Aproximadamente 70% das vítimas em acidentes de trânsitos ficam hospitalizadas ou precisam de intervenção cirúrgica. 45% são motociclistas

Weiwanko ainda observa que na maioria dos acidentes de trânsito há o envolvimento de motociclistas de uma faixa etária de 18 a 25 anos de idade. Neste ano (até o mês de novembro) 45% dos acidentes que ocorreram em Toledo teve a presença de motociclistas. Crespão analisa que se no Município há mais de 20 mil motos e motonetas registradas no Detran do universo total de 78 mil, praticamente a metade dos acidentes envolvem os motociclistas. “Eles são a parte frágil do trânsito. Geralmente, quando a vítima do acidente é um motociclista o dano a vida é maior se comparar ao condutor de um automóvel. Ele ocupa por algum tempo leitos hospitalares fazendo que com o sistema de saúde fique pressionado e deixa uma parcela menor de leitos para pessoas que são vitimadas por doenças ou causas naturais”.
O enfermeiro Weiwanko conta que alguns dos motociclistas necessitam do atendimento de um profissional neurocirurgião. “Com o choque, as vítimas caem e batem a cabeça. O uso incorreto do capacete pode ser a causa mais provável para este atendimento. Para o enfermeiro, a causa principal pode ser o uso de bebidas alcoólicas, principalmente aos finais de semana”. O secretário de segurança e trânsito, João Crespão, também considera que os acidentes estão mais violentos aos finais de semanas. “A violência é associada ao excesso de velocidade e, geralmente, alguma questão relacionado ao uso de álcool”.
Outro fator destacado pelo enfermeiro é a incidência de feridos do sexo masculino. Os dados do 19º BPM confirmam esta informação, pois 557 são homens (maior de 18 anos) vítimas com lesões de acidentes no trânsito. As mulheres totalizaram 334 vítimas.
Ações
De acordo com o secretário de segurança e trânsito em Toledo, João Crespão, o condutor deve trafegar com mais atenção na via e, principalmente, respeitar as normas. “O trânsito não é lugar para tirar atraso, porque se você quer chegar antes no destino, saia de casa com antecedência, pois no horário de pico as principais ruas ou avenidas estarão congestionadas”.
Weiwanko acrescenta que o Hospital Bom Jesus teria melhores condições de atender a outras pacientes se os condutores estivessem mais conscientes no trânsito. “Se beber não dirija; toda a vez que for colocar o capacete que esteja bem preso na cabeça; respeitar as condições exigidas do trânsito, entre outras questões”.
Nos meses de agosto e setembro, a Secretaria promoveu diversas campanhas educativas visando conscientizar os condutores da importância do uso do cinto de segurança; não avançar o sinal vermelho; não dirigir falando no celular; respeitar o limite de velocidade e outros fatores. “Mesmo assim, em novembro tivemos uma quantidade exagerada de acidentes de trânsito relacionando a outros meses. Em novembro tivemos 118 acidentes. O mês de 2012 que possui a maior quantidade de acidentes de trânsito é outubro com 156 acidentes. A mudança de comportamento ou de atitude do condutor é um fator que fará com que tenhamos um trânsito mais seguro e ordenado”, afirma Crespão.
O secretário declara que o cruzamento rua São João com avenida Parigot de Souza é o campeão em número de acidentes, totalizando 22. “É um cruzamento com semáforo. Logo, um acidente neste local significa que alguém avançou o sinal vermelho ou fez uma conversão proibida. Na via já fizemos uma melhoria na sinalização vertical e horizontal, ou seja, ela está sinalizada, mesmo assim acontecem os acidentes, sinal que os condutores estão desatentos e cometendo muitas imprudências”.
O cruzamento rua Barão do Rio Branco com avenida Parigot de Souza (rotatória) ficou em segundo lugar em registro de acidentes de trânsito, totalizando 14. Na sequência aparece, a rua Senador Atilio Fontana com a rua dos Pioneiros com 10 e Largo São Vicente de Paula com rua Almirante Barroso com 9 acidentes. “Observo que estas vias possuem o limite máximo de 60 Km/h, mas alguns condutores não respeitam esta regra. Quanto maior a velocidade, maior a possibilidade de ter uma vítima de trânsito. Nas vias com velocidade reduzida, o dano é apenas material e não a vida”, relata Crespão.
Neste ano – até novembro – foram registradas 16 vítimas fatais no trânsito de Toledo, sendo 4 no local. “É um índice elevado se verificarmos a sinalização das vias, as condições de trafegabilidade e o trabalho educativo. É preciso intensificar o trabalho de fiscalização, porque infelizmente na maioria dos casos o condutor só toma consciência quando chega uma notificação na residência. O nosso objetivo é preservar a vida”, conclui Crespão.