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ECONOMIA

Se a presidenta Dilma tiver vontade política fará a reforma tributária, defende Seimetz

Dando sequência ao especial carga tributária, nesta semana, a Casa de Notícias conversou com os profissionais do escritório Eco contabilidade, sobre custo da folha de pagamento, tributos trabalhistas e reforma previdenciária. O diretor da Eco Contabilidade, João Luiz Seimetz acredita que as reformas só acontecerão se existir vontade política, pois ao contrário do que os governos pregam, ele aposta que não haverá corte nas receitas.

13/02/2011 - 15:11


Segundo o responsável pelo departamento de recursos humanos da empresa, Vanderlei Vendramini, o custo de um funcionário em uma empresa depende do tipo da atividade realizada e o tamanho da empresa.  “No geral o custo dos encargos é bastante elevado no Brasil. As pequenas empresas, optantes do simples tem um custo um pouco menor, em função dos custos previdenciários e mesmo assim gastam em encargos trabalhistas e previdenciários chegam a 35%, fora as outras despesas como medicina do trabalho, equipamentos de segurança, vale transporte e outros. Nas empresas de lucro real, lucro presumido só os encargos trabalhistas e previdenciários podem chegar até 70% e se considerar as outras obrigações que citei anteriormente este custo passa de 100%. No Brasil precisamos passar por uma reforma, porque o custo das empresas é muito caro”.

O diretor da Eco Contabilidade, João Luis Seimetz avalia que a carga tributária no Brasil é muito elevada, mas que uma reforma não provocaria a perda de receitas para os governos, porém ela só vai acontecer se existir vontade política.

Seimetz comenta que a carga tributária nos países desenvolvidos, como na Europa chega a 30%, enquanto que o Brasil, um país em desenvolvimento chega a 35%. “Esta é uma carga extraordinária para um país em desenvolvimento, porque o custo da máquina não poderia ser a mesma que da Europa, onde têm muitas pessoas idosas, a previdência é muito mais avançada, os direitos são maiores que os nossos, pois não temos os benefícios que eles tem. Em contra partida nós somos um país em desenvolvimento. Precisamos investir em infra estrutura, nós não estamos consolidados como os países da Europa, mas ainda assim está carga tributária é muito elevada. Um tributo de 35% para as empresas é muito alto. Aliás, não é para as empresas, na realidade quem está pagando isso, somos nós consumidores que pagamos este custo no nosso país”.

Perda receita

O diretor da Eco avalia que o argumento utilizado de que a reforma trabalhista ou tributária vai provocar perda de receitas para os governos não procede, pois se reduzir o imposto é possível ampliar o número de pessoas que venham contribuir, ou seja, seria um estimulo para o fim da informalidade. “Quando você diminui os tributos com toda a certeza, a maioria virá para a formalidade, pois é muito mais tranqüilo para o empresário controlar sua empresa registrando tudo. Se todos que estão na informalidade viessem participar com uma tributação menor, com certeza o governo vai aumentar a arrecadação. Isto é óbvio o que eu não consigo entender por que os governantes não têm esta visão, o empresário tem esta visão. Eles dizem que não pode acontecer a reforma trabalhista e previdenciária porque a população está envelhecendo, mas veja o MEI – Micro empreendedor individual já são mais de 900 mil MEI que estão contribuindo com uma taxa pequena, e que no fundo será muito”.

Seimetz afirma que este é o momento para fazer acontecer às reformas, que é inicio de governos estadual e federal e início de ano legislativo, embora reconheça que os governantes e legisladores estão mais focados, neste momento, na reforma política. “Elas tem que acontecer no início destes governos, as mudanças que devem acontecer precisam ser feitas logo no início dos governos porque depois disso há muitos comprometimentos (que ocorrem em todos os governos). A presidenta Dilma deve fazer isso agora, para que o país possa crescer e se desenvolver, os trabalhadores e os empresários querem fazer isto acontecer”.

Reformas são decisões do Presidente

As reformas tão discutidas, segundo Seimetz, é uma responsabilidade do presidente da República. “Se o presidente tiver vontade e determinar aos seus pares o seu interesse, ele faz a reforma. Se deixar para os deputados, governadores e municípios não acontecesse absolutamente nada. Tem que ter a vontade e a pressão do governo federal é uma questão de prioridade. Por que o Lula fez outras coisas e conseguiu? Porque tinha vontade. Fernando Henrique fez a Lei de Responsabilidade fiscal que foi muito boa para o país, moralizou  o Estado. Hoje é melhor o empresário vender para o poder público, do que para algumas empresas. Por que fez isso? Porque houve uma vontade, uma decisão política. Se a presidenta Dilma tiver esta vontade, ela faz sim a reforma tributária”, finalizou.

Por Selma Becker

 

 

 

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