O conselheiro, Rodrigo Melonari, alerta que o grupo deve ficar atento não ao fator da proibição de horas extras, mas no andamento do serviço. “A proibição de fazer horas extras é uma prática comum nesta época do ano. No entanto, ela não pode ser a responsável pela falta de serviço nas Unidades Básicas de Saúde ou no mini. Não devemos nos preocupar em ter ou não a hora extra se for necessário o executivo terá que pagar. Devemos ficar atento ao serviço, pois se há falha devemos cobrar para que seja resposto. Se está faltando médico, nós já devemos cobrar. Que o serviço seja ajustado conforme a necessidade da população”.
Melonari ainda destaca que o mini-hospital não é um pronto-socorro, mas um ambulatório gigante. “Isso é sinal de falha na atenção primária. Devemos separar o que é atenção primária e urgência/emergência, pois se separarmos isto verificaremos que o número de funcionários no mini é suficiente para atender a necessidade de Toledo. O que ocorre é que as nossas unidades básicas não estão estruturadas para oferecerem um bom atendimento a população e, consequentemente, o mini fica sobrecarregado”.
Para ele ampliar o número de médicos no mini-hospital não é a melhor solução. “Devemos organizar a atenção primária e deixando que o mini seja um local de atendimentos para urgência e emergência. A Unidade Básica de Saúde tem que atender a população no intuito de não permitir que a população chegue ao Estado grave”.
A conselheira, Adriane Monteiro, defende que a situação de solicitar ou não horas extras para os profissionais do mini-hospital deve ser avaliada pela diretora do local. Ela também não considera esta questão um motivo de preocupação. “O corte de horas extras sempre acontece neste período. É um procedimento normal. Diante disso, cabe ao responsável solicitar a hora extra e passar por avaliação a necessidade, pois em diversos momentos é possível remanejar profissionais na unidade. Sobrecarrega o serviço, mas é algo temporário”.
O conselheiro, Dourival Moreira da Silva, não concorda com Adriana, pois ele acredita que pode sobrecarrega ainda mais o sistema. Segundo ele, muitos enfermeiros e médicos já reclamam pela elevada demanda de atendimento e muitos pensam em até solicitar a demissão. “No pronto socorro - onde o atendimento deveria ser imediato - existe a espera de 6h a 8h. Muitas vezes, as pessoas precisam de um atendimento médico imediato e ainda precisam passar pela avaliação para verificar o grau de sua dor”.
Outro conselheiro salienta que alguns funcionários que atuam no mini-hospital estão despreparados para atender a população. “Alguns tem preguiça de explicar a situação ou até nem olham na cara do paciente. Acredito que por muitas vezes falta esclarecimento para o trabalhador”.
A secretária de saúde, Noeli Salete Fornari Borges de Carvalho, defende que os funcionários estão preparados para realizar um atendimento ideal, pois durante o ano eles participam de oficinas de capacitação. “Comentei em outras oportunidades que o atender bem é algo individual e não é um decreto que vai mudar. Acho que no exercício da profissão devemos atender bem todos. Chegam reclamações na ouvidoria e todas são respondidas. As unidades encaminham para que a unidade coloque o parecer dela. O paciente não tem nada haver com o que pensamos e deve ser atendido com dignidade”, afirmou Noeli que antes de se pronunciar disse que não havia sido convocada para a reunião extraordinária do conselho e que teve conhecimento do encontro pela conselheira Adriana. Por sua vez, a secretária do Conselho afirma que encaminhou o convite por meio eletrônico como faz mensalmente.
A presidenta, Jaqueline, questionou a secretária quanto a condição de trabalho oferecida ao servidor. “Com a condição de trabalho no mini-hospital, avalio que seja perfeitamente aceitável que um servidor esteja estressado. Muitas vezes, a condição de trabalho do servidor não é a condição que garante a melhor forma de atendimento. Acho que a condição para que se faça um bom atendimento é o primeiro passo para cobrar um bom atendimento”.
