Não é novidade que eles estão crescendo e que tendem a, em pouquíssimo tempo, tornarem-se a maior economia do mundo, alterando o fluxo de riquezas e também de importância política no globo.
As colunas anteriores abordaram a importância do Estado. Para complementar a argumentação falta abordar o papel da sociedade. Importantíssimo realçar o papel dos trabalhadores, e destacar que o conceito de dependência, em sua formulação por Fernando Henrique Cardososo e Enzo Falleto nos leva a argumentar que o desenvolvimento de um país será tão completo, ou seja, com o menor número de gargalos possível, quanto maior a integração de sua sociedade e de sua economia com os setores dinâmicos da economia mundial.
Estes mesmos autores analisando o processo ocorrido na América Latina o diagnosticam como dependente, ou seja, a associação de suas elites e de seus processos econômicos com o centro foi periférica, ou seja, éramos fornecedores de matérias-primas e importadores de manufaturados, o que provocou um escoamento da renda destes países em direção ao centro. Comparativamente aos seus colegas de região o Brasil foi o país que melhor se saiu neste processo, ou seja, impusionados pelos excedentes gerados pela economia cafeeira, montamos um parque industrial que chegou a ter alguns destaques nas áreas de aeronáutica, automóveis, eletrônica, etc, ou seja, formou a economia mais diversificada e menos dependente da América Latina, apesar dos gargalos que ainda existem.
Que importância tem estas questões hoje? Muito difícil falar em classes sociais, já que a economia hoje se regula pelo fluxo dos fundos de investimento, o que não quer dizer que não se deva pensar na economia e nos interesses nacionais, e que não se deva atentar para a importância da política neste processo, e que, portanto é fundamental que a sociedade esteja atenta e discutindo todos os aspectos inerentes a este processo.
Temos ainda nossa economia baseada na exportação de comodities, basicamente grãos como ainda à época do café. Dado o volume de investimentos chineses no país a continuarmos neste ritmo não corremos o risco de simplesmente trocarmos de “patrão”? Desta forma o clamor por alterações no câmbio e nos tributos deve ser ouvido, mas é fundamental que se pense nos investimentos em educação, industrialização e em tecnologia.