Mutirão recolhe cerca de 17 cargas de materiais no primeiro dia e atende expectativas dos organizadores

Dona Iracema conta que quando sobra um tempinho faz uma varredura em seu quintal em busca de algum recipiente com água parada para descartar. “Eu estou cuidando do meu quintal, da minha vida e das demais pessoas e o meu vizinho? A partir de hoje vou observar melhor a minha área e se ver algo nos quintais dos meus vizinhos vou cobrar para que eles limpem. Não quero morrer e nem quero ter amigos que morreram por causa da dengue”.
O secretário de saúde, Edson Simionato, relata que apesar da frase ser antiga 'prevenir é melhor que remediar'. Simionato declara que o mutirão é uma ação emergencial de prevenção para evitar complicações futuras. "Não queremos ter daqui a dois meses grandes atendimentos hospitalares, causando transtorno nos locais e onerando aos cofres públicos do Município e do Estado".
Há 15 dias em frente da Secretaria, Simionato observa que quando assumiu a função havia um número muito reduzido de agentes, o que pode ter prejudicado na realização das atividades. "Por isso, que o prefeito Beto Lunitti – imediatamente – autorizou as contratações dos agentes e a abertura de um novo concurso público".
Outro fator citado pelo secretário de saúde é que o combate deve ser realizado em todos os períodos do ano, não somente no verão. "Hoje estamos fazendo um combate de forma emergencial, mas o combate também deve ser realizado no período em que o mosquito está mais enfraquecido, que é no inverno. Não podemos baixar guarda. É necessário que a população e o poder público façam o seu trabalho em maio, junho, julho, agosto onde o ciclo tem uma capacidade menor de transmitir a doença. É fundamental que todos os momentos se faça o combate ao mosquito".
O mutirão tem continuidade nesta quinta-feira (17) e o coordenador do Controle e Combate de Endemias, Genair Grunevald, pede que a população colabore para a realização desta atividade. "Se as pessoas tirarem alguns minutos de seus tempos para eliminarem os recipientes com água parada poderemos reduzir o índice de infestação do mosquito. Os agentes devem ser recebidos bem pelas pessoas, porque estão fazendo a promoção de saúde".
Grunevald reafirma que a ação é realmente emergencial e é uma forma de alertar a população que o Município passa por um momento delicado e a qualquer momento pode acontecer uma epidemia. "A população precisa voltar a confiar em nosso trabalho. O mutirão tende a desencadear uma consciência para resgatar a confiança das pessoas e que todos trabalhamos na promoção da saúde".
Ele lembra que durante a desova, a fêmea do mosquito pode colocar de 60 a mais de 100 ovos em recipientes diferentes com água parada. Desta forma, a partir do momento em que o ovo entrar em contato com a água, o embrião se desenvolve em 48h. Em cinco dias se transforma em pupa e mais dois dias se transforma no mosquito pronto para acasalar e ele pode picar até 300 pessoas diferentes”.