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GERAL

As Amantes de Toledo: Limites fazem parte da relação entre o casal

Quem são as ‘Amantes de Toledo’? São qualquer mulher que transita por todos os locais da cidade: shopping, lojas ou danceterias. O público – alvo? Os homens casados. Consideradas um subgrupo das mulheres classificadas como prostitutas, a obra da cientista social, Milene Brandão, retrata as técnicas na construção de laços de dependência sexual da amante. Além de sua identidade social, espaço de convívio e o aliciamento de novas garotas para este ramo de prostituição que começa ainda na adolescência. Milene traz ainda o papel social que esta amante tem dentro da instituição familiar. A obra foi lançada na noite de quarta-feira (20), no shopping Panambi.

21/02/2013 - 05:54


A cientista social, Milene Brandão, lembra que a pesquisa do tema foi em decorrência da disciplina de antropologia do curso, pois o professor solicitou que os acadêmicos acompanhassem e analisassem um grupo que se enquadrasse na teoria comunidade. “Alguns colegas pesquisaram grupos de travestis, usuários de substâncias entorpecentes, entre outros. Eu escolhi as amantes. Apresentei o trabalho e atingi nota 9,5. Nos anos seguintes, os meus amigos liam e comentavam que deveria publicar o conteúdo”.
Milene conta que tinha um pouco de receio, pois considera o tema polêmico. “Quando o assunto é sexo, as pessoas tem um maior interesse e eu não sei como o livro será interpretado pela população”.
Ela lembra que no início da pesquisa, as amantes a viam como uma estudante e, por isso, algumas informações não eram repassadas. “Decidi deixar de usar a calça básica e o tênis e passei a usar saias curtas e decotes. A partir disso, surgiram as informações mais interessantes”.
Segundo Milene, as pessoas acreditam que as amantes fazem os programas em busca do sexo fácil ou dinheiro. “Não é verdade. Elas buscam uma proteção. Aproximadamente 80% das amantes não tiveram a figura paterna quando criança ou na adolescência”.
A pesquisadora explica que a obra pode favorecer a conscientização da necessidade de diálogo entre pais e filhas. “Também busca-se a criação de políticas públicas de proteção as adolescentes que podem ingressar neste ramo”.
A cientista social destaca que com a pesquisa pode perceber como aquele estereótipo de mulher é marginalizado pela população. “As amantes não se colocam na margem da sociedade, pois elas estão presentes em ambientes de tomadas de decisões. Elas contam que seus clientes desabafam questões econômicas, políticas e até segredos”.
Milene relata que o principal cliente das amantes é o homem casado. Segundo elas, neste tipo de relação é possível estabelecer limites. “As mulheres também tem fetiche por homens de farda. Isto faz com que consigam elaborar estratégias para conquistá-lo. As amantes acreditam que o policial representa o poder econômico e oferece segurança a elas”.
Além de trazer relatos de algumas amantes, a obra trata a relação das mulheres com o abordo, a traição, o dinheiro e outras questões.

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