A juíza, Luciana Lopes do Amaral, declara que a Comarca de Toledo está localizada geograficamente em uma região de fronteira e, por isso, a sociedade deve estar atenta à movimentação da PEC 37. Segundo Luciana, a proposta enfraquece as instituições públicas constitucionalmente constituídas para o combate ao crime organizado. “Não posso tirar a razão dos promotores quando argumentam da dificuldade da polícia judiciária em acumular a função de investigação do MP, pois conheço a realidade das polícias, seja estrutural ou pessoal”.
Ela lembra que há dez anos quando atuava em outra Comarca o delegado diante da falta de recursos humanos para realizar a segurança do local colocou gansos para servir como alerta em caso de aproximação de pessoas estranhas. “Hoje, a realidade mudou pouco. A população presencia a manifestação de representantes públicos que reivindicam por mais delegados, policiais, viaturas e estrutura”.
Para Luciana, a PEC fortalece o crime organizado, pois impede o MP de investigar estas ações e, consequentemente, enfraquece o seu combate. “A sociedade pode perder um aliado. Os promotores trabalham com casos que desafiam os interesses acima daquilo que se apresenta no início de uma investigação. Nunca presenciei um promotor ou um procurador que tivesse se intimidado ou recuado diante de ameaças do crime organizado, sempre prevaleceu a defesa do Estado democrático de direito, de uma sociedade justa, sadia e equilibrada”.
