A negociação durou por quase três horas. Neste período, os presos mantiveram contato com seus familiares por celulares e concederam entrevistas para a imprensa. Eles – por diversas vezes – relataram que muitas pessoas estavam feridas na cadeia e que não havia atendimento médico. Informação que não foi confirmada pelos bombeiros ou pelo delegado. Conforme um bombeiro, alguns presos com mais idade estariam com a pressão alterada.
Os detentos reivindicavam por um melhor tratamento. Segundo informações eles estariam sem luz desde a manhã de sábado, sem água e a refeição seria servida em sacos plásticos. As informações não foram confirmadas pelo delegado Santana. Ele somente disse que a água havia sido ligada e a refeição – fornecida pelo Estado em marmitas - é servida aos presos duas vezes por dia.
Algum tempo depois, os policiais e os detentos entraram em um acordo. Conforme Santana, o combinado era a Polícia Militar retirar-se do local. Por sua vez, os presos entregariam todo o material em estoque, como celulares, cordas, facas caseiras, entre outros. “Iremos apurar como todo este material entrou na cadeia e, provavelmente será instaurado um procedimento”.
Os detentos ainda solicitaram que a polícia civil não entrasse no sábado naquele recinto. O que foi concordado pela equipe do delegado Santana. Contudo, neste domingo (25), pela manhã, a polícia civil vai entrar na cadeia para fazer um “pente fino”. “Infelizmente tivemos que ceder algumas reivindicações para não termos mais transtornos e ser necessária a força policial”.
O presidente da Ordem dos Advogados, Adir Colombo, relata que a entidade se comprometeu em formar uma comissão para acompanhar a vistoria. “Os presos querem a garantia que a revista será acompanhada por um observador externo”. Muitas famílias afirmaram que passariam a madrugada na frente da delegacia temendo que a rebelião reiniciasse.
O delegado, Edgar Santana, afirma que a cadeia possui 80 presos em um local com capacidade para 30 pessoas. Ele enfatiza que atualmente, a polícia civil realiza uma atribuição que não cabe a PC. “Deixamos de ter investigadores na rua para cuidar de presos. Isto não compete a polícia civil”.
Santana ao ser questionado se esta rebelião está ligada aos casos de Santa Catarina e São Paulo, ele respondeu que esta situação ainda será averiguada.
Rebelião retrata a realidade da superlotação carcerária em Toledo. Presos pedem mudanças imediatas
O dia 24 de novembro ficará marcado para muitas famílias em Toledo, mas principalmente para as dos detentos da Delegacia da Polícia Civil da cidade. Por volta das 19h, os presos iniciaram uma rebelião. Segundo o delegado, Edgar Santana, os profissionais buscaram manter um diálogo com os detentos para saber o motivo da ação. Ele afirma que os presos reclamavam do comportamento de um carcereiro da unidade. Eles contaram ao delegado que o profissional estaria desrespeitando seus familiares. Esta informação também foi comentada pelas famílias que a cada minuto chegavam a delegacia em busca de informações. A rua ficou tomada por diversas pessoas e pelas polícias da cidade. Por diversos momentos, o clima ficou tenso. Do lado de fora eram ouvidos tiros. Muitas pessoas corriam e gritavam para que os policiais não atirassem. Os familiares confortavam-se do lado de fora e pediam para manter a tranquilidade.
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