Atualmente, o Município possui 13 pediatras concursados. No período de 1º de janeiro a 31 de março deste ano, os profissionais realizaram 6.517 atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) e no mini-hospital Dr. Jorge Nunes, sendo que 41% dos acolhimentos foram realizados no mini-hospital.
Durante a reunião, muitos profissionais afirmaram que a carga de trabalho nos hospitais diminuiria se muitas crianças fossem atendidas nas UBS’s. Estima-se que 80% dos casos atendidos na referência seriam resolvidos na Unidade.
A diretora de departamento de enfermagem, Cleonice Sarturi, lamenta que a população opte pelo atendimento no mini-hospital. Ela conta que algumas pessoas aguardam até cinco horas pela consulta, mas não buscam o atendimento na Unidade.
O médico, Avelino Campagnolo, disse que em anos anteriores atendia crianças desde o nascimento até o óbito. “O principal fator que está deixando o sistema sobrecarregado é a família exigir do órgão público o atendimento a um pediatra”.
Campagnolo lembra que no passado o chá ou a ‘gotinha’ poderiam resolver a dor de uma criança. “Hoje, a mãe - em qualquer situação – já busca por um pediatra. Às vezes, é somente uma dor de barriga, mas busca por atendimento e carrega o serviço. A sociedade está pecando por exigir demais da classe médica. O problema é complexo e vai continuar em função da exigência da população. A vinda de novos médicos vai sanar a situação durante um tempo, mas não vai resolvê-la”.
Atendimento
O enfermeiro, Edison Bach, afirma que quando há falta de pediatra no mini, a equipe mantém contato com as UBS’s buscando por vagas. Atualmente, os pediatras atendem entre 7h às 8h30 ou 9h nas Unidades, mas as mães buscam por atendimento em outros horários. “A solução é mudar a escala dos médicos nas Unidades para mais tarde ou elaborar um protocolo, no qual se o caso não for de urgência a criança será atendida na Unidade no próximo dia”.
Cleonice relata que a Secretaria está analisando a possibilidade de aprimorar o sistema de informática para que os profissionais acessem a agenda do pediatra em cada UBS. “Havendo vagas, o profissional pode encaminhar a família para atendimento na Unidade”.
O pediatra, Luiz Soares, salienta que casos de urgência/emergência são poucos. Ele lembra que ao questionar um a mãe o sintoma do filho, ela respondeu que a criança estava com febre há dois dias. “Quando pergunto por que não trouxe a criança antes para a consulta, ela relata que trabalha em horário comercial. Na Unidade, a mãe precisar marcar hora. No mini, ela é atendida na hora. Esta é a diferença”.
Cleonice afirma que a Secretaria fará um trabalho de conscientização com a população para primeiramente buscar pelo atendimento de um pediatra na Unidade próxima de seu bairro.