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GERAL

Abertura de supermercados aos domingos em Toledo começa a dividir opiniões

Algumas pessoas veem a situação como direito, lazer,  momento de estar com a família. Outras como um retrocesso para a cidade.

24/04/2013 - 17:05


O consumidor pode se ver diante de um desafio: fazer compras somente de segunda a sábado nos supermercados, pois os empregados – por meio do Sindicato – lutam pelo fechamento do estabelecimento aos domingos sob a justificativa de garantir mais qualidade de vida aos trabalhadores do setor. Por dois momentos, o plenário da Câmara de Vereadores de Toledo esteve lotado nos últimos dias. O primeiro reuniu em sua maioria trabalhadores do segmento que reivindica este direito. O segundo é outro grupo de profissionais, mas estes lutam para que os supermercados fiquem abertos.

O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Toledo, Flávio Bonifácio Pinto, afirma que o descanso de domingo contribui para diminuir estresse, fadiga e ainda garante ao empregado um dia com a família.

Uma das críticas hoje é que nas folgas semanais os filhos e mulheres dos trabalhadores do setor varejista estão na escola ou no trabalho e, assim, não podem aproveitar em conjunto.
Profissionais de uma Cooperativa participaram da última sessão na Casa de Leis e eles reivindicam que o supermercado fique aberto aos domingos. O diretor, Anderson Sabadin, afirma que não acredita que o supermercado é o causador da falta de zelo na família ou causador de drogas, separações, entre outros fatores. “Hoje se o funcionário não tiver motivado, ele pede para sair. A pessoa tem uma oferta enorme de emprego e se não tiver feliz, ela busca alternativa. O Município deve mudar a cultura de ter os salários baixos e a Cooperativa tem avançado neste quesito, oferecendo vale alimentação, cesta básica, benefícios médicos”.
Diante da situação, os vereadores posicionaram-se o assunto. Alguns mantiveram a cautela da audiência pública. Outros mudaram de opinião.
Para o líder de governo, o vereador Ademar Dorfschmidt, o debate para o fechamento dos supermercados está apenas começando, porque ele será amplo. Ele lembra que os vereadores atenderam – por enquanto – somente os dirigentes sindicais, mas é necessário ouvir outros grupos da sociedade.
Para o presidente da Câmara de Vereadores, o vereador Adriano Remonti, o Município vive um processo de desenvolvimento e, por isso, antes da tomada de decisões sobre qualquer assunto é necessário debatê-lo. “É preciso fazer o debate e compreender o que é melhor para a comunidade. Aqui que se faz a discussão e nada é aprovada a ‘goela abaixo’”.
O vereador, Edinaldo Santos, concorda com Remonti da importância do debate com a sociedade e ainda destaca que foi este assunto que mobilizou os trabalhadores até a Câmara. “Queremos o melhor para cada cidadão. Tenho certeza que a Casa vai optar pela melhor decisão à sociedade”.
O vereador, Rogério Massing, disse que ainda não tem uma opinião formada sobre o assunto e afirma que terá cautela e irá discutir o assunto com sabedoria. “A Casa não pode abrir precedentes em uma cidade que deseja o crescimento e o desenvolvimento”.
O vereador, Expedito Ferreira, lembra que como motorista ou cobrador de ônibus trabalhou por vários anos aos domingos. “Trabalhar aos domingos depende da necessidade de cada pessoa. Mas acredito que o descontentamento do trabalhador está relacionado ao banco de horas. Isto deixa o trabalhador triste e desapontado”.
O vereador, Genivaldo Paes, afirma que quando o Projeto de Lei chegar à Casa será promovido um amplo debate. Ele salienta que os vereadores não irão votar pela emoção, mas com a razão. “Se for a vontade da maioria que feche, iremos aprovar pelo fechamento. Ninguém está tirando o direito de ninguém”.
O vereador, Giancarlo de Conto, disse que a reivindicação dos trabalhadores do supermercado é válida. “Sabemos da vontade de fechar os supermercados aos domingos, contudo, devemos respeitar a vontade da maioria das pessoas. Quero também saber a opinião das pessoas que não são vinculadas ao meio”.
Ele sugere que seja realizado um estudo sobre a geração de emprego na cidade. Esta também é a opinião do vereador, Lúcio de Marchi que sugere que alguma universidade faça uma pesquisa para conhecer a opinião da população. “Hoje não existe nenhum processo em andamento. O momento que a Casa receber o Projeto de Lei que acredito que será de autoria do executivo (por força legal), as comissões vão realizar audiências públicas para discutir o assunto”.
O vereador, Lúcio Fritzen, destaca que senso comum de que o trabalho dignifica o homem é conhecido por todas as pessoas. “Nós não devemos ser proibidos de trabalhar aos domingos. Ao longo do meu mandato na Câmara é terceira vez que a discussão chega à Casa. Eu serei a favor do trabalho no domingo”.
Para o vereador, Marcos Zanetti, a qualidade de vida dos trabalhadores deve ser prezada. “Pesquisas mostram que algumas profissões são mais estressantes que outras devido o horário excessivo. Do ponto de vista econômico, não é viável abrir aos domingos. É um assunto que ainda precisamos debatê-lo”.
O vereador, Reginaldo Rocha, disse que quando o Projeto de Lei for discutido durante a sessão irá votar com consciência e seriedade. “A democracia sobre o assunto está imperando. Recebi várias mensagens de pessoas favoráveis ou não ao fechamento dos estabelecimentos aos domingos. Nas grandes decisões sempre procurei ser coerente e tenho certeza que diante deste quadro e desta questão discutida manterei minha posição”.
O vereador, Renato Reimann, também terá uma posição coerente, pois sem trabalho não há progresso na cidade.
O vereador, Vagner Delábio, manteve o seu posicionamento favorável ao fechamento do mercado ao domingo. “A renda não traz qualidade de vida, mas sim padrão de vida. O padrão é inferior. Antigamente, a qualidade de vida era melhor que hoje. As nossas famílias convivendo era algo diferente”.
O vereador, Walmor Lodi, afirma que a Casa deve legislar por toda a comunidade. Ele destaca que se a preocupação é com a família, os vereadores precisam preocupar-se com todas. “Nas famílias dos funcionários de supermercados, farmácias, postos de combustíveis, taxistas, motoristas de ônibus, dos caminhoneiros, dos enfermeiros, das indústrias que trabalham de segunda a segunda, nos mercadinhos de bairro, panificadoras, açougues e shopping”.
Ele afirma que a família necessita de um momento de lazer e convivência, mas necessita de dinheiro para ter uma boa condição de vida. “Acho que tem funcionário doente por estress de trabalho e falta de dinheiro, de salário mais digno de pagamento hora extra em dinheiro. Só está se discutindo fechar os mercados grandes aos domingos, mas como está a discussão sobre o salário destes trabalhadores? A jornada de trabalho? Remuneração de horas extras se for tudo em banco de horas não há estímulo para trabalhar”.
Lodi salienta que o município necessita de desenvolvimento e progresso. “As lideranças lutam pelo desenvolvimento de Toledo. Pessoas dos municípios vizinhos, como Ouro Verde do Oeste, Tupãssi, São José das Palmeiras, São Pedro do Iguaçu e tantos outros que virão a Toledo a passeio ou por necessidade e poderão aproveitar a fazer compras em mercados mais aparelhados do que eles tem na cidade deles e nós estamos falando em fechar”.
O vereador, Luis Johann, afirma que é preciso analisar o tema em várias situações. “Temos que olhar todo o segmento da sociedade. Ninguém está com a vida garantida, que não precise trabalhar”.

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