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PECUÁRIA

Fatores clima, demanda e ajuste de estoques continuam dando sustentação para os grãos, afirma Nogueira

Em entrevista à Casa de Notícias, nesta semana, o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), da Seab de Toledo, João Luis Nogueira, avaliou como se comportou o mercado do agronegócio brasileiro e internacional no mês de janeiro, as expectativas no preço do trigo, o plantio do milho safrinha e comentou o relatório do Código Ambiental.

02/02/2011 - 16:55


Durante o primeiro mês do ano, Nogueira disse que existia a expectativa dos preços de todos os grãos se manterem em função dos estoques estarem ajustados. A variável principal era a demanda do produto e também a expectativa do dólar se manter desvalorizado internamente. “O dólar continua se desvalorizando, mesmo com a ação do governo brasileiro no sentido de coibir através de ações que restrinja a entrada da moeda no país. Isso não vem acontecendo. Atualmente, o Governo vem trabalhando com a expectativa no aumento de juros”. Ele ainda acrescenta que no decorrer do mês, os preços dos grãos elevaram mais do que o esperado. Em curto prazo existe uma volatilidade maior, alguns acontecimentos que possam surgir, tanto de ordem econômica, como política acaba afetando os preços a curto prazo. “Exemplo: A crise que existe no Egito que em um determinado momento fez com que os aumentos que vinham acontecendo com o preço do trigo no mercado internacional ocorressem um momento de estabilidade. Isto aconteceu na semana passada, mas não foi mais de dois dias, o mercado absorveu estas informações e os preços continuaram sustentados em função da demanda e da falta de trigo que existe nos países produtores, nas restrições para a exportação como no caso da Argentina, da Rússia e o clima ruim na Austrália. Na verdade os fatores: clima, demanda e ajuste de estoques continuam dando uma sustentação sem precedentes para todos os grãos”.

Trigo

Nesta semana, o trigo brasileiro, segundo Nogueira, teve um aumento no mercado interno. No Paraná, na última semana, teve um acréscimo nos preços nominais do trigo da ordem de 3,85%. “Realmente é bastante significativo, pois se olharmos o que vem acontecendo nos últimos meses é uma sinalização muito boa. Estamos um pouco surpreendidos com isso, porque imaginávamos que isso poderia acontecer ao longo de 2011. Tinha tido que 2012 seria um ano de dificuldade internamente com relação ao abastecimento de trigo, mas estou percebendo que isto já está acontecendo agora e o mais interessante, o preço do trigo interno está tendo paridade com o preço do trigo argentino exportado. Esta é uma grande notícia para os triticultores. Apesar de que, eu acho que isso não muda nada em termos da expectativa de área a ser cultivada neste ano. Acredito que a área de plantação do trigo deve diminuir em função do preço do milho”.

Milho safrinha

Nogueira explica que há uma expectativa de diminuição de 10% no plantio na área do Mato Grosso e um aumento na área do Paraná. “Existe um atraso no plantio no MT. No entanto, era esperado este atraso. Esta dentro das nossas previsões. Essas informações são absorvidas pelo mercado e dão suporte aos preços. Continua a busca por área nos EUA que é outra variável importante para plantar agora. A área deve ser semeada em abril e maio de milho e soja. Esta é uma variável que vem dando sustentação aos preços. Então, é um momento muito bom para o agricultor se levarmos em conta o mercado. O mercado realmente está bem sustentado e deve continuar durante o ano de 2011”.

Código Ambiental

O deputado Moacir Micheletto - presidente da Comissão do Código Ambiental no Congresso Nacional - postou em um site que deve ser votado o relatório do Código Ambiental a partir da segunda quinzena de março. Nogueira avalia o projeto como um grande avanço para o setor produtivo. “Isto vem trazer para setor produtivo uma realidade que a cada Estado necessita, pois o projeto traz a regionalização das exigências para cada setor produtivo. Os produtores e nós - que militamos - esperamos isso há muito tempo. Realmente se isso acontecer vai ser um grande avanço”. Ele ainda acrescenta que as negociações aconteceram intensamente no ano passado. “A discussão foi levada para todos os Estados do País. Foi discutido com a sociedade, e com os ambientalistas. É um assunto novo que foi debatido e que esperamos que tenha resultado”.

Texto Graciela Souza

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