Segundo o secretário do meio ambiente, Leoclides Bisognin, os pneus não estão sendo recolhidos e armazenados corretamente. Bisognin explica que quando assumiu a Secretaria buscou averiguar o endereço em que os pneus estavam sendo depositados e para a sua surpresa não era o indicado em ata. Na época, o barracão estaria localizado na Vila Industrial, porém hoje os pneus encontram-se em um estabelecimento no Jardim Gisele.
Outra preocupação citada por Bisognin é que 70% dos pneus estão depositados em uma área sem cobertura do barracão. “Isto é um absurdo em um momento que se discute combate a dengue. Os pneus estão sujeitos ao acúmulo de água. Deste modo, sendo criadouros propícios para mosquitos transmissores da dengue. Atualmente, o total de pneus acumulados corresponde a cinco cargas”.
Na época, a fiscal em meio ambiente, Gracielle Johann, explicou que a destinação inadequada dos pneus poderia gerar danos ao meio ambiente, mas principalmente trazer prejuízos para a saúde da população. “O principal aspecto analisado é a questão sanitária. Estamos fazendo este trabalho principalmente a pedido da vigilância epidemiológica, porque a equipe possui um estudo realizado na cidade de que os pneus são o segundo local em que há maior proliferação da larva da dengue”.
Recolhimento
O proprietário de uma borracharia na cidade, Romildo da Silva Eugênio, disse que repassou somente uma vez os pneus para o responsável e desistiu porque ele quis aumentar a taxa, sendo que o valor foi estabelecido em ata no ano passado. “Ele assinou um acordo e não cumpriu. Em Cascavel, a categoria está organizada em uma associação, na qual cada participante paga R$ 50 por mês e pode levar um caminhão de pneu. Em Toledo, a classe não é unida e, por isso, é esta bagunça. Solução nós temos, mas devemos nos ajudar. Um sozinho não faz nada”.
Na época estabeleceu-se que para o pneu de passeio/camioneta seria cobrado o valor de R$ 0,50 fixo; ao pneu de carga seria cobrado o valor de R$ 1; de equipamentos “fora de estrada” custariam R$ 3 a unidade para entrega. As câmaras e protetores deveriam ser entregues em fardos de 60 kg e seria cobrado o valor de R$ 0,50 o fardo. Pneus de bicicletas seriam entregues em fardos de 20 kg e de motocicletas em fardos de 10 unidades, cada fardo custaria R$ 0,50 para entrega.
Ações
Ao final da reunião definiu-se o período de quinze dias para que se procure um novo parceiro e local para a disposição dos pneus, que atenda aos requisitos necessários para se evitar o acúmulo de água. A nova reunião acontecerá no próximo dia 31 (quinta-feira), às 9h, na Secretaria.
O secretário do meio ambiente, Leoclides Bisognin, irá verificar se o Município pode ceder algum local em medida de urgência para depositar os pneus. “A verdade é que precisamos de uma solução urgente”.
Bisognin lembra que o responsável pelo recolhimento, Nelson Vilson Braga da Silva, foi convidado para a reunião, porém não compareceu. “Se ele quiser continuar recebendo os materiais terá que fazer melhorias, caso contrário será descredenciado”.
Durante a reunião, o grupo também estabeleceu a realização de uma campanha educativa para a população, que deseja levar para casa os inservíveis, quando da troca por novos.
GERAL
Meio Ambiente retoma discussão do destino de pneus inservíveis em Toledo. Em 15 dias de trabalho, Secretaria diagnosticou irregularidades no sistema
Estima-se que cerca de 100 mil pneumáticos inservíveis são produzidos mensalmente pelas empresas em Toledo. Alguns proprietários dão um destino correto para os materiais, porém outras pessoas – segundo informações extra-oficiais – os descartam ao meio ambiente. Desta forma traz consequências sérias para a saúde pública, já que o pneu é um dos locais de proliferação da larva da dengue. Em 2012, a Secretaria do Meio Ambiente promoveu diversas reuniões com proprietários de borracharias para discutir o assunto. Em um dos encontros, o grupo decidiu que a Borracharia do Mãozinha, tendo como proprietário Nelson Vilson Braga da Silva, faria o serviço de recolhimento dos pneus oriundos de borracharias e/ou particulares em qualquer estado de conservação e com taxas estabelecidas. Inclusive, na época as empresas que não participaram da reunião receberam uma cópia da ata. Nesta terça-feira (15), quase um ano após esta decisão, o secretário do Meio Ambiente, Leoclides Bisognin, retomou a discussão, pois diagnosticou que diversos dos itens presentes na ata da reunião no ano passado não estão sendo cumpridos. Bisognin afirma que o processo de logística desenvolvido para o programa é bom, entretanto, não adianta fazer o recolhimento dos pneus e deixá-los armazenados em local impróprio, ainda mais quando o Município está a beira de uma epidemia de dengue.
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