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GERAL

Associação busca acabar comercialização ilegal de suínos. Dossiê será encaminhado para o Ministério da Agricultura

No primeiro semestre deste ano, o Ministério Público de Toledo promoveu uma reunião com autoridades para discutir a comercialização de suínos mortos na propriedade, isto é, a causa da morte não estaria sendo avaliada por um médico veterinário. Por sua vez, o produtor que deveria iniciar o processo de compostagem com o animal estaria repassando o material para alguém que descarnava e comercializava como carne in natura em alguns locais de Toledo e região. Na época, o promotor de justiça, Giovani Ferri, disse que o caso era um problema ambiental, sanitário e de saúde pública e que poderia colocar em cheque toda a cadeia produtiva de suinocultura na região Oeste do Estado. Atualmente, Toledo é considerado o maior produtor de suínos do Paraná e o 3º do Brasil, com um rebanho estático de 468 mil cabeças, produziu/engordou 1.134.446 suínos. Destes números, 1,4 milhão quilos de animais por ano. Diante disso, o assessor técnico da Associação Municipal de Suinocultores de Toledo, Leoclides Bisognin, manteve contato com diversas autoridades e instituições para buscar uma solução para o caso.

01/11/2012 - 16:07


Nesta semana, o assessor técnico da Associação Municipal de Suinocultores de Toledo, Leoclides Bisognin e o prefeito eleito, Beto Lunitti estiveram reunidos com representantes da empresa Compostec e instituições de ensino para discutir uma ação. Bisognin comenta que a Compostec produz compostagem de diversos resíduos, como caixa de gordura, lodo, entre outros. “O maior problema é que o transporte de animais mortos (com causa desconhecida) é vedado pelo Ministério da Agricultura e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) - por meio de uma normativa - recomenda que se faça compostagem na propriedade”.
Ele relata que para diversos produtores fazer a compostagem do animal na propriedade é um desafio, pois alguns animais morrem com um peso elevado, além que o custo do processo é alto. “Muitos reclamam das empresas donas dos animais, pois o animal vivo pertence a empresa e quando morre é problema somente do agricultor. Para eles, o correto seria devolver também a empresa, porém é proibido fazer o transporte”.
Após o encontro, Bisognin se comprometeu em reunir as informações necessárias para a elaboração de um dossiê para ser encaminhado ao Ministério da Agricultura. “Juntamente com um professor da Universidade Federal do Paraná de Palotina montaremos um dossiê da produção de suínos, apresentando o percentual de produção e mortes, qual o destino dos animais, quais são as dificuldades do produtor, entre outros fatores”.
O assessor técnico da Associação destaca que o dossiê irá constar uma possível solução. “Iremos propor ao Ministério da Agricultura que libere o transporte destes animais até a empresa, a qual será responsável por fazer a compostagem. Queremos iniciar uma discussão com Ministério para que libere este transporte, mas seguindo normas, como exigindo que o transporte seja em caminhões fechados e frigorificados”.
Bisognin enfatiza que esta ação é o início de algo concreto. “Se não começarmos, não chegaremos a lugar algum. Se conseguirmos esta liberação junto ao Ministério para o produtor será um alívio”.
No entanto, ele alerta que deve ser mantida a logística atual, ou seja, a compostagem deve continuar sendo produzida na propriedade, pois não existe autorização que determinada pessoa possa receber estes animais. “A Lei é clara: fazer a compostagem dentro da propriedade, não sendo permitido o transporte de animais mortos. O problema deve ser resolvido dentro da propriedade, não sendo permitido sair para não contaminar, porque pode se tornar uma doença”.

Dados
De acordo com Bisognin, atualmente, a BRF abate 6,5 mil suínos por dia. Deste total 42,47% são produzidos/engordados na cidade. Conforme dados da Embrapa, a mortalidade na terminação é de 2%, ou seja, haveria a mortalidade de 22.688 cabeças, com média de 40 quilos, perfazendo um total de 907.556 quilos de animais mortos. Nas matrizes, a mortalidade é de 5%, com a média de peso por matriz de 250 quilos, num total de 32 mil matrizes, o número de animais mortos será de 1600 cabeças, totalizando 400 mil quilos. O total de quilos, de carcaças de suínos: terminação e matrizes será de 1.307.556 quilos, sem contar os reprodutores que tem uma mortalidade estimada de 5%, animais em creche 2%, leitões na maternidade 4%, além de leitões nascidos mortos.
Segundo dados da Embrapa, uma granja com 150 matrizes, no sistema de ciclo completo, gera 6.725 quilos em perdas por morte. "Se utilizarmos esses mesmos dados para o município de Toledo, que possui 32 mil matrizes, chegaremos a um total de 1.434.66 quilos de perda por animais mortos", conclui Bisognin.

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