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SAÚDE

Unidades Básicas de Saúde de Toledo necessitam de uma reestruturação urgente, afirmam profissionais

A crise (silenciosa) na saúde de Toledo pode ser decorrente de uma atenção básica deficiente. Infelizmente, a população do Município opta em buscar atendimento no mini-hospital Dr. José Nunes ou no hospital Bom Jesus. Alguns dos casos são de baixa complexidade e poderiam ser resolvidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), porém as pessoas buscam o atendimento dos locais citados. O motivo pode ser a falta de profissionais ou a demora pelo atendimento nas UBS. Resultado: o mini-hospital e o hospital Bom Jesus ficam com os seus atendimentos superlotados. A enfermeira chefe do hospital Bom Jesus, Márcia Inês Mallmann Patispa e a diretora do mini-hospital, Denise Franz, afirmam a necessidade de reestruturar as UBS da cidade, promover capacitações aos profissionais e fiscalizar as unidades, respeitando as peculiaridades de cada uma.

29/11/2012 - 16:42


A enfermeira chefe do hospital Bom Jesus, Márcia Inês Mallmann Patispa, afirma que a demanda de pacientes tem aumentado dia a dia nos últimos meses. O Hospital Bom Jesus deveria atender situações de média e alta complexidade, contudo, atualmente, atende – inclusive – as de baixa complexidade. “A baixa complexidade poderia ser resolvida nas UBS ou no mini-hospital. Pacientes que apresentam sintomas, mas que não estão em risco de vida poderiam ser atendidos no mini-hospital. Nesta semana, os profissionais atenderam pacientes com cólica renal. Eles poderiam ter sido atendidos nas UBS”.
Márcia explica que o profissional da Unidade Básica de Saúde pode passar uma medicação para que alivie a dor deste paciente e que ele saia da urgência. “Mas, se o cidadão estiver correndo risco de vida deve ser encaminhado para o hospital. Já devolvemos pacientes para o mini-hospital, principalmente em momentos em que não há médico pediatra de plantão naquela unidade. A criança consulta no Bom Jesus, mas é medicada no mini”.
A diretora do mini-hospital, Denise Franz, afirma se o médico do hospital Bom Jesus avaliar que o paciente pode ser atendido naquela unidade, ela solicita que o profissional faça a contrareferência e faça o encaminhamento para aquele local. “No período em que estou como diretora do mini-hospital nunca presenciei uma contrareferência do médico do hospital. Eu preciso ter respaldo legal para argumentar a conduta médica do profissional daqui”.
Denise salienta que quando o paciente necessita de um internamento – em um período maior que 6h – é encaminhado para o hospital Bom Jesus. “Não somos um hospital, somos uma unidade de urgência e emergência. Mas há exceções em que ficamos com um paciente em fase terminal de câncer por um mês; pessoas com surto psicótico ficam até duas semanas por não ter referência. É preciso rever os critérios do mini. Talvez Toledo precise de um Hospital Municipal para que resolvamos todos os problemas”.
UBS
Conforme Denise, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) necessitam de uma reestruturação urgente. “Os clínicos gerais poderiam ter a credibilidade de solicitar alguns exames. Exemplo: o médico da UBS não pode solicitar exame de endoscopia. Ele deve encaminhar para um gastroenterologia. Com isso, o tempo que o paciente aguarda na fila para fazer a consulta e depois para fazer o exame, a sua doença pode piorar”.
A chefe de enfermagem do hospital Bom Jesus, Márcia, concorda com Denise que as UBS deveriam passar por uma reestruturação, respeitando as peculiaridades de cada local. “Também teria que haver capacitação com toda a equipe, porque os profissionais devem ter a vontade em resolver os problemas da população, independente de política, do que a pessoa é, tem quer profissional acima de tudo, porque afinal fizemos uma faculdade, um juramento e precisamos utilizar disso para atender a população”.
Ela acrescenta que uma das soluções para os atendimentos é fazer a classificação de risco “Não há outra forma para resolver esta situação. Desta forma, a população terá que buscar por atendimento nas UBS de seu bairro. Acredito que com a vinda do SAMU e da UPA será dado um suporte melhor. Existem perspectivas no futuro, mas o que nos deixa preocupada são os próximos meses”.
Demanda
Márcia e Denise tem uma preocupação semelhante. O atendimento nos próximos meses. Para elas, em dezembro ou janeiro – geralmente – aumenta a demanda. Márcia destaca que os casos de emergências serão prioridades. “Não teremos condições de atender as demandas de pacientes que não são graves”.

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