ser feito em termos de regulamentação das mídias sociais, por causa da liberdade de expressão. Apesar disso, os embates na internet podem gerar disputas judiciais, ainda mais quando o tema é eleições. Em Toledo, o Cartório Eleitoral registrou cinco processos envolvendo a rede de computadores.
É preciso se especializar
Para Biasoli, quem quer se utilizar destas ferramentas com eficiência na política deve estudar e compreender o tema. "Há candidatos que acham que o facebook é um outdoor eletrônico. Se coloca algo no outdoor somente terei a resposta depois de um ou dois dias, ou até uma semana. E no facebook publicou, o interlocutor responde. É importante criar uma concepção de campanha nova para este tipo de mídia. A resposta é imediata. E você tem que estar o tempo todo interagindo com o seu interlocutor. É algo novo e ainda está se aprendendo a mexer nisso", explica.
O cientista político analisa que essas novas formas de comunicação são positivas para a democracia, pois são canais diretos de discussão entre eleitores e candidatos, ou eleitores com eleitores. "De forma geral, o uso do facebook foi positivo nas campanhas. Qualquer um pode colocar o que quiser, desde que respeite a legislação. Neste sentindo ela é muito mais acessível e contribui para o debate. O candidato ‘X’ publica a sua verdade, eu assisto, posso ir ao facebook e colocar a minha opinião, seja crítica ou elogio. Desta forma, a comunicação se torna mais democrática e qualquer um com celular pode ser um emissor de conteúdo", detalha.
Elemento catalizador
Um estudo abrangendo milhares de usuários do Facebook dos Estados Unidos, durante a campanha para o congresso americano, realizada pela revista Nature, mostrou o impacto que essas mídias já demonstram na política. O estudo demonstrou que uma simples mensagem propagada na mídia social dizendo "vá votar" influenciou pelo menos, 340 mil pessoas para exercer o direito de escolher um congressista. Lembrando que nos EUA, o voto não é obrigatório assim como no Brasil. Outra mensagem analisada, dizendo "Hoje é dia de eleições", também, segundo a pesquisa, comoveu o eleitor a ir votar. Praticamente todos os eleitores que receberam as mensagens votaram, de acordo com o estudo.
Nas eleições para o congresso americano, alvo do estudo, 90,7 milhões pessoas votaram - 37,8% dos cidadãos habilitados para votar. Comparando com esse total de votos, 340 mil votos pode parecer uma parcela ainda pequena do eleitorado, porém, nos EUA um caso emblemático demonstra que uma pequena quantidade de votos pode fazer a diferença em uma eleição. Em 2000, a eleição presidencial daquele país foi decidida por uma quantidade ínfima de votos. Por menos de 0,01% dos votos na Flórida.
Mais próximo da nossa realidade, outro caso revelou a importância que um voto pode ter no futuro de uma eleição. No Paraná, nas eleições de 2006, Roberto Requião venceu Osmar Dias por uma diferença de apenas 10 mil votos.
Por Maurício de Olinda
POLÍTICA
Mídias sociais influenciam o eleitor e podem decidir uma eleição
Quem é familiarizado com as chamadas mídias sociais da Internet - Facebook, Twitter, YouTube - e acessa estas fontes de informações regularmente, muito provavelmente está sendo bombardeado por conteúdos ligados as eleições deste domingo (07). E é inegável o papel fundamental que estas mídias estão tendo nesta corrida eleitoral deste ano. São milhares de pessoas comentando, disponibilizando e compartilhando informações nestas redes. Apesar de novas (surgiram na web no final da década passada), elas vêm ocupando um tempo cada vez mais comum na vida das pessoas. Como não poderia deixar de ser, os políticos, principalmente neste momento eleitoral, utilizam esses meios de comunicação para pedir o voto, denunciar adversários e discutir propostas. A Casa de Notícias pesquisou o tema e com a ajuda do Professor de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e cientista político, Gustavo Biasoli Alves abordamos o assunto.
Mais lidas
- 1Primeira Conferência Municipal de Igualdade Racial de Toledo reúne lideranças e fortalece políticas públicas
- 2Estudantes do ensino médio vão representar o Brasil em Olimpíadas de Astronomia e Astrofísica
- 3Abertura do II Simpósio de Pesquisa da FAG Toledo contará com cinco mesas temáticas
- 4Uma semana que atravessou a cozinha, a arte e a política: migrantes protagonizam jornada histórica em Toledo
- 5Agência lançará “Diagnóstico Territorial Trabalho, Emprego e Renda”
Últimas notícias
- 1Dia Internacional das Cooperativas: Roberto Rodrigues aponta cooperativismo como solução para desafios globais
- 2Boletim semanal informativo da dengue é divulgado pela Saúde em Toledo
- 3Agência lançará “Diagnóstico Territorial Trabalho, Emprego e Renda”
- 4Uma semana que atravessou a cozinha, a arte e a política: migrantes protagonizam jornada histórica em Toledo
- 5Vídeo da Escola São Luiz concorre em concurso do Convênio Linha Ecológica