A secretária de saúde, Noeli, defende que se o servidor não estiver satisfeito com o seu trabalho, ele não é obrigado a permanecer nele. “O mal atendimento por parte do servidor é ago que não tem justificativa, pois ele tem a opção de querer ou não continuar no trabalho. O atender bem não pode ser misturado com a condição de trabalho”.
Contratação
Na oportunidade, Jaqueline perguntou a Noeli como está o andamento na contratação dos médicos aprovados no último concurso. Noeli respondeu que a Secretaria está aguardando o parecer do tribunal e informou que nesta quarta-feira (24) teria uma reunião com o secretário de recursos humanos. “Lutaremos pela contratação de mais médicos até o último dia de trabalho. Nós iremos trabalhar com a mesma dignidade até o último dia e o que tiver que ser encaminhado ou solicitado”.
A discussão da falta de médicos no mini-hospital não é um assunto novo, mas o corte com horas extras é algo que chama a atenção, pois muitos dos profissionais atuavam mediante o pagamento deste honorário. Desta forma, pode gerar alguns impactos. No entanto, a secretária afirma que o atendimento está dentro da normalidade e questiona qual o impacto da falta de funcionários no mini ou no corte de horas extras, já que no último sábado profissionais atuaram normalmente com horas extras. “Anualmente, a prefeitura retém gastos nos dois últimos meses. No sábado o enfermeiro me ligou e foi autorizado”.
Encaminhamento
O Promotor de Justiça, José Roberto Moreira, alerta que o Conselho da Saúde não deve se preocupar com a forma de gestão, mas sim, com a política do SUS. “O conselho não deve se preocupar se o Executivo vai pagar hora extra ou não, mas deve se preocupar com a qualidade do atendimento, deve agir onde há o problema”.
Moreira disse que as informações apresentadas durante a reunião são desencontradas. “Diante de tudo que foi exposto aqui não sei quem tem a razão. É preciso averiguar. O conselho pode fiscalizar e elaborar um relatório com dia, hora, local, com a informação se tinha médico ou não e ninguém pode se ofender que está sendo investigado”.
A secretári de saúde, Noeli, afirma que existe uma escala de trabalho no mini de que em algumas horas não tem plantonistas e são colocados médicos com horas extras. “Acredito que o CMS deve solicitar a escala de trabalho. A escala de novembro já está fechada”.
A presidente do CMS de Toledo, Jaqueline, disse que o Conselho vai elaborar um documento manifestando a preocupação dos conselheiros sobre a defasagem de médicos e o atendimento no mini-hospital. O documento será encaminhado ao Executivo. Segundo Jaqueline, a discussão do assunto terá continuidade na reunião ordinária do CMS na próxima terça-feira (30).
SAÚDE
Em média 640 pessoas não são atendidas no mini-hospital semanalmente, informa presidenta do CMS
A qualidade do atendimento Mini-Hospital Dr. Jorge Nunes Walter de Toledo e a ordem de serviço nº 01/2012 – emitida pelo prefeito José Carlos Schiavinato e publicada no dia 17 de outubro – que proíbe a realização de serviços extraordinários (horas-extras) pelos servidores (de todos os órgãos) do Poder Executivo do Município até 31 de dezembro deste ano foram discutidas na reunião extraordinária, no último dia 23, do Conselho Municipal de Saúde (CMS). Na reunião, a presidenta do CMS, Jaqueline Fernanda Machado, disse que foi informada que um cidadão aguarda em média de 6h a 8h para ser atendido no mini. Outro dado apresentado por Jaqueline refere-se ao número de pessoas que não são atendidas devido a falta de médico em alguns momentos do dia. Ele totaliza aproximadamente 640 pessoas que não atendidas semanalmente. Diante disso, a principal preocupação da presidenta é que em diversos momentos a falta de médico era compensada com a hora extra e alguns médicos que aceitaram fazer banco de horas estabelecem que suas folgas sejam no natal e ano novo.
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