O setor industrial teve queda de produção por quatro trimestres consecutivos no ano passado, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrando pequena recuperação no terceiro trimestre com os incentivos dados pelo governo. Entretanto, para Campelo os efeitos desses incentivos já não apresentam a mesma intensidade. “O nível de utilização da capacidade não é muito alto e ainda não é suficiente para estimular investimentos e expansão. Então, por mais que existam incentivos, sem a necessidade de expansão imediata o setor não reage com investimentos. Há um crescimento que é limitado pelo desempenho da economia internacional."
Ele disse ainda que há questões de competitividade que não estão totalmente resolvidas pelo câmbio. "A situação cambial já é um pouco melhor, expõe um pouco menos a indústria e serve para colocar em pé de razoável igualdade os setores que são mais produtivos." Advertiu, contudo, que para os setores intensivos em mão de obra, não é esse câmbio que resolve. “Teria que ser uma medida mais horizontal, que levasse a um ganho de competitividade."
O economista da FGV indicou que essa medida vai na direção do que o governo acena com a redução dos custos de infraestrutura e logística, nos segmentos de portos e rodovias, entre outros, para “reduzir o diferencial de custos de se produzir e de se encaminhar a produção para o mercado externo”. A mesma coisa se aplica em relação à tributação, à desoneração da folha salarial. Ele defendeu, porém, que essas medidas não deveriam ser pontuais, mas, de preferência, horizontais. Ou seja, deveriam abranger todos os setores.
“Não dá para ficar pontuando medidas. Não acho que seja a melhor estratégia escolher alguns setores”. Isso se aplica a casos excepcionais, para apoio a segmentos específicos que estejam muito mal. “Mas, passado aquilo, as medidas têm que visar a indústria como um todo." O objetivo, segundo ele, é aumentar a competitividade da indústria nacional em dois sentidos. Um deles é não haver protecionismo excessivo e o outro é dar igualdade de condições ao empresário brasileiro em relação ao produto importado e, também, para competir no mercado externo.
Campelo avalia que o endividamento do consumidor está elevado e, por isso, não deve haver o mesmo patamar de consumo. A perspectiva é que ocorra uma atenuação na produção de produtos duráveis, enquanto segmentos ligados à indústria da construção devem mostrar aceleração.
Já para o setor de não duráveis, incluindo bebidas, alimentação, higiene e limpeza, produtos farmacêuticos evestuário, a perspectiva é manter o ritmo atual, “porque o nível de renda continua crescendo e o emprego está em alta”. Destacou, entretanto, que esses setores ainda vão demorar para atingir um patamar que peça mais investimentos. “É um crescimento limitado ao poder de compra." No quadro projetado, a indústria da construção civil deve acelerar ao longo do segundo semestre, mas sem uma explosão de produção.
Do ponto de vista do Produto Interno Bruto (PIB), o economista trabalha com a possibilidade de crescimento entre 2,5% e 3% em 2013. “O ponto que a gente quer ver recuperar no momento não é o consumo. São os investimentos. A gente precisa expandir a nossa oferta e ver se a indústria vai responder a essa possível aceleração no primeiro semestre."
O setor industrial, segundo Campelo, está com uma certa reserva de confiança em relação ao ritmo de atividade, no sentido de que a economia vai acelerar. “Se acelerar, vai investir”, concluiu.
Da Agência Brasil
ECONOMIA
Desempenho da indústria deve melhorar em 2013 com aumento de investimentos, avalia economista
Os últimos resultados apresentados pela indústria brasileira têm sido desapontadores, segundo o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Vargas, Aloisio Campelo. No entanto, ele acredita que haverá recuperação do setor em 2013, embora com investimentos ainda em ritmo moderado.
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