A endocrinologista, Cristina Magro, explica que o tipo mais comum é o 2, o qual acomete 90% das pessoas que desenvolvem a doença. Segunda Cristina, isto acontece quando há falha parcial do pâncreas na produção de insulina. A substância ajuda a carregar o açúcar para dentro das células e é transformado em energia.
Ela comenta que quando uma pessoa utiliza uma dieta com um teor de glicose muito elevado, as células de gordura se acumulam no abdômen e começam a prejudicar a ação da insulina no corpo. Percebendo isso, o pâncreas começa a produzir mais insulina até ficar sobrecarregado e eventualmente falhar.
De acordo com a profissional, o tipo 1 acontece quando o pâncreas para de produzir insulina quase completamente. Acontece, principalmente, em crianças e jovens. “Este tipo está relacionado a auto imunidade, ou seja, são anticorpos que destroem as células do pâncreas que produzem a insulina. Estes pacientes terão que usar a insulina a vida toda. Não tem como usar comprimidos como os diabéticos tipo 2”.
A endocrinologista esclarece que a diabete pode trazer consequências para todo o organismo. “A doença obstrui pequenas artérias que irrigam ou levam o sangue até os órgãos vitais. Os órgãos que a diabete atinge com o passar dos anos são: olhos (cegueira), coração, cérebro, rins (pode levar insuficiência renal), pés (amputação). A diabete é uma doença crônica, generalizada que pode afetar todo o corpo e a falta de insulina e o excesso de açúcar no sangue faz com obstrua todas as veias, vasinhos, artérias e levando complicações ao longo da vida”.
Diante disso, a médica idealizou um encontro para portadores de diabetes tipo 1 e familiares chamado Educação e Diabetes. Ela explica que a diabete tipo 1 é complexa e, as pessoas não possuem um vasto conhecimento sobre o assunto. “Muitas pessoas quando tem o diagnostico levam aquele choque e acham que vão tomar comprimidos ou fazer transplante, tomar chá. No entanto, é preciso iniciar o tratamento com insulina”.
No encontro, a profissional buscar orientar o grupo e mostrar novos tratamentos lançados no exterior. “Cada vez que retorno de um Congresso americano ou europeu faço as reuniões e trago as novidades da diabete tipo 1”.
As novidades trazidas do último congresso são: um sensor chamado C8, o qual é responsável por medir a diabetes sem furar o dedo, pois ele é realizado por raios infravermelhos, os quais conseguem medir a glicemia. A outra novidade é colocar uma bomba de insulina, a qual fica localizada no subcutâneo e acoplado no abdômen ou na coxa. É um material pequeno e discreto. Por enquanto, as tecnologias estão presentes somente na Suíça, pois o investimento é elevado.
A médica lembra que as bombas disponíveis no Brasil, os pacientes conseguem por meio de processo judicial, pois a bomba custa em torno de R$ 14 ou R$ 15 mil e os insumos são R$ 800 mensais, mais agulhas, reservatórios e papeis. “A ajuda de custo é pelo resto da vida. Um dia sem tratamento não traz grandes consequências, mas se ficar até cinco dias sem usar insulina pode entrar em coma. É uma situação grave e tem risco a vida”.
Crescimento da doença
Outra pesquisa de 2011, apresentada pela Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostrou que a doença cresceu de 4,4% em 2006, nos homens, para 5,2% em 2011. No mesmo período, a doença cresceu 6% em mulheres. Ainda de acordo com a pesquisa, o diabetes atinge 21,6% dos idosos (maiores de 65 anos). Além disso, o estudo mostrou que de 2006 até 2011, a obesidade no país aumentou cerca de 28% na população. Outro dado importante revelado pela pesquisa mostra que 22,7% da população adulta no Brasil são de hipertensos.
Segundo um levantamento do Ministério da Saúde, o número de internações por diabetes no Sistema Único de Saúde (SUS), aumentou em 10% entre 2008 e 2011. No primeiro ano da amostra foram 131.734 hospitalizações, para 145.869 em 2011. Entretanto, houve queda na comparação com 2010, quando foram registradas 148.452 internações.
Neste domingo, a Casa de Notícias traz a história de uma menina, de 12 anos, que com a sua família descobriu que possui diabete tipo 1 há quatro anos.