“Como em qualquer outra localidade sabemos que o número de registros não diz respeito a totalidade dos casos de violência doméstica, ou seja, violência contra a mulher, pois sabemos que uma grande parcela das mulheres ainda não denunciam”.
Motivações
Segundo a Delegada a Lei Maria da Penha encorajou as mulheres a acreditarem em uma punição, porém é preciso considerar que existem vários fatores que levam a mulher a não denunciar. “A mulher por si só é esperançosa, é emotiva. Geralmente, a violência contra a mulher ocorre no ambiente doméstico e existem outras relações diferentes daquela relação simplesmente do agressor com a agredida, pois existe uma história entre este agressor e a vítima e, às vezes, para preservar esta história ou os filhos e em alguns casos por medo ela acaba não denunciando”.
A delegada ainda acrescenta que os fatores como álcool e drogas também motivam a violência. “No entanto, na grande maioria dos casos não é necessário o uso destas substâncias para que o indivíduo se torne agressor. O ciúme também é outro fator que motiva a violência, porém o principal é a falta de respeito do homem para com a mulher. Diante disso, a sociedade acaba ficando de mãos atadas no que fazer para ajudar no combate a violência, mas a iniciativa depende da mulher”.
O trabalho mais importante da sociedade, segunda a delegada, é procurar auxiliar na conscientização desta mulher, da necessidade de denunciar e não se deixar ser vítima da violência.
Punições
A Lei Maria da Penha colaborou com a ação da polícia. “A polícia tem autuado grande quantidade de homens por violência doméstica. Também existem as medidas protetivas para que realmente possa se tomar certas medidas com o apoio do judiciário no sentido de se manter este agressor afastado da mulher e, às vezes, retirá-lo de dentro de casa. Além das prisões preventivas que são solicitadas quando há uma reincidência de violência ou quando são tratadas medidas protetivas e o homem não cumpre. Hoje, existem mais casos de prisões por violência doméstica em relação a antigamente. Mesmo quando o agressor responde em liberdade a polícia procura ficar atenta para qualquer novo fato para solicitar se necessário uma prisão preventiva e o judiciário tem nos auxiliado e nos concedido estas medidas”.
Abrigo
Em casos de mulheres que sofreram a violência ou foram ameaçadas, a Drª Paula pondera que Toledo ainda não possui uma casa abrigo para encaminhar a quando necessário. “Mantemos contato com algumas lideranças e o judiciário para dialogarmos e conseguirmos que se construa ou se disponha de um espaço em Toledo, porque construir um espaço próprio demanda tempo e investimento e, as vezes, isto acaba sendo complicado, porque existem uma série de requisitos que o Poder Público tem que cumprir”.