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Desafio é encontrar meios para ampliar o desenvolvimento de Toledo e região. Educação é a base, afirma Reichert

A Associação Comercial e Empresarial de Toledo (ACIT) comemora 45 anos de fundação, nesta sexta-feira (23), em um encontro com diretores, ex-presidentes, lideranças políticas e empresariais. Neste período, cada equipe que atuou na entidade teve conquistas e desafios. O presidente da Acit, Edésio Reichert, relata que o período é uma meia vida – do ponto de vista histórico – junto ao crescimento de Toledo e região. “O sentimento de 45 anos é de felicidade, de reconhecimento e de gratidão a equipe que construiu a história da Acit. Hoje, como presidente, faço uma pequena contribuição no processo”. Reichert destaca que nestas quatro décadas a entidade presenciou várias conquistas, contudo, também há os desafios, sejam eles: educação, saúde, sustentabilidade, desenvolvimento econômico, logístico, entre outros fatores em que a entidade é parceira para formatar ações ou buscar soluções.

22/11/2012 - 16:36


Ele disse que a missão da entidade é atuar no quadro do associativismo e buscar melhorias na geração de riquezas, capacitação de colaboradores, entre outros assuntos.  Reichert declara que neste sentido o maior desafio da Acit é provocar o debate de temas que precisam evoluir, seja como cidadão, empreendedor ou sociedade. Um dos temas destacados por ele é a educação.
O presidente da Associação afirma que o Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, porém a qualidade das escolas (municipal, estadual, federal ou privada) são deficitárias. “Quem é o primeiro responsável na formação educacional? A escola municipal. Porém, a base está mal construída. Em Toledo existe um nível privilegiado de escolas e pessoas envolvidas no ensino, contudo, coloco em dúvida a capacidade de aprendizagem dos alunos do 5º ano”.
Reichert exemplifica citando o trabalho do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). Ela foi realizada com alunos de 65 países e com faixa etária de 15 anos. O PISA avaliou o grau de aprendizagem das disciplinas de português, matemática e ciências. O presidente da Acit lamenta o resultado do Brasil que aparece em 53º lugar. “É uma informação que deveria provocar indigestão no meio acadêmico, nos setores responsáveis pelo ensino de ordem municipal, estadual e federal. Esta é a realidade em português, matemática e ciências e ainda sonhamos com um país desenvolvido e a qualidade do nosso ensino é esta. O país perde para Uruguai, Colômbia, Trinidad e Tobago”.
Ele volta a enfatizar que o problema no ensino começa na base, o qual diz respeito ao Município. “O desafio é enfrentar este problema sem medo. A escola deve se tornar um local em que as pessoas realmente aprendam, porque o foco é o resultado. Qual é o resultado efetivo dos nossos alunos do quinto ano em termos de aprendizagem? O resultado do IDEB é algo generalista”.
Reichert acrescenta que ensino não se constrói com três ou quatro anos. Para ele, o resultado aparece com 15 ou 20 anos. “Há situações emergenciais como infraestrutura. Estamos sem condições de infraestrutura em comparação com outros países. Se a nossa carga tributária é a maior do mundo, onde está o equívoco?”.

“Toledo e região Oeste precisam continuar sendo competitivos”
Criar meios para integrar ainda mais as entidades organizadas e as forças políticas e econômicas pelas obras do aeroporto regional é um dos desafios das associações comerciais e empresariais do Oeste do Paraná. Há quase 20 anos, a região tenta sensibilizar as autoridades da urgência estratégica de construir uma estrutura que possa com segurança e de forma adequada contribuir com o processo de expansão dos indicadores do Oeste.
O custo da obra, orçada em R$ 100 milhões, é apenas uma fração do PIB da região que chega a cerca de R$ 23 bilhões.
Segundo o presidente da Acit, Edésio Reichert, para o Município e a região continuarem sendo competitivos naquilo que produzem o fator logístico é algo fundamental. “Nisto entra o aeroporto regional, ferrovia e duplicação de rodovias. A luta é das causas regionais, porque temos questões cruciais e não podemos fazer de conta que o problema não existe”.

“Não podemos fechar os olhos para problemas que afetam a sociedade”
O empresário declara que devido a entidade representar a sociedade, ela é procurada por representantes para discutir diversos assuntos. “Não podemos fechar os olhos para problemas que afetam: classe empresarial, colaboradores, enfim a sociedade em geral. Fomos procurados pela 20ª Regional de Saúde, a qual nos mostrou que toda a regional possui somente dez leitos SUS de UTI. É um número preocupante e, por isso, precisamos fazer algo, mas há problemas em todas as áreas”.
Reichert disse que a classe empresarial precisa mudar a forma de reivindicar ou atuar junto aos organismos governamentais. “Não dá para agir da mesma forma, porque existem os problemas e, infelizmente, os discursos. É necessária uma ação corretiva”.

“Empresários não devem ter medo de negativar o cliente em caso de inadimplência”
O sistema SPC-Brasil proporciona ao empresário segurança na venda e na recuperação do crédito com mais agilidade. Contudo, conforme Reichert, o número de inadimplência em Toledo ainda é elevado. Segundo ele, os empresários devem consultar a conduta do cliente, mas especialmente negativa-los quando ocorrer alguma inadimplência. “O empresário ter o hábito de deixar a anotação do devedor em uma gaveta e ligar cobrando a conta, esperando que o acerto possa ser feito de forma amigável é cultural em nossa sociedade. Entretanto, para um consumidor que for negativado em até 7 dias após o vencimento o empresário tem a chance de receber a conta em 70%, ou seja, quanto mais cedo houver a negativação em caso de atraso, mais rapidamente a conta é recebida por parte do comerciante”.
O presidente da Acit orienta que os empresários não devem ter medo de negativar o cliente em caso de inadimplência. “Estamos debatendo com o diretor para fazer uma campanha de inclusão dos consumidores inadimplentes. O fato de haver mais crédito faz com que as pessoas se endividem mais e em alguns momentos tenham problema de liquidez. As pessoas devem aprender a administrar o seu dinheiro. O processo de aprendizagem esbarra em dificuldades, sejam por perda de emprego ou compras excessivas. A roda tem que girar, a vida tem que seguir e compromisso tem que ser honrado. Caso contrário o empresário deve negativar”.
Ele comenta que nos últimos cinco anos aproximadamente R$ 15 milhões deixaram de circular na economia de Toledo devido a inadimplência das pessoas, ou seja, são aproximadamente 27 mil CPFs negativados. “É um valor expressivo para a economia. Isto mostra a importância do lojista fazer boas vendas, mas consultar qualquer pessoa, quanto mais comerciantes negativar, mais formaremos uma rede de proteção”.

“É preciso promover um equilíbrio nos salários dos trabalhadores”
Para Reichert, o principal desafio para o setor empresarial ou para o desenvolvimento de Toledo é a agregação de valor e novos negócios em tecnologias. Segundo ele, o Município possui uma gama de empresas que utiliza mão-de-obra barata ou sem qualificação expressiva. “Atualmente, Toledo não possui trabalhadores para todas as áreas. Hoje, a disponibilização de vagas no mercado local passa de mil vagas em diferentes áreas. Onde devemos buscar o desenvolvimento? Naquelas empresas de maior valor agregado e alta tecnologia com mão-de-obra qualificada. Isso irá elevar os valores dos salários, provocando um equilíbrio entre os já existentes. A incubadora tecnológica ou o parque são ações fundamentais para serem incrementadas e, a partir daí, sonhar com novos negócios”.

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