Campus de Toledo atende crianças com altas habilidades

O projeto atende no momento duas turmas. Uma se reúne às terças-feiras pela manhã e a outra no período da tarde de sexta-feira. Conforme relata à coordenadora, Michelle Silvestre Cabral, uma das características das crianças com altas habilidades é a leitura precoce. “Temos um caso de aluna que começou a ler aos dois anos de idade, em geral, essas crianças desenvolvem muito cedo a leitura”, assegura.
Conforme informa Michelle as crianças que participam do projeto são identificadas nas escolas. “Os professores as identificam, e encaminham para acompanhamento com psicólogos e psicopedagogos. Quando há indícios de que a criança possui altas habilidades o SMED encaminha para nós”, comenta.
A professora diz também que o trabalho dos professores da Unioeste consiste em desenvolver metodologias para que essas crianças possam lidar com suas peculiaridades. “Aqui procuramos trabalhar com elas em grupo, buscando desenvolver os potenciais de cada uma”, comenta. Ela lembra que cada criança possui habilidades diferentes.
Michelle explica que a importância desse projeto está na experiência enriquecedora que traz aos participantes, porque nas escolas de ensino regular, eles convivem com outros alunos que têm a mesma idade, mas que nem sempre conseguem se identificar, pois, muitas vezes, estes não compartilham das dificuldades e conflitos que acompanham e caracterizam as altas habilidades. “Aqui eles convivem com crianças parecidas com eles”, ressalta.
Sobre a necessidade de repassar valores para as crianças, a professora comenta que isso é pensado e praticado pelos professores do projeto. “Buscamos dialogar sobre a importância de valores com as crianças, como o respeito pelo próximo e pelas diferenças, o pensamento cuidadoso, entre outros”, comenta.
Gabriel é um dos participantes e conta que durante os encontros eles estudam bastante. “Desenvolvemos as nossas ideias aqui, com a ajuda da professora, a gente escreve, desenha, pinta”. Conforme a mãe de Gabriel, Tânia Salete Bilato, seu filho foi detectado com autismo e participar deste projeto está sendo muito bom para ele. Ela relata que o filho tem muita curiosidade. “Eu não consigo acompanhar tudo que ele pensa e fala, aqui ele pode se soltar e trabalhar sua criatividade”, relata.
A mãe, Michele Terezinha Vieira, também traz sua filha para participar, ela diz que por intermédio desses encontros sua filha adquiriu mais confiança. “Nós observávamos que ela tinha um bom desenvolvimento, mas não conseguia aplica-los com as outras crianças. Ela às vezes se sentia um pouco diferente dos outros colegas e ficava insegura com isso, e se retraía. Agora está mais segura, melhorou os relacionamentos na escola”, ressalta a mãe.
Dificuldades
A docente informa que crianças com altas habilidades, frequentemente, têm dificuldades em lidar com contradições surgidas a partir da facilidade com que desenvolvem certas habilidades em contraste com outras. “Às vezes uma habilidade intelectual não é acompanhada pelo desenvolvimento motor ou uma habilidade artística não acompanhada pelo desenvolvimento intelectual”, comenta.
Altas Habilidades
Conforme a Política Nacional de Educação de 1994, Altas habilidades são pessoas que apresentam desempenho acima da média ou potencialidades em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criativo ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial nas artes psicomotoras.
Algumas das habilidades são: desenvolvimento da fala precocemente; vocabulário amplo; excelente habilidade na leitura; manutenção da concentração; trabalhar com pensamentos abstratos; reter e transmitir informações; excelente memória; imaginação fértil; amplo conhecimento geral; liderança; apresenta dificuldades em fazer amizade com pessoas da sua faixa etária; impaciência com tarefas escolares que consideram sem propósito.

Da Assessoria