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SAÚDE

Per Capita em saúde cresce, mas alguns indicadores preocupam

Foi realizada na noite desta segunda-feira (31), a audiência pública da Saúde, referente ao quarto trimestre de 2010. O relatório apresentado indica que em Toledo foi investido R$ 250/ano por habitante, na área da saúde. Nos dados da saúde da mulher é possível observar um número elevado de partos por cesárea – mais de 78% do total. Quase 63% das parturientes estudaram entre o ensino fundamental e o médio incompleto – 50% delas têm de 25 a 34 anos e mais de 18% estão entre 15 a 19 anos.

01/02/2011 - 15:55


Uma platéia reduzida acompanhou a audiência Pública de Saúde. Um extenso relatório foi apresentado pela secretária de Saúde Denise Liel. Dados que não mudaram o percurso do que vinha sendo apresentado nos três primeiros trimestres de 2010.

Investimentos

Segundo o relatório apresentado foram investidos em saúde, no município no quarto trimestre de 2010, mais de R$ 10 milhões, destes 86,39% com recursos oriundos dos impostos municipais, conforme prevê a Emenda Constitucional 29/2000 que determina o percentual mínimo de investimento em saúde, de 15% das receitas. Outros 13,61% são recursos repassados pelo governo Federal.

Estes investimentos representam, segundo o relatório, que em Toledo foi investido em saúde, R$ 250 por habitante/ano.

Indicadores

Um dos indicadores que caiu significativamente, nos serviços nas Unidades de Saúde, foram os encaminhamentos hospitalares para consultas de emergências. No primeiro trimestre de 2010 foram realizados 4446 encaminhamentos, no segundo 4212, no terceiro 4500 e no quarto trimestre foram 3550 encaminhamentos. Este indicador está relacionado a mudança nos serviços do Mini-hospital que passou absorver parte desta demanda.

Exames citopatológicos

Nos exames citopatológicos, o preconizado pelo Ministério da Saúde é de 0,25%  do público alvo, no caso de Toledo são 7.657 mulheres por trimestre entre 25 a 59 anos, o município pactuou uma meta de 0,15%. Os exames citopatológicos realizados na rede ficaram em: primeiro trimestre de 2010, 0,18% do público alvo, segundo trimestre 0,14%, terceiro trimestre 0,21% e no quarto trimestres foi realizado exames em 0,18% do público alvo.

A Secretaria de Saúde, Denise Liel alega que as mulheres não buscam a rede ou não realizam o exame solicitado, apesar das campanhas. Denise explica que o município pactuou um indicador baixo, pois é busca atingir este índice pactuado e orientar as pessoas que busquem o serviço. “Campanhas são realizadas no sábado. Abrimos o posto de saúde para que a mulher venha realizar o exame no sábado caso ela trabalhe durante a semana. Por outro lado, verificamos muitas faltas quando o procedimento é agendado e se o enfermeiro se programa para aquela tarde fazer cinco preventivo e ela coleta três eu perdi duas outras coletas. Isto é ruim, porque aquela mulher aquela mulher que deixou de realizar o exame, pode ter deixado de diagnosticar uma doença grave”.

Tipo de parto

Outro indicador relacionado a saúde da mulher, apresentado na Audiência Pública, é a proporção entre parto vaginal ou Cesário que teve um aumento significativo no quarto trimestre. Entre os partos realizados neste período, 78,4% foi por cesárea e 21,6% vaginal. No terceiro trimestre de 2010 a relação era de 69,42% por cesárea e 30,57% via vaginal.

Estes dados podem relacionar-se com a duração de gestação, onde 89,4% atinge de 37 a 41 semanas e 9,16% de 32 a 36 semanas.

Quanto a escolaridade das parturientes 62,8% delas cursaram a escola de 8 a 11 anos, ou seja, no máximo o ensino médio incompleto e 15,3% de estudara de 4 a 7 anos, nem mesmo o fundamental completo.

A faixa etária das parturientes mostra que 50% dos partos ocorrem em mulheres de 25 a 34 anos, 21,6% de 20 a 24 anos e 18,3% de 15 a 19 anos. Esta última faixa, de gestantes adolescentes teve um crescimento significativo. O primeiro trimestre de 2010 as adolescentes (15 – 19) eram 16,39% das gestantes, no segundo 13,73%, no terceiro 13,28%.

Varicela

O último trimestre de 2010 ocorreu um surto de varicela, em Toledo. Foram 149 notificações, mais de 43% das notificações. Segundo Denise este número está aquém ao número real de casos e isto está relacionado ao baixo número de notificações realizadas pelos profissionais da saúde.

Segundo Denise, muitas doenças são incluídas no programa de doenças de notificações obrigatórias e estas mudanças geram a necessidade da estrutura dos profissionais que atendem. “Preencher a ficha de notificação que ela é bastante detalhista. É um procedimento burocrático, porque muitas vezes, o profissional não está acostumado a uma rotina de preenchimentos de papéis, mas ele precisa entender que isto importante para a saúde pública, porque é este dado que vai dar base para elaborar os projetos. Como foi discutido na Audiência a importância de você notificar uma doença para cobrar políticas da imunização ou da liberação de uma vacina para uma determinada patologia”.

Balanço

No último quadrimestre do ano passado, Denise afirmou que houve um aumento no número de profissionais contratados pelo Município; de recursos financeiros e na oferta de procedimentos (exames e consultas especializadas). “Estes são alguns fatores que demonstram o investimento realizado não somente em estrutura física, mas também em serviços. Com relação a indicadores, nós analisamos qualitativamente falando, com relação ao coeficiente de mortalidade infantil que diminuiu em relação ao ano passado. Isto é um motivo de comemoração, porque queremos diminuir este índice e é muito difícil, porque não temos o controle de todas as situações, porém devemos reagir para melhorar este indicador”.

Desafios 2011

Um dos principais desafios na saúde para a secretária é continuar investindo em estrutura física, porque é preciso fazer mudanças nas unidades de saúde de Toledo. “Outro desafio é a estruturação dos serviços no mini-hospital que continuamos avançando nisso, porque precisamos melhorar o exame de diagnóstico para melhorar a qualidade de assistência dos pacientes de urgência e emergência. Colocar raio-x e laboratório 24h é a nossa meta nestes serviços”.

Neurologia

Nas especialidades, Denise disse que o município tem se empenhado para contratar os profissionais, mas que algumas especialidades há um grau de dificuldade grande para contratar estes médicos, em especial neurologia. Nesta área a situação está ainda mais delicada, porque o único neurologista que ainda estava conveniado com o SUS pediu desligamento, ou seja, a rede não conta o atendimento de nenhum neurologista.

Melhorar o debate

Apesar do público reduzido que participou da Audiência Pública de Saúde houve algumas intervenções no sentido da qualificação da audiência. Solicitando que não apenas fossem apresentados os indicadores, mas que estes fossem contrapostos as políticas públicas que atuam na melhora destes índices. A questão foi pontuada em dois momentos: saúde da mulher e nos programas de prevenção as drogas.

Por Selma Becker

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