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SAÚDE

Paciente revela precariedade na saúde pública em Toledo

A população tem o direito ao serviço de saúde gratuito e com qualidade. No entanto, a falta de ações para que o sistema público atenda com qualidade é percebida em muitos locais. As Unidades Básicas de Saúde tem o papel de prestar o serviço com qualidade e, principalmente apresentar soluções quando as pessoas as procuram. Contudo, a falta de médico e eficiência no atendimento nas UBS de Toledo faz com que muitas pessoas deixem de confiar no serviço destes locais e busquem atendimento no Mini-Hospital Dr. Jorge Nunes. Esta situação é vivenciada pela cidadã, Ivanilda dos Santos Rocha. Ela reside no Jardim América e deve buscar por atendimento na Unidade Básica do Jardim Europa. Todavia, a moradora declara que prefere esperar por horas no mini a ir à UBS próxima de sua residência. Ivanilda chegou ao mini por volta das 9h30, desta segunda-feira (05), em busca de atendimento para ela e seu filho, mas foi atendida somente no período da tarde.

05/11/2012 - 18:07


Ivanilda conta que está com dor de garganta e ele com crise de asma. O pré-atendimento foi realizado um pouco antes das 10h30, no entanto, ela não soube informar se seria atendida no ainda período da manhã. Ivanilda disse que o seu filho seria atendido a partir das 13h. Ela foi informada que um médico iniciaria o turno a partir daquele horário. Ela questionou a profissional se poderia deixar a consulta de seu filho agendada e retornar somente naquele horário, mas recebeu uma resposta negativa.
Ivanilda relata que seu filho sofre de asma e quando ele tem crises sua saúde fica comprometida. Ela conta que na madrugada desta segunda-feira (05), a criança não passou bem, pois por diversas vezes teve algumas crises de tosse. A mãe também expõe que preferiu procurar pelo atendimento no mini-hospital, porque está cansada de ir a Unidade Básica de Saúde do Jardim Europa e não conseguir atendimento. “Hoje não procurei a UBS do meu bairro, porque lá é igual é mega sena, é difícil de conseguir algo e quando consegue é sorte. Eu fui quinta-feira passada, por volta das 5h, pegar uma ficha para consultar o meu filho e fui informada que só tinha seis vagas. Quando procuro por atendimento na Unidade, os profissionais me mandam para o mini e quando venho aqui me mandam retornar para lá”. Segundo informações extra-oficiais, atualmente apenas dois profissionais da família atendem a demanda daquela região, quando o ideal seria três médicos, mas um pediu exoneração do cargo. E, por isso, algumas pessoas são encaminhadas para o mini-hospital.
Ivanilda declara que opta por ir ao Mini ou a UBS, porque não tem condições financeiras de pagar por muitas vezes o transporte. Hoje, exemplo, Ivanilda optou por esperar a consulta até às 13h, porque não tinha condições de retornar para a sua residência. “O único horário que tinha carona para voltar para minha casa era de meio-dia, mas terei que ficar aqui, pois não tenho como retornar depois”.
Ivanilda entende que o mini-hospital é um local para atendimento de urgência e emergência, porém ela afirma que onde deveria receber o atendimento, na Unidade Básica de Saúde, isto não acontece. “Você chega às 5h na UBS e é informada que só há vagas para seis pessoas. A UBS é um local em que o médico deve acompanhar a evolução da cura da doença no paciente, mas sempre que preciso de atendimento não há vaga”.
Atendimento
A diretora do Mini-Hospital, Denise Franz, confirma que parte da população que busca por atendimento no mini-hospital deveria procurar uma Unidade Básica de Saúde. Ela exemplifica uma pessoa com dor na coluna há dois meses. “Se ela procurar o mini-hospital será atendida, mas ela é uma paciente da atenção básica, porque o médico deve acompanhar a dor e se for necessário encaminhá-la ao ortopedista e fazer o tratamento com acompanhamento na atenção básica”.
Denise informa que o mini-hospital é uma unidade de urgência e emergência. Logo é um local para resolver o problema imediato, ou seja, fazer os encaminhamentos necessários para a unidade de emergência ou devolver para a unidade básica de saúde. “Muitas pessoas preferem aguardar por atendimento por até cinco ou seis horas no mini, porque sabem que serão atendidas no dia, pois na UBS o cidadão precisa agendar a consulta que demora até dez dias e muitas pessoas não querem esperar todo este tempo”.
Na semana passada quando Ivanilda buscou por atendimento na UBS, ela questionou a profissional se poderia agendar a consulta para o seu filho e, mais uma vez, recebeu uma resposta negativa. “Ela perguntou a idade do meu filho, respondi: oito anos e ela me disse que o agendamento é somente para gestantes e idosos, ou seja, em Toledo a pessoa que estiver fora desta faixa etária tem que obrigatoriamente ser saudável”. Ivanilda acrescenta que já cansou de ir à Unidade Básica de Saúde e não ser atendida. “Já cansei de ir lá e perder viagem, prefiro ficar aqui esperando algumas horas e ser atendida”.

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