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ECONOMIA

Projeto estimula inovação e melhora resultados de pequenas empresas do vestuário em Terra Roxa

Desde julho de 2010, cerca de 30 empresas de vestuário de Terra Roxa, no oeste do Paraná, passaram a receber atendimento do Projeto Agentes Locais de Inovação, uma iniciativa do Sebrae Nacional, executada no Paraná pelo Sebrae/PR e Fundação Araucária. O Projeto, que também atua em diversas cidades do Estado em segmentos como metal-mecânica, turismo, agronegócios, entre outros, pretende levar a cultura da inovação aos empreendedores, por meio de diagnósticos empresariais, consultorias e sugestões que estimulem a prática de processos simples, inovadores e que exijam pouco investimento financeiro.

31/01/2011 - 12:39


De acordo com o consultor do Sebrae/PR em Curitiba e gestor estadual do Projeto Agentes Locais de Inovação, Olávio Schoenau, Terra Roxa foi escolhida para receber o Projeto, no setor de vestuário, por ser um segmento importante para o desenvolvimento microrregional. “Naturalmente o vestuário é considerado como setor estratégico tanto para a cidade, que é destaque em moda bebê, quanto para os municípios de seu entorno que acabam tendo condições econômicas similares. Além de Terra Roxa, o Projeto também atua nesse segmento nas cidades de Altônia, Cianorte e Maringá, no noroeste do Estado, e em Francisco Beltrão, no sudoeste”, exemplifica Olávio Schoenau.

Terra Roxa, que se destaca como polo nacional do vestuário infantil, tem pouco mais de 16 mil habitantes e 48 indústrias de confecção infantil. O setor responde, além de 30% da economia local, por um terço da geração de empregos diretos e indiretos.

Os atendimentos às empresas que aderem ao Projeto é feito por intermédio de profissionais capacitados pelo Sebrae/PR, chamados de agentes locais de inovação.

“Os agentes locais passaram por uma capacitação de mais de 200 horas. São profissionais altamente engajados em processos de inovação e, com certeza, indicam aos empresários participantes as melhores maneiras de transformar suas empresas em inovadoras”, assinala o gestor estadual do Projeto Agentes Locais de Inovação.

Juliana Gambim é a agente local de inovação que atende as empresas em Terra Roxa e destaca que qualquer micro e pequena empresa formal, que atua no setor de vestuário do município, pode aderir de forma gratuita ao Projeto e dar início a transformação de empresa convencional para empresa inovadora.

“Não há hipótese de uma empresa crescer sem que esteja alicerçada em princípios gerenciais modernos e funcionais. Se isso porventura ocorrer será por mero acaso e de forma temporária. Assim, atuamos de forma a incentivar que os empresários renovem os processos e deem início a práticas inovadoras. As ações de inovação sugeridas abrangem áreas como marketing, produto, processo, organizacional ou serviços e podem ser simples como reuniões periódicas com os colaboradores e até um planejamento estratégico ou mudança de layout da loja, entre outras”, exemplifica Juliana Gambim.

Conforme explica o consultor do Sebrae/PR em Toledo, Alan Alex Debus, o Projeto Agentes Locais de Inovação está preparado para atender cerca de 50 empresas em Terra Roxa, sendo assim, ainda há tempo para que novas empresas participem. “O Arranjo Produtivo Local (APL) Moda Bebê de Terra Roxa é um grande parceiro do Projeto, portanto, quem tiver interesse em conhecer mais e aderir ao Projeto pode se dirigir

até a sede que fica na Rua José Tondato, 80 ou pelo telefone (44) 3645-3229, ou entrar em contato com o escritório regional do Sebrae/PR em Toledo, no telefone (45)3252-0631”, enfatiza.

Nos atendimentos do Projeto, os agentes locais de inovação realizam um diagnóstico da gestão empresarial e uma mensuração do estágio de inovação em que a empresa se encontra. Esses levantamentos, esclarece Alan Debus, oferecem um retrato fiel da situação da empresa naquele momento e, com base nos dados adquiridos, é feita a proposta de um plano de trabalho e apresentado ao empresário para que inicie os

processos de inovação.

Com 162 perguntas e com base em 13 dimensões, que de alguma forma repercutem em inovação, ressalta Olávio Schoenau, é possível medir o grau de inovação em que a empresa se encontra e visualizar quais as dimensões em que ela precisa inovar mais.

“As dimensões atuam de forma integrada e é preciso que todas tenham processos inovadores. Com o Projeto, diagnosticamos, por exemplo, se a empresa tem um ambiente inovador, ou seja, se o empresário está interessado e comprometido em inovar; se há inovação nos produtos ou se a empresa faz apenas o tradicional; se inovam no atendimento ao cliente e nos processos; entre muitos outros questionamentos que vão

culminar numa espécie de radar indicando os pontos a serem melhorados.”

 

 

 

 

 

 

Com experiência de mais de dez anos no segmento de confecção de lingerie no município, Luciano Reis Latrônico também começou a ser atendido pelo Projeto em meados de 2010 e já comenta resultados positivos. “Fiz pequenos investimentos que já melhoraram a produtividade da fábrica de 550 para 800 peças ao dia. E isso, sem

aumento no quadro de funcionários, apenas com reuniões aos colaboradores e melhorias no layout da fábrica. Agora, o próximo passo é organizar nosso escritório, controlando melhor os processos, as entradas e saídas, o estoque, entre outros, para que possamos ganhar ainda mais força no mercado”, planeja Luciano Latrônico.

“Quando se fala em inovar, muitos empresários pensam que é necessário alto investimento e não o fazem por falta de recursos. Assim, pretendemos levar até eles algumas práticas e soluções simples de inovação que podem ser aplicadas no dia a dia dos negócios, tornando-os mais rentáveis e competitivos”, comenta o consultor do Sebrae/PR em Toledo. A duração do Projeto é de dois anos e contempla áreas de gestão como desenvolvimento de produtos, desenvolvimento de processos, ações de marketing e estruturação organizacional. “A inovação é considerada como uma das principais ferramentas para que a empresa eleve seu poder competitivo nos mercados em que atua. Com o suporte dos agentes locais, a inovação será focada nos resultados positivos

para o empresário, de forma planejada e consciente”, complementa Debus.

 

 

 

 

 

 

 

Informações da Assessoria

 

Foi com base na aplicação do questionário que a empresária Sandra Antônio, que atua no setor de confecção e venda de roupas infantis em Terra Roxa, conseguiu identificar as prioridades para melhorar o desempenho de sua empresa. “Começamos a ser atendidos pela agente local na metade do ano passado, logo que iniciamos o trabalho na empresa e isso foi muito positivo. Tínhamos apenas seis meses de mercado e, com o questionário, conseguimos ter uma ideia mais clara do que precisávamos para poder crescer. A questão da organização dos processos dentro da empresa e o planejamento estratégico apareceram com maior força e é nisso que vamos nos focar já a partir do próximo mês”, diz a empresária.

Crescimento

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