A publicação aponta distorções na comercialização de alimentos orgânicos e propõe alternativas para fortalecer as relações entre produção e consumo, baseadas no encurtamento dos canais de venda visando maior proximidade entre o produtor e o consumidor.
Em seu trabalho de doutorado sobre agricultura orgânica na Região Metropolitana de Curitiba, Darolt percebeu que o maior problema para os produtores era a comercialização, ao mesmo tempo que, por sua vez, os consumidores reclamavam da pequena quantidade e falta de diversidade dos produtos orgânicos, além da falta de locais para a compra.
Segundo o pesquisador, os pequenos agricultores acabam reféns das grandes cadeias de supermercados, tendo dificuldades de negociar os produtos orgânicos a preços justos; do lado dos consumidores os preços de compra são abusivos. Ele cita que, para cada R$ 1,00 que o consumidor paga por um produto orgânico na “boca do caixa” do supermercado, R$ 0,33 ficam com o atravessador; R$ 0,38 com o supermercado e R$ 0,29 com o produtor. O produto ecológico ainda é embalado com isopor e plástico. “Todo esse processo descaracteriza o que pensamos como algo sustentável”, afirma Darolt.
Segundo o pesquisador, estes entraves impedem o crescimento da produção e consumo de orgânicos. “A partir disso, estudei alternativas de venda direta e outros canais curtos que aproximassem o produtor do consumidor, no conceito de um alimento ecológico e comercializado a preços justos”, explica.
Os resultados do estudo foram incorporados à publicação e mostram a necessidade de reinventar os mercados locais, aproximar quem produz de quem consome e tornar os consumidores protagonistas de sua alimentação.
Relatando experiências de grupos de consumidores do Brasil e outros países, o livro mostra que ao participar de uma cadeia curta o alimento cria-se uma identidade que agrega valores como qualidade biológica, saúde, apoio à economia local e ao meio ambiente. Temas como o turismo rural, acolhida na colônia, caminhadas na natureza, propriedades pedagógicas, slow food, feiras ecológicas são abordados como alternativas.
O conteúdo proposto pelo autor é apresentado em seis capítulos: o perfil do consumidor de alimentos ecológicos; estruturara e funcionamento do modelo de agricultura apoiada pelo consumidor; experiência concreta de grupos de consumidores; inclusão de consumidores como apoiadores de propriedades orgânicas; resultados de pesquisas desenvolvidas pelo Iapar; e, por fim, propostas de ações para aproximar consumidores e agricultores ecológicos.
Da AE Notícias
GERAL
Livro do Iapar discute alternativas para comercialização de alimentos orgânicos
O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) está lançando o livro Conexão Ecológica, de autoria do engenheiro-agrônomo Moacir Roberto Darolt. O livro resume o conhecimento científico resultante de anos de pesquisas feitas na instituição. De acordo com o autor, o livro aponta caminhos para a reconstrução do relacionamento entre agricultores e consumidores, como os canais curtos na comercialização de alimentos produzidos em base ecológica, considerada a maneira mais sustentável para a oferta e o consumo de produtos saudáveis, do local, da estação e mediante preço justo.
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