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Quem conhece o cientista brasileiro?

Na última coluna acabei abordando o assunto do quase total desconhecimento por parte da população de quem foram ou são cientistas brasileiros. Muitos conhecem Einstein, Isaac Newton, Galileu, mas quase não conseguem citar algum brasileiro no campo da Ciência. Com exceção talvez de Oswaldo Cruz ou Carlos Chagas, citados em livros de história do Brasil, qual a contribuição brasileira para a Ciência que podem ser destacados? São inúmeros exemplos, mas tentaremos dar um pequeno panorama.

31/01/2011 - 12:08


Você sabia que a primeira máquina de escrever foi inventada por um brasileiro, Francisco João de Azevedo, no século XIX? Exposta na 1ª Exposição Nacional do Rio de Janeiro, fez sucesso e ganhou medalha de ouro do Imperador Pedro II. Contudo, não foi levada para a Exposição Mundial de Londres, por falta de espaço no pavilhão brasileiro e ausência de recursos? Não sendo patenteado, seu modelo foi copiado e surgiu no cenário mundial pela empresa Remington. Podemos destacar também o padre Roberto Landell de Moura que conseguiu transmitir a voz humana sem uso de fios tempos antes do italiano Marconi. Landell fez suas primeiras experiências no mínimo um ano antes de Marconi, inclusive com apresentações públicas e com cobertura da imprensa. Depois de muito esforço conseguiu patentear seu invento, mas nenhum investidor no Brasil apoiou sua ideia. Conseguiu patentear nos EUA, mas não gerou frutos, pois não possuía dinheiro para implementar sua ideia. Marconi, ao contrário, encontrou investidores na Inglaterra e apoio e, por isso, teve mais êxito. No Brasi, Landell foi tratado como herege, sofreu oposição de seus superiores eclesiásticos e, algo incrivelmente absurdo, algumas pessoas invadiram seu laboratório e destruíram seus equipamentos e ferramentas, pois achavam que falar por meio de uma máquina com uma pessoa a quilômetros de distancia era coisa do demônio! Na Química de outrora se destaca, entre muitos outros, Vicente Coelho de Seabra Silva Teles que publicou a obra Elementos de Química em 1788, abrangendo toda a Química conhecida até então. Um detalhe: esta obra saiu um ano antes do famoso Tratado Elementar de Química de Lavoisier. Vital Brasil desenvolveu soros contra picadas de cobras e escorpiões que salvaram milhares de vidas. Mais recentemente, pode-se citar os trabalhos da Agrônoma professora Johanna Dobereiner, tcheca de nascimento e naturalizada brasileira, que revolucionou a agricultura brasileira, tornando o Brasil o maior exportador de grãos de soja e líder mundial na produção de álcool. Os trabalhos sobre bactérias fixadoras de nitrogênio propiciaram a redução do uso de fertilizantes, com melhoria na eficiência e economia de divisas. César Lattes, físico, descobriu uma nova partícula atômica, o meson pi, uma reviravolta na ciência. Contudo, o premio Nobel de 1950 foi dado ao pesquisador chefe da equipe na qual estava Lattes e não a ele, o verdadeiro descobridor, talvez uma das maiores injustiças deste premio. Otto Gottieb já foi indicado para o premio Nobel de Química. Na atualidade pode-se citar Miguel Angelo Laporta Nicolelis, médico e cientista brasileiro, considerado um dos 20 maiores cientistas do mundo no começo da década passada, segundo a revista "Scientific American". Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009. Nicolelis é o primeiro cientista a receber da instituição americana no mesmo ano o Pioneer e o Transformative R01 e o primeiro brasileiro a ter um artigo publicado na capa da revista Science. Lidera um grupo de pesquisadores da área de Neurociência da Universidade Duke (Durham, Estados Unidos), no campo de fisiologia de órgãos e sistemas, na tentativa de integrar o cérebro humano com máquinas (neuropróteses ou interfaces cérebro-máquina). O objetivo das pesquisas é desenvolver próteses neurais para a reabilitação de pacientes que sofrem de paralisia corporal. Nicolelis e sua equipe foram responsáveis pela descoberta de um sistema que possibilita a criação de braços robóticos controlados por meio de sinais cerebrais. O trabalho está na lista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) sobre as tecnologias que vão mudar o mundo. Poderíamos citar muitos mais, antropólogos, economistas, engenheiros, historiadores, sociólogos, mas seriam necessárias muitas colunas para isso. Torço para que o Brasil valorize muito mais nossos cientistas.

 

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