Como na noite de sábado, os presos estouraram uma parede e uma porta, durante o dia de domingo, profissionais reformaram a estrutura da cadeia. De acordo com Santana, os policiais também retiraram todos os pertences dos presos, como colchões, cobertores, roupas, toalhas, panelas, televisores, ventiladores, microondas, geladeira (que na noite de sábado, os presos a encheram de água e colocaram na porta de acesso dos policiais para evitar a entrada dos mesmos), entre outros materiais. “Nesta semana, manterei contato com o Ministério Público e o Poder Judiciário para analisar quais serão os benefícios que os presos poderão ter novamente”.
O delegado adiantou que os presos passarão a usar o uniforme. “Verificamos que haviam muitas roupas deles, o que facilitava o esconderijo de muito material e, por isso, vamos verificar a possibilidade dos presos usarem o uniforme”.
Reivindicações
No sábado, os presos – em diversas ligações com os familiares – relataram que a comida era servida em sacolas plásticas. O delegado adjunto, Edgar Santana, informa que o Estado firmou um contrato com uma empresa de alimentação, a qual fornece a marmita duas vezes por dia. “A marmita chega em dois períodos: manhã e tarde e a alimentação passa pela avaliação de uma nutricionista. Além disso não retiramos a possibilidade da família trazer comida. O alimento é vistoriado pelos policiais, mas mantido no mesmo pote ou prato. A princípio, a polícia cortou a entrada de alimentos. Contudo, iremos conversar com o MP e poder judiciário sobre a possibilidade de reestabelecer este benefício”.
Os presos também informaram que o registro da água estava desligado. O delegado esclarece que no momento da rebelião, os presos estouraram o cano e encheu um pouco a cadeia de água e, por isso, houve a necessidade de desligar o registro. Com isso, diversos colchões foram danificados.
Com relação ao comportamento do carcereiro, Santana relata que irá manter um diálogo para esclarecer os fatos.
Retorno
Após ficarem todo o dia de domingo no solário da delegacia, os presos retornaram para as celas por volta das 17h. Diversos familiares que aguardavam por notícias do lado de fora da cadeia escutavam tiros vindo de dentro da cadeia. O delegado disse que os tiros foram de contenção. “Os presos rebelaram-se e foi necessária o uso da força proporcional da polícia para contê-los e fazer com que retornassem para as celas em ordem".
A comissão formada pela OAB não participou do processo. “A comissão foi comunicada. Combinamos um horário para iniciar a revista e não havia ninguém no local. A PM ficou apostos no GDE e esperamos um tempo e como não compareceram tivemos que ingressar na cadeia, porque aproximava-se do período noturno”. O presidente da OAB, Adir Colombo, preferiu se pronunciar nesta segunda-feira (26).
Santana relata que na ação nenhum preso ficou ferido. “Com este tipo de comportamento a PM, a PC e a GM mostra para a população que em Toledo não tem lugar para este tipo de comportamento”.